A Vida no Outro Mundo
Cairbar Schutel
Parte 3
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP).
Este estudo será publicado neste blog sempre às sextas-feiras.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. Que concepção acerca da alma era admitida pelas Escolas
de Leucipo e Epicuro?
B. Qual contribuição com respeito ao conceito de alma
devemos às manifestações paranormais?
C. Com o Espiritismo ampliou-se o conhecimento que temos
acerca da alma?
Texto para
leitura
32. Em todos os tempos, ilustres pensadores e grandes
filósofos têm dedicado vidas inteiras para solucionar o problema da vida.
Infelizmente, porém, suas pesquisas não ultrapassaram os limites corporais,
deixando de lado os fenômenos psíquicos, que atribuíram, na maioria das vezes,
a causas sobrenaturais e miraculosas. (A
Vida no Outro Mundo – Cap. III – Em Busca da Verdade.)
33. O problema anímico aparecia coberto de sombras aos
estudiosos, que baseavam suas perquirições em torno do homem no pressuposto de
que ele era uma alma criada juntamente com o corpo. As Escolas de Leucipo e de
Epicuro, por exemplo, admitiam a alma; mas diziam que ela se compunha de átomos
que se desagregavam e era, portanto, incapaz de sobreviver à morte do corpo. (Obra
citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)
34. Essa ideia, mais tarde apresentada com modificações
sucessivas por Locke, Condillac, Helvetius e Holback, degenerou em absoluto
negativismo, proclamando a Escola Materialista o seguinte "artigo de
fé": "Somente no organismo humano a matéria pode sentir e
perceber". (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)
35. Foi também essa a divisa adotada por Molleschot,
Buchner, Karl Vogt, Broussais, Haeckel e outros príncipes da Ciência,
aplaudidos pelos homens mais eminentes do século. Karl Vogt afirmava: "o
pensamento é uma secreção do cérebro", e acrescentava: "as leis da
Natureza são inflexíveis, não conhecem moral nem bondade". Haeckel dizia:
"a alma, isto é, a atividade espiritual, nada mais é que uma função
fisiológica, produto de fenômenos mecânicos". (Obra citada – Cap. III – Em
Busca da Verdade.)
36. Em nossa época parece ser ainda corrente entre os
sábios oficiais e seus adeptos que a "consciência é determinada pelos
elementos constitutivos do sangue e as obras da virtude e do gênio não passam
de uma questão de hereditariedade, ou seja, o resultado da física e da química
dos corpos". Foi o que levou um ateísta a dizer que o homem não passa de
um oxinitrocarbureto de hidrogênio coloidal e nada mais existe nele a não ser
matéria. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)
37. As doutrinas espiritualistas de Aristóteles, são Tomás
de Aquino e Descartes, que brilharam com verdadeiro fulgor, secundadas pelas de
Jouffroy, Cousin, Villemain, e que, no terreno filosófico, demonstraram a
existência e imortalidade da alma, não conseguiram, entretanto, deter a onda
dos nihilistas, que se avolumava cada dia mais. (Obra citada – Cap. III – Em
Busca da Verdade.)
38. A velha concepção da alma não dava lugar a provas
positivas, disso resultando, não só entre os materialistas que negavam como
entre os espiritualistas, a adoção de um panteísmo comodista, que fazia estes
cuidarem somente da vida corporal em detrimento da vida espiritual, e do
presente, com exclusão do futuro. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da
Verdade.)
39. Com efeito, perdida a orientação da vida, limitado o
espírito às coisas materiais, sem esperança de uma vida melhor, a sociedade
teria forçosamente de precipitar-se num abismo, onde nenhuma aquisição
duradoura lhe poderia melhorar a situação. A Razão, desvirtuada dos seus
princípios, não pode permanecer ao lado da Moral da Ciência. (Obra citada –
Cap. III – Em Busca da Verdade.)
40. Foi em tais circunstâncias que se fizeram sentir, em
nosso planeta, as manifestações paranormais, de ordem extrafísica, que haveriam
de, submetidas ao método experimental, proclamar o estabelecimento definitivo
da alma como fator do organismo corpóreo, preexistente ao nascimento do corpo e
sobrevivente à morte deste. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)
41. O Espiritismo nos mostra, no homem, a aliança dos dois
elementos – alma e corpo – intimamente unidos, a reagirem uma sobre o outro e
vice-versa, como o prova o testemunho diário dos sentidos e da consciência,
tendo por intermediário o invólucro semimaterial da alma, que Allan Kardec
houve por bem denominar perispírito, elemento esse já previsto pelo apóstolo
Paulo, que o chamou corpo espiritual, e pelo inglês Cudworth, que o intitulou
mediador plástico. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)
42. A Teoria Espírita, trazendo uma nova ideia da alma,
estendeu a sua ação ligando os dois mundos, o mundo da vida corpórea e o mundo
da vida espiritual, facilitando, assim, a solução do grande problema do
"ser", com os seus princípios de evolução entrevistos por Darwin,
Lamarck e Haeckel, mas infundindo nas concepções evolucionistas o Espírito, sem
o qual não poderão prevalecer. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)
43. Com a inestimável contribuição que o Espiritismo a
todos proporciona, livre das injunções do feudalismo intelectual, todos os
homens de boa vontade, num esforço supremo para sua melhoria, podem e devem
abordar, agora, com orientação mais firme, aquilo que, antigamente, era
privilégio dos sábios e sacerdotes. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da
Verdade.)
44. Favorecidos pelos fenômenos psíquicos, pela evocação
dos Espíritos e suas manifestações, auxiliados por uma enorme biblioteca de
obras que tratam do assunto, muito fácil será ao homem de boa vontade encontrar
a Verdade fora das academias e das religiões sectárias que têm retardado o
progresso humano. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)
Respostas às
questões preliminares
A. Que
concepção acerca da alma era admitida pelas Escolas de Leucipo e Epicuro?
Ambas admitiam a alma, mas entendiam que ela se compunha de
átomos que se desagregavam e era, portanto, incapaz de sobreviver à morte do
corpo. Essa ideia, mais tarde apresentada com modificações sucessivas por
Locke, Condillac, Helvetius e Holback, degenerou em absoluto negativismo,
proclamando a Escola Materialista o seguinte "artigo de fé":
"Somente no organismo humano a matéria pode sentir e perceber". Mais
tarde, Haeckel diria: "a alma, isto é, a atividade espiritual, nada mais é
que uma função fisiológica, produto de fenômenos mecânicos". (A Vida no Outro Mundo – Cap. III – Em
Busca da Verdade.)
B. Qual
contribuição com respeito ao conceito de alma devemos às manifestações paranormais?
De ordem extrafísica, as manifestações paranormais,
submetidas ao método experimental, vieram proclamar o estabelecimento
definitivo da alma como fator do organismo corpóreo, sua preexistência ao
nascimento do corpo e sua sobrevivência à morte deste. (Obra citada – Cap. III
– Em Busca da Verdade.)
C. Com o
Espiritismo ampliou-se o conhecimento que temos acerca da alma?
Sim. O Espiritismo nos mostra, no homem, a aliança dos dois
elementos – alma e corpo – intimamente unidos, a reagirem uma sobre o outro e
vice-versa, como o prova o testemunho diário dos sentidos e da consciência,
tendo por intermediário o invólucro semimaterial da alma, que Allan Kardec
houve por bem denominar perispírito, elemento esse já previsto pelo apóstolo
Paulo, que o chamou corpo espiritual, e pelo inglês Cudworth, que o intitulou
mediador plástico. (Obra citada – Cap. III – Em Busca da Verdade.)
Observação:
Para acessar a 2ª Parte deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/02/blog-post_04.html
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