quinta-feira, 14 de março de 2024

 



CINCO-MARIAS

 

Ensine a criança a doar o que não usa mais

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com


Estamos aqui para acordar da ilusão de nossa separação
. Thich Nhat Hanh

 

Desde pequena eu via minha mãe doar tudo aquilo que não tinha mais sentido em casa – nossas roupas infantis, os brinquedos, os livros que, por conta da idade, se tornaram desinteressantes, tantas vezes lidos e relidos. Além disso, ela sempre nos estimulou a cuidar de nossas coisas para que a doação fosse algo digno e legítimo.

Aprender a ser solidário é uma prática que deve começar desde cedo. Atitudes como dividir e compartilhar são aprendizados importantes para a vida toda.

Mas aviso: não adianta doar um brinquedo quebrado, faltando peças ou que não funcione. A intenção de praticar a solidariedade por meio da doação diz respeito a escolher itens que estejam em boas condições e para que possa gerar alegria a uma outra criança.

Não há uma regra para que a criança queira doar os seus brinquedos de modo espontâneo. No entanto, não é inteligente (nem justo) escolher os brinquedos para doar escondidos dos filhos. O mais adequado é explicar à criança sobre a importância de doar, porque isso fará outras pessoas felizes, deixando a casa mais organizada, sem desprezar o fato de que o ato de consumir afeta não apenas quem faz a compra, mas também o meio ambiente, a economia e a sociedade como um todo.

Os pais (ou quem cuida da criança) são o exemplo: de modo habitual, todos da família podem separar itens para doação. Se a criança vivenciar esse costume dentro de casa, é mais provável que também sinta vontade de participar. Por exemplo, para minhas filhas sempre expliquei que o desapego é um exercício importante na vida, pois tinha em mente que, além de servir de exemplo, envolver a criança no processo é importante para ajudá-la a se tornar altruísta.

Já em relação a certos itens, caso a criança demonstre um apego muito forte por determinado objeto, não force a doação. É melhor aguardar uma nova ocasião para que ela se desapegue daquele objeto (às vezes é uma pelúcia, um livro etc.).

Em casa, você pode decorar uma caixa com papel colorido ressaltando de modo expressivo “Caixa da Solidariedade”. No dia seguinte, todo o material doado pela família poderá ser encaminhado para creches ou instituições de caridade.

Essa prática é uma atitude singela, mas que fará a criança entender que doar pode fazer parte da rotina das pessoas e isso sempre gerará um sentimento muito bom de ser vivido.

 

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Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina

 

 

 

 



 

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