Demos prosseguimento ontem à noite no Centro Espírita Nosso
Lar ao estudo do livro Ação e Reação,
de André Luiz, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.
Eis o roteiro e o texto que serviram de base ao estudo:
Questões para debate
A. Quais foram os primeiros
cuidados que Silas tomou no atendimento a Poliana?
B. Alguém atendeu ao pedido de
ajuda feito mentalmente por Silas?
C. Qual a história de Sabino, o
anão paralítico que, além da paralisia, enfrentava a prova da idiotia e da
surdez?
Texto para leitura
84. O valor da água magnetizada – Silas
procurou na choça desguarnecida algo que pudesse funcionar à guisa de socorro,
mas havia ali somente um velho cântaro com pequena porção d'água. Como era
noite, não era fácil trazer ali algum companheiro encarnado. Silas aplicou
então passes à glote de Poliana e, logo após, administrou recursos fluídicos à
linfa pura. André compreendeu que o Assistente ativara a sede da doente,
impelindo-a a servir-se da água simples convertida em líquido medicamentoso.
Com enorme esforço, Poliana abandonou o leito e buscou o pote humilde. Após
beber ligeiros goles, asserenou as próprias ânsias, qual se houvera sorvido
valiosa poção calmante. Suas preocupações obcecantes cederam lugar à bonança de
espírito. Silas acariciou-lhe então a fronte, transmitindo-lhe forças
revigorantes. Após alguns minutos, Poliana desprendeu-se do corpo físico, mas
não tinha a necessária lucidez espiritual para identificar a presença dos
benfeitores. Conduzida magneticamente por Silas, demandou um bosque vizinho,
onde foi convenientemente acomodada pelo Assistente no tapete de relva macia,
sentindo-se calma e leve. A seguir, o Assistente convocou seus amigos à prece
e, levantando o olhar para o firmamento faiscante, rogou: "Pai de Infinita
Bondade, Tu que dás provimento às necessidades do verme aparentemente esquecido
no ventre do solo, que vestes a flor anônima, perfumando-lhe a contextura,
muitas vezes sobre a lama do charco, desce compassivo olhar sobre nós, que nos
tresmalhamos a distância de Teu amor! Em particular, Pai Justo, compadece-te
de nossa Poliana, vencida!... Ela não é mais, Senhor, a mulher sequiosa de
aventura e de ouro, disposta a lançar lodo e treva no caminho dos semelhantes,
mas sim pobre mãe fatigada, reclamando novas forças para a renúncia! não é mais
a moça vaidosa que tripudiava nos tormentos do próximo, mas triste mendiga,
anulada para o trabalho, que soluça de porta em porta, esmolando o pão com que
deve sustentar o torturado filho de sua dor e nutrir a própria vida. O' Pai,
não a deixes perder agora o bênção do corpo, na senda redentora onde se
arrasta! Acrescenta-lhe os recursos para que não interrompa a experiência
sublime em que se localiza..." (Ação
e Reação, cap. 13, pp. 177 e 178.)
86. O caso Sabino – Sabino, o fidalgo, não
tomava conhecimento de Sabino, o anão paralítico. Em absoluta introspecção,
revivia o pretérito, demonstrando-se na posição do homem iludido por mentirosa
superioridade à frente dos semelhantes. Silas observou: "Decerto, não lhe
ouviremos a palavra articulada, mudo e surdo qual se encontra, mas podemos
consultar-lhe o pensamento, porquanto reagirá em pensamento, respondendo-nos
às interpelações, através da conversação ideada. Para isso, porém, é
imprescindível lhe dispensemos o tratamento devido à personalidade que julga
viver... Mentalizemo-lo como sendo o Barão de S..., título que exibiu na
existência última e com o qual se desvairou calamitosamente nas trevas da delinquência
e da vaidade". André perguntou-lhe então: "Barão, por que tanto
sangue em seu caminho? Terão muitos chorado, em torno de sua marcha?"
Sabino recolheu a pergunta em forma de ideia, formulada de si para consigo,
devolvendo a André a seguinte ponderação pelos fios mentais, em que ambos
comungavam: "Sangue e lágrimas, sim!... Precisei de grande dose de
semelhante material em meus empreendimentos... Que triunfador do mundo não terá
sangue e lágrimas, na base das pirâmides da fortuna ou da dominação política
em que todos eles se apoiam?" Silas comentou que, segundo a ciência da
Terra, Sabino seria o idiota paralítico, surdo e mudo... "Para nós, no entanto
– explicou o Assistente –, é um prisioneiro ainda perigoso, engaiolado nos
ossos físicos, de cuja tessitura, por agora, não tem qualquer noção, tal o
egoísmo que ainda lhe turva a alma, em processo de incontrolável hipertrofia...
A sede da posse ignóbil e o orgulho virulento perverteram-lhe a vida íntima,
fixando-o em pavoroso labirinto de sinistros enganos, que resultam para ele em
completa alienação mental no tempo, uma vez que o relógio avança na contagem
dos dias, enquanto se mantém parado nas reminiscências em que se supõe
dominador na Terra, vivendo o pesadelo criado por si próprio..." Hilário,
em face disso, perguntou, surpreso, onde estaria a vantagem de semelhantes
padecimentos. Silas informou: "Temos sob nossa atenção lamentável débito
congelado. Nosso pobre companheiro, deploravelmente tombado, praticou numerosos
delitos na Terra e no Plano Espiritual e, há mais de mil anos, vem sucumbindo,
vaidoso e desprevenido, às garras da criminalidade... De existência a
existência, não soube senão consumir os recursos do campo físico, tumultuando
as paisagens sociais em que o Senhor lhe concedeu viver. Calamidades diversas,
como sejam homicídios, rebeliões, extorsões, calúnias, falências, suicídios,
abortos e obsessões foram por ele provocados, desde muitos séculos, porquanto
nada viu à frente dos olhos senão o seu egoísmo a saciar... Entre o berço e o
túmulo, é o desatino incessante, e, do túmulo para o berço, é a maldade fria e
inconsequente, apesar das intercessões de amigos abnegados..." (Obra citada, capítulo 13, pp. 181 e 182.)
Respostas
às questões propostas
A. Quais foram os primeiros cuidados que Silas tomou no
atendimento a Poliana?
Como era noite e, por isso, não seria fácil trazer ali
algum companheiro encarnado, Silas aplicou passes à glote de Poliana e, logo
após, administrou recursos fluídicos à água contida em um pote acessível à
sofrida mulher. Com os passes o Assistente ativara a sede da doente,
impelindo-a a servir-se da água, convertida então em líquido medicamentoso.
Logo depois, Poliana abandonou o leito e buscou o pote humilde. Após beber
ligeiros goles, asserenou as próprias ânsias, qual se houvera sorvido valiosa
poção calmante. Suas preocupações obcecantes cederam lugar à bonança de
espírito. Silas acariciou-lhe então a fronte, transmitindo-lhe forças
revigorantes. (Ação e Reação, cap. 13, pp. 177 e 178.)
B. Alguém atendeu ao pedido de ajuda feito mentalmente por
Silas?
Sim. Ele rogou a ajuda dos Benfeitores espirituais e a
ajuda veio, quase em seguida ao término da oração. Os Benfeitores desencarnados
chegaram e os saudaram regozijantes. Em minutos, energias imponderáveis da
Natureza, associadas aos fluidos de plantas medicinais, foram trazidas à
enferma, que as inalou a longos sorvos. Em breve tempo, Poliana,
surpreendentemente refeita, estava pronta a retomar o envoltório carnal para a
necessária restauração. (Obra citada, cap. 13, pp. 179 e 180.)
C. Qual a história de Sabino, o anão paralítico que, além
da paralisia, enfrentava a prova da idiotia e da surdez?
Sabino ostentara o título de Barão em sua última
existência, em que se desvairou calamitosamente nas trevas da delinquência e
da vaidade. Sangue e lágrimas estiveram presentes na construção da fortuna por
ele amealhada e nos seus projetos de dominação política. Embora fosse apenas um
anão idiota, surdo e mudo, tratava-se, disse Silas, de um prisioneiro ainda
perigoso, engaiolado nos ossos físicos, de cuja tessitura, por agora, não tinha
qualquer noção. Sobre ele, Silas disse ainda: "Nosso pobre companheiro,
deploravelmente tombado, praticou numerosos delitos na Terra e no Plano
Espiritual e, há mais de mil anos, vem sucumbindo, vaidoso e desprevenido, às
garras da criminalidade... De existência a existência, não soube senão
consumir os recursos do campo físico, tumultuando as paisagens sociais em que
o Senhor lhe concedeu viver. Calamidades diversas, como sejam homicídios, rebeliões,
extorsões, calúnias, falências, suicídios, abortos e obsessões foram por ele
provocados, desde muitos séculos, porquanto nada viu à frente dos olhos senão o
seu egoísmo a saciar... Entre o berço e o túmulo, é o desatino incessante, e,
do túmulo para o berço, é a maldade fria e inconsequente, apesar das
intercessões de amigos abnegados..." (Obra citada, cap. 13, pp. 181 e
182.)
N.R. - Para acessar e ler o texto da semana passada, clique
em http://goo.gl/kXJC49
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