Com
Jesus teve início uma nova era
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA
FILHO
aoofilho@gmail.com
O povo judeu aguardava ansiosamente o Messias anunciado pelos profetas da Antiguidade, o qual, em chegando ao mundo, pudesse libertá-lo do jugo de Roma, mas Jesus veio e não foi absolutamente entendido pelos israelitas.
Segundo Emmanuel, os sacerdotes não esperavam que o Redentor procurasse a hora
mais escura da noite para surgir na paisagem terrestre, pois, segundo sua
concepção, o Cristo deveria chegar no carro magnificente de suas glórias
divinas e conferir a Israel o cetro supremo na direção dos povos do planeta.
Houve,
contudo, quem o reconhecesse como o Cristo anunciado pelos profetas da
Antiguidade, embora tenha ele chegado humilde entre os animais de uma
manjedoura e como filho de um simples carpinteiro.
Entre
os que o reconheceram devemos destacar aqueles que mais tarde se tornariam seus
discípulos, apóstolos e seguidores, que puderam ouvir da própria voz de Jesus,
em diversas ocasiões, ser ele o Enviado do Pai, como mostram estas passagens
bíblicas:
“Quem
quer que me receba, recebe aquele que me enviou.” (Lucas, 9:48.)
“Aquele
que me despreza, despreza aquele que me enviou.” (Lucas, 10:16.)
“Aquele
que me recebe não me recebe a mim, mas recebe aquele que me enviou.” (Marcos, 9:37.)
“Ainda
estou convosco por um pouco de tempo e vou em seguida para aquele que me
enviou.” (João, 8:42.)
Jesus
não é Deus, mas sim um enviado do Pai à Terra
Está
bem caracterizado nas citações transcritas que Jesus falava em nome do Pai e
foi por Ele enviado, fato que mostra uma dualidade de pessoas e exclui a
igualdade entre elas, porque o enviado necessariamente é alguém subordinado
àquele que o envia. Esse pormenor merece ser meditado por todos quantos pensam
que Jesus e Deus constituem uma única pessoa, um equívoco que é igualmente
contestado pelas citações seguintes:
“Se
me amásseis, rejubilaríeis, pois que vou para meu Pai, porque meu Pai é maior
do que eu.” (João, 14:28.)
“Não
tenho falado por mim mesmo; meu Pai, que me enviou, foi quem me prescreveu, por
mandamento seu, o que devo dizer e como devo falar; e sei que o seu mandamento
é a vida eterna; o que, pois, eu digo é segundo o que meu Pai me ordenou que o
diga.” (João, 12:49 e 50.)
Os
apóstolos, evidentemente, acreditavam piamente ser Jesus o Messias aguardado, o
que pode ser deduzido com facilidade das seguintes citações constantes de Atos
dos Apóstolos:
“Que,
pois, toda a Casa de Israel saiba, com absoluta certeza, que Deus fez Senhor e
Cristo a esse Jesus que vós crucificastes.” (Atos, 2:33 a 36.)
“Moisés
disse a nossos pais: O Senhor vosso Deus vos suscitará dentre os vossos irmãos
um profeta como eu. Escutai-o em tudo o que ele disser. Quem não escutar esse profeta
será exterminado do meio do povo. Foi por vós primeiramente que Deus suscitou
seu Filho e vo-lo enviou para vos abençoar.” (Atos, 3:22, 23 e 26.)
“Foi
a ele que Deus elevou pela sua destra, como sendo o príncipe e o salvador, para
dar a Israel a graça da penitência e a remissão dos pecados.” (Atos, 5:29 a
31.)
“Mas,
estando Estêvão cheio do Espírito Santo e elevando os olhos ao céu, viu a
glória de Deus e a Jesus que estava de pé à direita de Deus.” (Atos, 7:55 a
58.)
Antes
de vir, Jesus enviou à Terra uma plêiade de missionários
Não
é difícil compreender que a vinda de Jesus entre nós envolveu intenso trabalho
por parte de todos aqueles Espíritos convocados a participar de sua gloriosa
missão. Cada qual recebeu uma tarefa específica, de devotamento e amor, a fim
de facilitar a vinda do governador espiritual da Terra aos planos inferiores.
Inicialmente,
Jesus enviou às sociedades do globo o esforço de auxiliares valorosos nas
figuras de Ésquilo, Eurípedes, Heródoto e Tucídides e, por fim, a
extraordinária personalidade de Sócrates, entre os gregos. Na China
encontraremos Fo-Hi, Lao-Tsé e Confúcio; no Tibet, a personalidade de Buda; no
Pentateuco, Moisés; no Alcorão, Maomé, de modo que cada povo recebeu, em épocas
diversas, os instrutores enviados pelo Mestre.
A
família romana, cujo esplendor conseguiu atravessar múltiplas eras, parecia
atormentada pelos mais tenazes inimigos ocultos, que aos poucos lhe minaram as
bases mais sólidas, mergulhando-a na corrupção e no extermínio de si mesma. A
vinda do Cristo estava próxima e Roma, sede do mundo, parecia não se dar conta
disso.
A
aproximação e a presença consoladora do Divino Mestre no mundo eram motivo
suficiente para que todos os corações experimentassem uma vida nova, ainda que
ignorassem a fonte divina daquelas vibrações confortadoras.
As
entidades angélicas do sistema, nas proximidades da Terra, se movimentam e
várias providências de vasta e generosa importância são adotadas. São
escolhidos os instrutores, os precursores imediatos, os auxiliares divinos. Uma
atividade única registra-se, então, nas esferas mais próximas do planeta e,
quando reinava Augusto na sede do governo do mundo, viu-se uma noite cheia de
luzes e de estrelas maravilhosas. Harmonias divinas cantavam um hino de
sublimadas esperanças no coração dos homens e da natureza.
Uma
era de harmonia precedeu o advento de Jesus
Os
historiadores do Império Romano sempre observaram com espanto os profundos
contrastes da gloriosa época de Augusto. Caio Júlio César Otávio chegara ao
poder envolto em uma série de acontecimentos felizes. Principiara com aquele
jovem enérgico e magnânimo uma nova era.
O
grande império, como que influenciado por um conjunto de forças estranhas,
descansava numa onda de harmonia e júbilo, depois de guerras seculares e
tenebrosas. A paisagem gloriosa de Roma jamais reunira tão grande número de
inteligências, visto que foi nessa época que surgiram Virgílio, Horácio,
Ovídio, Salústio, Tito Lívio e Mecenas.
A
razão desse espanto deve-se ao fato de que muitos historiadores não se deram
conta de que foi nessa mesma ocasião que o mundo conheceu o Evangelho.
Esqueceram-se de que o nobre Otávio era também homem e, obviamente, não
conseguiram saber que no seu reinado uma coorte especial, afeita à obra do
Cristo, aproximava-se da Terra, em uma vibração profunda de amor e de beleza.
Acercavam-se
de Roma e do mundo não mais Espíritos belicosos, como Aníbal ou Alexandre, mas
outros que se vestiriam dos andrajos dos pescadores para servirem de base
indestrutível aos eternos ensinos do Messias. Imergiam nos fluidos do planeta
os que preparariam a vinda de Jesus e os que se transformariam em seguidores
humildes e imortais dos seus passos divinos.
O
fato é que, com a chegada do Cristo, cumpriam-se as profecias: nascia Jesus e
iniciava-se para o globo terrestre uma nova era, cujo advento é recordado pelos
homens, todos os anos, por ocasião do Natal, como faremos de novo neste
domingo. (*)
(*) Do
livro A Caminho da Luz, de Emmanuel, psicografado pelo médium Chico
Xavier no ano de 1938, é que extraímos as informações de caráter histórico que
compõem este texto.
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