JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
— Mino Carta, estou contigo: a corrupção no
Brasil existe desde seu “descobrimento”, ou seja, 515 anos. E de quem é a
culpa? Minha? Tua? De Dom Manuel, o venturoso? Negativo, respondo-te. É dos
nativos desta terra de Santa Cruz, também confundida, por sua mandatária, com a
“Ilha de Santa Cuba” ...
— Discordo de ti, meu caro Machado. A culpa é
das elites (ver site CartaCapital, 2/3/2015).
“A par de suas grifes, ignorância, parvoíce, vocação de trapaça,
incapacidade crônica para a ironia [...]”
— Pode parar! Tudo, menos ironia...
— A nossa conversa é coisa séria, Machado. “A
culpa é das estrelas” ...
— Talvez por isso, Mino, há mais de dois mil
anos, um carpinteiro humilde e desprezado pelo governo israelense tenha dito
estas palavras: “— Graças te dou, Pai, por não teres revelado estas coisas aos
doutos, mas aos simples e pequenos” (Mateus, 11:25). Os escândalos
político-econômicos atuais, do Brasil, estão levando nosso país à falência não
somente material como também moral.
— Molto
fumo e poco arrosto.[1] Para recuperar o crescimento, o Brasil tem que investir em infraestrutura:
construção de portos, aeroportos, hidrelétricas...
— E já não investe? Segundo o site Spotniks
(acesso em 17 mar. 2015), o BNDES financiou, de 2009 a 2014, mais de 3.000
empresas. Veja só isto:
1) Porto de Mariel (em
Cuba): US$ 682 milhões;
2) Hidroelétrica de San
Francisco (no Equador): US$ 243 milhões;
3) Hidroelétrica Mandariacu
(no Equador): US$ 90 milhões;
4) Hidroelétrica de Chaglla
(Peru): US$ 320 milhões;
5) Aeroporto de Nacala
(Moçambique): US$ 125 milhões...
E isso é só uma pequena amostra do que vem por
aí. Há pouco, ouvi na TV que funcionários da Caixa Econômica Federal
superfaturaram em até mil por cento o preço de imóveis...
— Creio que estejas procurando chifres em cabeça
de cavalo, meu caro Assis...
— Aguarda um pouco e ouve um velho tema em homenagem à economia
brasileira.
— O quê?... Não vás dizer que vais declamar o
soneto de Vicente de Carvalho...
— Não, Mino, o tema é de uma composição musical
que, cantada na época do governo militar, nunca perde sua atualidade...
— Só gosto de música internacional...
— Certo, Carta, mas esta faz menção à cidade de
um grande país, sempre imitado por nós, mas que, atualmente, morre de rir dos
sucessivos e intermináveis escândalos políticos e econômicos da terra dos
arawetés, bororos, guaranis, pataxós, tupinambás, yanomamis, etc., etc. etc.
— Vai com Deus, amigo, mas não vás embora sem
antes ouvir a música que te recomendei. Quem sabe te não possas agradar ouvi-la, dançar e até cantá-la?
Clica aqui: http://letras.mus.br/raul-seixas/45353/
Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com
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