Continuamos ontem à noite no Centro Espírita Nosso Lar o
estudo do livro Ação e Reação, de
André Luiz, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e
publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.
Eis o roteiro e o texto que serviram de base ao estudo:
Questões
para debate
A. O homem que abandona a mulher, após um caso em que seu objetivo
inicial era a simples busca de prazer, é responsável pelos desatinos que a mulher
venha a cometer?
B. Que consequências podem advir dos abusos das faculdades sexuais?
C. Os casos de inversão sexual podem ser algumas dessas consequências?
Texto para leitura
99. O sexo
deve merecer de todos nós o maior respeito - As faculdades do amor geram
formas sublimes para a encarnação das almas na Terra, mas criam também os
tesouros da arte, as riquezas da indústria, as maravilhas da Ciência, as
fulgurações do progresso. Dito isto, Silas comentou: "Tais considerações
que expendemos, acerca de um tema assim tão vasto, externando-nos do ângulo
mais elevado que a nossa mente é suscetível de abarcar, não nos dispensam do
dever de exaltar a necessidade de sublimação da experiência emotiva entre as
criaturas. Sabemos que o sexo, analisado na essência, é a soma das qualidades
femininas ou masculinas que caracterizam a mente, razão por que é imprescindível
observá-lo, do ponto de vista espiritual, enquadrando-o na esfera das
concessões divinas que nos cabe movimentar com respeito e rendimento na
produção do bem. Entendo que vocês desejariam efetuar mais longa digressão educativa
nesse domínio, entretanto, cremos desnecessário minudenciar particularidades
ao redor do assunto, porque conhecem de sobejo que, quanto mais amplo o
discernimento do Espírito, mais imperiosas se lhe fazem as obrigações, perante
a vida". "O sexo no corpo humano é assim como um altar de amor puro
que não podemos relegar à imundície, sob pena de praticar as mais espantosas
crueldades mentais, cujos efeitos nos seguem, invariáveis, depois do
túmulo..." Hilário aludiu à série de conflitos e crimes que ocorrem no
mundo em razão da sede dos prazeres sexuais. Tais falhas acompanham o Espírito
além-túmulo? Silas respondeu afirmativamente, aduzindo: "Cada consciência
é uma criação de Deus e cada existência é um elo sagrado na corrente da vida em que Deus palpita e se
manifesta. Responderemos por todos os golpes destrutivos que vibramos nos
corações alheios e não nos permitiremos repouso enquanto não consertarmos,
valorosos, o serviço de reajuste".
(Ação e Reação, cap. 15, pp. 205 e 206.)
100. Somos
responsáveis por nossos atos - Hilário formulou a seguinte pergunta: o
homem é responsável pelos desatinos que uma mulher cometa, por haver sido
abandonada por ele, após um caso em que o objetivo inicial era a simples caça
de prazer? Silas respondeu afirmando que todos responderemos pelos atos que
efetuamos e, no caso descrito, o homem é, inegavelmente, o autor da desdita em
que a infeliz se encontra. Desencarnando com o remorso da traição praticada,
quanto mais luz se lhe faça no entendimento, mais agudo lhe será o pesar de
haver cometido a falta. E trabalhará, naturalmente, para levantá-la do abismo a
que ela se arrojou por segui-lo, reconduzindo-a à reencarnação, em cujos liames
se demorará, aceitando-a por esposa ou filha, de modo a entregar-lhe o puro
amor prometido, sofrendo para regenerar-lhe a mente em desequilíbrio e
resgatando a sua consciência entenebrecida pela culpa. Hilário aludiu ao caso
inverso: homens arruinados por mulheres desleais, e Silas explicou que o
processo de reparação é absolutamente o mesmo. Tudo isso – referiu Hilário –
indicava que, nas falhas do campo genésico, devemos considerar sobretudo a
crueldade mental que se pratica em nome do amor... "Isso mesmo – aprovou
Silas. – Na perseguição ao prazer dos sentidos, costumamos armar as piores
ciladas aos corações incautos que nos ouvem... Contudo, fugindo à palavra
empenhada ou faltando aos compromissos e votos que assumimos, não nos
precatamos quanto à lei de correspondência, que nos devolve, inteiro, o mal que
praticamos e em cuja intimidade as bênçãos do conhecimento superior nos
agravam as agonias, uma vez que, no esplendor da luz espiritual, não nos
perdoamos pelas nódoas e chagas que trazemos na alma." (Obra citada, cap. 15, pp. 206 a 208.)
101. Problemas
de inversão sexual - Silas lembrou, na sequência, que os abusos das
faculdades sexuais respondem não apenas por largos tormentos nas regiões
infernais, mas também por muitas moléstias e monstruosidades que ensombram a
vida na Terra, porquanto os delinquentes do sexo voltam à carne, sob o impacto
das vibrações desequilibrantes que puseram em ação contra si próprios. Hilário
aproveitou o ensejo para indagar sobre os problemas da inversão sexual. O Assistente
aclarou: "Considerando-se que o sexo, na essência, é a soma das qualidades
passivas ou positivas do campo mental do ser, é natural que o Espírito
acentuadamente feminino se demore séculos e séculos nas linhas evolutivas da
mulher, e que o Espírito marcadamente masculino se detenha por longo tempo nas
experiências do homem. Contudo, em muitas ocasiões, quando o homem tiraniza a
mulher, furtando-lhe os direitos e cometendo abusos, em nome de sua pretensa
superioridade, desorganiza-se ele próprio a tal ponto que, inconsciente e
desequilibrado, é conduzido pelos agentes da Lei Divina a renascimento
doloroso, em corpo feminino, para que, no extremo desconforto íntimo, aprenda a
venerar na mulher sua irmã e companheira, filha e mãe, diante de Deus, ocorrendo
idêntica situação à mulher criminosa que, depois de arrastar o homem à
devassidão e à delinquência, cria para si mesma terrível alienação mental para
além do sepulcro, requisitando, quase sempre, a internação em corpo masculino,
a fim de que, nas teias do infortúnio de sua emotividade, saiba edificar no seu
ser o respeito que deve ao homem, perante o Senhor. Nessa definição, porém,
não incluímos os grandes corações e os belos caracteres que, em muitas
circunstâncias, reencarnam em corpos que lhes não correspondem aos mais
recônditos sentimentos, posição solicitada por eles próprios, no intuito de
operarem com mais segurança e valor, não só o acrisolamento moral de si mesmos,
como também a execução de tarefas especializadas, através de estágios perigosos
de solidão, em favor do campo social terrestre..." (Obra citada, cap. 15, pp. 208 e 209.)
Respostas às questões propostas
A. O homem
que abandona a mulher, após um caso em que seu objetivo inicial era a simples
busca de prazer, é responsável pelos desatinos que a mulher venha a cometer?
Sim. Somos
sempre responsáveis por nossos atos e, no caso mencionado, o homem é,
inegavelmente, o autor da desdita em que a infeliz se encontra. Desencarnando
com o remorso da traição praticada, quanto mais luz se lhe faça no
entendimento, mais agudo lhe será o pesar de haver cometido a falta. E
trabalhará, naturalmente, para levantá-la do abismo a que ela se arrojou,
reconduzindo-a à reencarnação, em cujos liames se demorará, aceitando-a por
esposa ou filha, de modo a entregar-lhe o puro amor prometido, sofrendo para
regenerar-lhe a mente em desequilíbrio e resgatando a sua consciência
entenebrecida pela culpa. (Ação e Reação, cap. 15, pp. 206 a 208.)
B. Que
consequências podem advir dos abusos das faculdades sexuais?
Segundo
Silas, os abusos das faculdades sexuais respondem não apenas por largos
tormentos nas regiões infernais, mas por muitas moléstias e monstruosidades que
ensombram a vida na Terra, porquanto os delinquentes do sexo voltam à carne,
sob o impacto das vibrações desequilibrantes que puseram em ação contra si
próprios. (Obra citada, cap. 15, pp. 208 e 209.)
C. Os
casos de inversão sexual podem ser algumas dessas consequências?
Sim.
Considerando-se que o sexo, na essência, é a soma das qualidades passivas ou
positivas do campo mental do ser, é natural que o Espírito acentuadamente
feminino se demore séculos e séculos nas linhas evolutivas da mulher, e que o
Espírito marcadamente masculino se detenha por longo tempo nas experiências do
homem. Contudo, em muitas ocasiões, quando o homem tiraniza a mulher,
furtando-lhe os direitos e cometendo abusos, em nome de sua pretensa
superioridade, desorganiza-se ele próprio a tal ponto que, inconsciente e
desequilibrado, é conduzido pelos agentes da Lei Divina a renascimento
doloroso, em corpo feminino, para que, no extremo desconforto íntimo, aprenda a
venerar na mulher sua irmã e companheira, filha e mãe. O mesmo pode ocorrer com
a mulher que age de igual maneira. Nessa definição não se incluem, porém, os grandes
corações e os belos caracteres que, em muitas circunstâncias, reencarnam em
corpos que lhes não correspondem aos mais recônditos sentimentos, a pedido
deles próprios, no intuito de operarem com mais segurança e valor, não só o
acrisolamento moral de si mesmos, como também a execução de tarefas
especializadas, através de estágios perigosos de solidão, em favor do campo
social terrestre. (Obra citada, cap. 15, pp. 208 e 209.)
N.R. - Para acessar e ler o texto da semana passada, clique
em http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2014/11/sexo-e-forca-de-amor-nas-bases-da-vida.html
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