quinta-feira, 31 de março de 2016

Pérolas literárias (144)


Coração

Eugênio Júlio Savard de Saint-Brisson
  
Desde o astro primeiro exposto à Imensidade,
Na pauta da grandeza, o Regente Divino,
Num misto de beleza, alegria e bondade,
Fez os mundos e os sóis como notas de um hino.

Deu tons ao vento agreste e fala à tempestade,
Rumor ao fogo estranho e voz ao mar leonino...
A eterna melodia a tudo atinge, invade
E sonoriza a paz nas claves do destino.

Mas o homem, só ele, era mudo e expectante...
Eis, porém, que o Criador premiu-lhe a fonte inculta
E o pêndulo da vida inflou-lhe o peito arfante.

Se a dor te envolve o passo em sombra malfazeja,
Sente Deus em ti mesmo e, em prece viva, ausculta
O ritmo do amor que o coração harpeja!...
  



Poeta espontâneo, de vastos recursos e profunda emotividade, “caráter bondoso e coração terno”, Eugênio Savard nasceu no Estado do Rio de Janeiro em 13/11/1865 e desencarnou em Niterói (RJ) em 1º de dezembro de 1899. O soneto acima integra o livro Antologia dos Imortais, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.





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