Sempre
Ciridião Durval
Tressuem(1) nossas mãos em
atos de bondade
Para quem sorve o fel da amargura
suprema,
Por mais a injúria espanque, oprima,
fira ou brade,
Tomada de loucura em horrível dilema.
Aplaquemos em paz a torva(2)
tempestade
Na alma que clama e chora e se
estorce e blasfema,
Sob o visco do mal que a tudo enleia
e invade,
A crescer no apogeu da invigilância
extrema.
Ante as trevas em luta acirrada e
tigrina,
Quando grita a revolta e a paixão
tumultua,
São cascatas de luz as preces
generosas.
O gesto de humildade é láurea
adamantina
Dos recessos do lar à ribalta da rua,
Da Terra escurecida às grandes
nebulosas!
(1) Tressuem:
do verbo tressuar – suar muito, verter, trescalar.
(2) Torva:
que causa terror; pavorosa, sinistra.
Nascido
em Alagoas em 3/3/1860 e desencarnado em Serrinha, Bahia, em 17/8/1895, o
poeta, jornalista e orador Ciridião Durval foi promotor público em Ilhéus (BA)
e professor na Faculdade de Direito da Bahia. O soneto acima integra o livro Antologia dos Imortais, psicografado
pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
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