sábado, 14 de abril de 2018





A cada um segundo suas obras
   
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Bom dia, amigos. Começo pela afirmação de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento de Habeas Corpus iniciado no dia 4 de abril deste ano: “Não há uma decisão certa e uma errada”.
Discordo. Disse Jesus: “Seja vosso falar sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna”.1 Na hermenêutica, prevalecem a lógica e o bom senso.
O que o cidadão leigo percebe, nos julgados por alguns ministros do STF, é o uso de sofismas antes de emitirem seus votos em assuntos controversos, sempre que está em pauta a conduta criminosa de autoridades políticas. Em vez de analisarem a conduta do paciente ante a letra da lei, criticam todo o ordenamento jurídico: juízes, tribunais, colegas e arquitetam ideias contraditórias objetivando satisfazer seus interesses escusos.
Se o objeto do julgamento é o crime de um cidadão sem dinheiro para pagar advogados na utilização de recursos, ainda que meramente protelatórios, a situação muda de figura. Nesse caso, o paciente é discriminado, imediatamente condenado e preso.
Segundo levantamento estatístico citado por outro ministro, mata-se mais no Brasil, anualmente, do que na Síria, país devastado pela guerra. Aqui, a vida humana vale muito pouco, embora considerada direito fundamental de cada cidadão. O principal bem a ser protegido, segundo nossa Lei Maior. Em nosso país, os marginais ficam livres, e os demais cidadãos não têm segurança, mesmo que estejam trancados em seus lares. Nem nossos policiais estão seguros. Raro é o dia em que um deles não seja assassinado.
O Brasil está em terceiro lugar entre as nações mais corruptas do mundo. Nossa legislação penal admite tantos recursos que, como exemplo, foi citado o caso do cidadão que roubou milhões e apresentou 32 recursos judiciais ao longo dos anos. Seu crime prescreveu e ele não mais pode ser preso.
Acredito, então, que a educação baseada nas noções do Evangelho, tendo por modelo nosso Mestre Jesus, é a única fonte de renovação eficaz de nossa sociedade. Precisamos educar nossas crianças e jovens com base no ensino moral do Cristo, mas não necessariamente introduzir nas escolas um determinado culto religioso. E por que não admitir o ensino moral de Krishna, Sócrates, Buda, Confúcio, ou de outro filósofo ou profeta?
Porque “O Cristianismo é a síntese, em simplicidade e luz, de todos os sistemas religiosos mais antigos, expressões fragmentárias das verdades sublimes trazidas ao mundo na palavra imorredoura de Jesus”.2 O que não exclui ensinamentos desses profetas em consonância com os do Cristo.
Esclarece-nos o Espírito Emmanuel que

O Espiritismo evangélico é o Consolador prometido por Jesus, que, pela voz dos seres redimidos, espalham as luzes divinas por toda a Terra, restabelecendo a verdade e levantando o véu que cobre os ensinamentos na sua feição de Cristianismo redivivo, a fim de que os homens despertem para a era grandiosa da compreensão espiritual com o Cristo.3

E, para nossa surpresa, nosso amigo espiritual informa-nos que “o melhor bem da vida humana” não é simplesmente o direito de viver, pois nossa vida é eterna. Diz Emmanuel que “o tesouro maior da existência terrestre reside na consciência reta e pura, iluminada pela fé e edificada no cumprimento de todos os deveres mais elevados”.4 (destaquei)
Como a Lei de Deus está escrita na consciência, nos mundos superiores a relação entre seus habitantes rege-se exclusivamente por ela. Sendo assim, ali, nenhum magistrado a interpreta de acordo com seus interesses pessoais. Ali, ninguém disputa poder ou riqueza, a não ser os de amar e servir, na certeza de que Deus concede “a cada um segundo as suas obras”.5


1 Mateus, 5: 37.
2 XAVIER, F. C. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 29. ed. Brasília: FEB, 2013, p. 198, q. 293.
3 Id., p. 231, q. 352.
4 Id., p 234, q. 358.
5 Mateus, 16: 27.








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