Amar sempre
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
— Bom dia, amigo Jó. Parabéns por sua
cirurgia! Breve você voltará a ouvir o canto do sabiá, o voo dos aviões, a
cascata a despencar no morro dos gaviões.
Não desanime, 6.6 é apenas o começo,
desde 16 de março, de uma nova e gloriosa etapa a serviço do Cristo.
— Bom dia, Bruxo, não desanimarei, pois já percebo que ainda é o amor o
antídoto do mal, mesmo quando observo a incoerência, a ambição desmedida e o
egocentrismo predominarem em nosso mundo.
— Como você observou bem, em sua tese
aprovada na UnB, Jó, não sei se é na literatura que está a salvação, mas
predomina nos meus personagens e nos de todos os bons escritores tremenda
influenciação espiritual, sem que quase ninguém perceba isso.
— Pois é, Machado, um dos nossos
objetivos foi exatamente este: mostrar ao leitor ou leitora o fundo moral
subjacente em sua obra e expresso por sua ironia em relação aos costumes
depravados da sociedade brasileira. O outro foi propor aos amantes da
literatura a análise do rico conteúdo espírita a ser explorado pelos
pesquisadores e proposto como monografia de final de curso, seja este de
graduação, especialização, mestrado ou doutorado.
— Esteja certo, amigo Jó, que seus
objetivos foram alcançados. Os resultados é que serão atingidos paulatinamente.
As pessoas ainda não perceberam que a palavra “desinteresse” tem um alcance
mais amplo do que o exigido por elas aos trabalhos alheios. Se você é
bem-sucedido em algo, não faltarão atitudes de inveja e ataques destruidores de
sua obra. Não se preocupe com isso, continue trabalhando.
— É verdade, Machado, também o auxílio
que damos a outrem é esquecido facilmente, mas aprendi que não devemos aguardar
reconhecimento e, sim, continuar fazendo o bem.
— Continue, amigo, amando e servindo
sem parar.
Ainda que riam de sua honestidade,
permaneça sendo honesto.
Mesmo que destruam tudo que você
construiu ao longo dos anos, continue construindo.
Ajude sempre, ainda que o beneficiado
seja ingrato e agressivo.
Não busque reconhecimento do mundo.
Faça sempre o melhor que puder.
Perdoe sempre. Exercite a compaixão
para com todos.
Somente os bons são verdadeiramente
felizes.
Nada exija. Sirva sempre.
Um dia, com lágrimas de felicidade,
você verá um vulto luminoso caminhar ao seu encontro. É Jesus que, com sua voz
dulcíssima, dir-lhe-á:
— Vem a mim, bendito do meu Pai, pois
tive fome e deste-me de comer, tive sede e deste-me de beber, era órfão e me
amparaste, tive frio e me agasalhaste e quando preso me visitaste.
Então você, emocionado, apenas
perguntará ao Cristo: — Senhor, que devo fazer para merecer tamanha felicidade?
E Ele responder-lhe-á: — Amar sempre!
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