quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Pílulas gramaticais (170)


Um leitor pede-nos que falemos um pouco mais sobre o uso correto das palavras “onde” e “aonde”.
Como norma, “onde” indica permanência, estada, ocorrência “em” um lugar:
-  Onde você estava?
-  A cidade onde vivi na infância.
-  Você nasceu onde?
-  A estrada onde ocorreu o acidente.
-  Onde foi que vocês casaram?
A palavra “aonde” indica movimento “para” um lugar:
-  Aonde você foi?
-  Sei aonde você pretende ir.
-  Aonde você for eu vou.
“Aonde” funciona também como interjeição, mas aí estamos diante de um brasileirismo que indica descrença ou dúvida ante uma afirmação:
•    João sofreu um infarto fulminante.
•    Aonde!
*
Uma observação importante a respeito do uso da palavra “onde” é que, segundo alguns estudiosos, “onde” equivale a “em que” somente quando a referência for a um lugar físico:
-  A cada onde nasci (A cada em que nasci).
-  A avenida onde ocorreu o acidente (A avenida em que ocorreu o acidente).
- O prato onde a mosca pousou (O prato em que a mosca pousou).
- O edifício onde mora minha irmã (O edifício em que mora minha irmã).
Se a referência não for a um lugar físico, constitui erro usar “onde”, que deve então ser substituído por expressões equivalentes: em que, no qual, na qual:
-  O século em que nasceu. (E não: O século onde nasceu.)
-  O capítulo em que leu a história. (E não: O capítulo onde leu a história.)
-  Na época em que tudo aconteceu. (E não: Na época onde tudo aconteceu.)
- Teve um emprego em que se realizou. (E não: Teve um emprego onde se realizou.)



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