segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

 



Loucura e Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 15 e final

 

Concluímos hoje o estudo do livro Loucura e Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988. Este estudo foi publicado neste blog às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

113. É certo afirmar que o imediatismo é, na criatura humana, uma remanescência de sua natureza animal possuidora e egoísta?

Sim. É ele que responde pelos insucessos que a escolha precipitada proporciona, impondo o mecanismo redentor, de que o ser necessitará amanhã para selecionar com sabedoria aquilo que lhe é útil, em detrimento do pernicioso. Assim, a dor é sempre a resposta que a ignorância conduz para os desatentos. É, também, de certo modo, a lapidadora das arestas morais, a estatuária do modelo precioso para a grandeza da vida que se exalta. (Loucura e Obsessão, cap. 25, pp. 312 a 314.)

114. É preciso cuidado com aquilo que pedimos em nossas preces?

Evidentemente. Manoel Philomeno de Miranda diz que, na verdade, nós, as criaturas humanas, não aprendemos ainda a pedir, ignorando o que seja melhor para o nosso progresso, no curso do tempo. Não possuindo uma clara visão da realidade, detectamos-lhe, apenas, algumas linhas imprecisas que não a configuram, corretamente, em razão das sombras que a encobrem. Foi esse o caso de Sara, a jovem suicida, que aos cinco anos de idade, extenuada pela difteria, fora contemplada com uma moratória por insistência do seu pai. (Obra citada, cap. 25, pp. 315 a 317.)

115. Se Deus tudo sabe e, portanto, sabia que Sara se suicidaria, por que permitiu a concessão da moratória que o pai da menina tanto pediu?

A explicação dada a Manoel P. de Miranda veio do dr. Bezerra: “Deus tudo sabe, não nos iludamos. No entanto, suas leis não nos coarctam às experiências fomentadoras da evolução pessoal. Como progredir sem agir, sem acertar e errar, nunca o experimentando? Como adquirir consciência do correto e do equivocado, do útil e do prejudicial sem o contributo da eleição pela sua vivência que ajuda a discernir? Examinando-se as aquisições de Sara, os Espíritos Superiores poderiam prever o que lhe sucederia, não, porém, em caráter absoluto, pois que não há destinação, como sabemos, para o insucesso, a desgraça, num fatalismo irreversível. Cada momento oferta oportunidade que leva a mudanças de comportamento. Se uma fagulha ateia um incêndio, uma palavra feliz e oportuna igualmente muda os rumos e toda uma existência”. (Obra citada, cap. 25, pp. 320 e 321.)

116. O Espírito de Sara, em face dos créditos de seus pais, teria direito a ser hospitalizado após o sepultamento do cadáver?

Respondendo a semelhante indagação, dr. Bezerra explicou: “Não o creio possível nem justo. Ela infringiu a ‘lei de conservação’ da vida. Lúcida e culta, não obstante induzida a fazê-lo, optou pela decisão corrosiva, predispondo-se a sofrer os inevitáveis efeitos da opção. Receberá apoio e socorro compatíveis com as suas necessidades, não porém fruirá de privilégios, que ninguém os merece em nosso campo de ação. Os fenômenos do desgaste e transformações biológicas serão vivenciados, a fim de que, em definitivo, se envolva na couraça da resistência para vencer futuras tentações de fuga ao dever que nunca fica sem atendimento. Visitá-la-emos, serão tomadas providências para evitar-se a vampirização e outras ocorrências mais afligentes. As orações daqueles que a amam luarizarão a noite da sua demorada agonia e a bondade de Maria Santíssima derramará sobre ela a misericórdia do amor, resgatando-a, oportunamente, de si mesma...” (Obra citada, cap. 25, pp. 321 a 323.)

117. Podemos afirmar que no cômputo das dívidas contraídas pelos homens algumas há de tal gravidade que não permitem a liberação total do fraudador?

Sim. Aliás, segundo Manoel P. de Miranda, essa providência constitui verdadeira bênção. “A saúde – diz ele – é compromisso de alta relevância e responsabilidade ainda mal conduzida por aqueles que a desfrutam e, menoscabando-a, perdem-na, a fim de se afadigarem pela sua recuperação mais demorada e mais difícil. Eis por que, sabiamente, os muito endividados são propelidos à expiação das penas, não experimentando liberação plena, porquanto as suas recordações mais vivas são de irresponsabilidade e malversação de valores, correndo o perigo de retornar-lhes às origens perniciosas, já que lhes faltam os hábitos salutares, as disciplinas educativas, os contingentes de renúncia e dignidade.” (Obra citada, cap. 26, pp. 324 e 325.)

118. Que resposta D. Emerenciana deu a uma mulher que lhe pediu um trabalho com o objetivo de apressar a morte do próprio pai?

É evidente que D. Emerenciana não atendeu a semelhante pedido. Eis as palavras que ela disse à consulente, com serena franqueza: “É a primeira vez que sou convidada a participar de um parricídio, oferecendo meios para que o egoísmo e a ambição desenfreados assassinem, sem disfarce, o genitor probo, equilibrado, cujo crime a ser punido é o zelo pela filha ingrata, para quem só deseja toda a felicidade, inclusive tentando evitar que ela tombe na hipnose de um homem sem escrúpulos, que a explora, qual ave invigilante que cai no bote da serpente sutil e traiçoeira...”. Não só a apelante, mas também Manoel P. de Miranda se surpreendeu com tais palavras. (Obra citada, cap. 26, pp. 328 a 330.)

119. Além de vários conselhos, que mais foi dito por D. Emerenciana à consulente equivocada?

Continuando a lição dirigida à consulente, Emerenciana disse-lhe: “Você, filha, está doente, necessitando de urgente concurso médico especializado e terapia espiritual de modo a encontrar, para seguir, o roteiro que deve imprimir à sua existência. A nossa função é a de fomentar a vida para que alcance os cimos elevados. A morte não resolve problemas, especialmente deste porte. As moedas para a perdição têm o valor que lhes dão os que delas dependem para o uso maléfico das paixões. Transformadas em leite e pão, medicamento e agasalho, casa e abrigo para os necessitados, tornam-se bênção da vida para a dignificação humana. Não resolvem, porém, todos os problemas, pois que alguns são da alma, que somente através de meios próprios logra solucioná-los. Aqui, você encontrará ajuda para que o paizinho tenha os dias prolongados e felizes, você adquira um estado saudável e liberte-se da tentação que a perturba”. “Fazemos os trabalhos que o amor opera no coração, tornando-o afável e gentil, caridoso e amigo. Outros, desconhecemos, e, se alguém lhe forneceu informações diferentes, enganou-se e enganou-a.” (Obra citada, cap. 26, pp. 330 e 331.)

120. Ao despedir-se da Mentora, Dr. Bezerra de Menezes fez uma linda oração. Há em sua prece algo que mereça ser destacado?

Sim. Dirigindo-se ao Pai de todos nós, Dr. Bezerra pediu: “Não nos permitais o repouso que não merecemos, nem a felicidade, a que ainda não fazemos jus, enquanto a ignorância das vossas Leis junjam as criaturas ao sofrimento reparador, por considerarmos que descanso e júbilo pessoal diante da aflição do próximo torna-se desrespeito às necessidades deles”. Em seguida, falando a Deus sobre os servidores encarregados das tarefas mais humildes, Dr. Bezerra rogou-lhe: “Dignai-vos abençoar os vossos dedicados servidores que se encarregam das tarefas mais humildes, as recusadas, tornando-se serviçais dos servos com alegria e unção. São eles os edificadores dos alicerces do edifício do progresso, que ficarão ignorados, porém, sobre cujas doações se erguerão as construções de felicidade para a Humanidade do futuro”. Quando o Mentor espiritual concluiu, havia-se transfigurado e fulgurações diamantinas adornavam-no. (Obra citada, cap. 26, pp. 332 a 334.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 14 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/02/blog-post_14.html

 

  

 

 

 

 

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