quarta-feira, 13 de março de 2024

 



Revista Espírita de 1865

 

Allan Kardec

 

Parte 4

 

Prosseguimos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1865, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo será baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

A coleção do ano de 1865 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.

Cada parte do estudo, que será apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Em um discurso ao pé do túmulo de Emily de Putron, que disse Victor Hugo?

B. Como na teologia cristã é definido o céu?

C. Que diz o Espiritismo acerca da felicidade e do céu?

 

Texto para leitura

 

37. Os povos selvagens e bárbaros estariam cercados por uma massa de Espíritos ainda selvagens e bárbaros, até que o progresso os tenha levado a encarnar-se num meio mais adiantado. Reportando-se ao assunto, um Espírito protetor disse, por intermédio da Sra. Delanne, que ali se verificou efetivamente um caso de obsessão coletiva, produzida por uma plêiade de Espíritos atrasados que, tendo conservado suas antigas opiniões políticas, tentaram perturbar daquela maneira os seus compatriotas. Eram antigos malgaches, furiosos por verem os habitantes da região admitindo as ideias de civilização que alguns indivíduos, mais adiantados do que eles, procuravam implantar entre eles. (Págs. 54 e 55.)

38. A Revista transcreve um poema em que o autor, ex-incrédulo, fala da impressão que lhe causou a leitura do Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Comparando-se a um náufrago que chega à terra firme, o poeta confessa que ao ler a magistral obra publicada por Kardec viu “no peito desolado renascer a coragem”. (Págs. 56 e 57.)

39. Em um discurso pronunciado ao pé do túmulo da jovem Emily de Putron, Victor Hugo disse que a fé numa outra existência “brota da faculdade de amar”, porquanto, acrescentou, “é o coração quem crê”.  “O filho conta encontrar a seu pai; a mãe não consente em perder o filho para sempre.” Victor Hugo fez ali uma verdadeira profissão de fé na imortalidade, convicto de que “os que partem não se afastam”. “Os mortos - aduziu o poeta - são invisíveis, mas não estão ausentes.” (Págs. 58 e 59.)

40. Lido o discurso na Sociedade Espírita de Paris, o Espírito de Emily de Putron manifestou-se espontaneamente, deixando consoladora mensagem em que pede à mãe, à irmã e às amigas que não chorem mais e reafirma o que dissera o poeta: “Somos eternos”. (Págs. 61 e 62.)

41. Notícia publicada na Revista informa o surgimento de mais um jornal espírita na Itália: La Luce (A Luz), publicado na cidade de Bolonha, com edições mensais. (Págs. 62 e 63.)

42. Fechando o número de fevereiro, a Revista agradece ao espírita anônimo de São Petersburgo que enviou 50 francos destinados a uma operária de Lyon, atendendo a pedido de Carita. “Se os homens não sabem o seu nome, Deus o sabe”, diz a nota. (Pág. 64.)

43. Onde é o céu? Este tema, que foi logo depois inserido por Kardec no livro O Céu e o Inferno, é o principal artigo da edição de março. (Págs. 65 e 66.)

44. Os Antigos acreditavam na existência de vários céus superpostos, formando esferas concêntricas, das quais a Terra era o centro. Segundo a opinião mais comum, havia sete céus. Vem daí a expressão: Estar no sétimo céu, para exprimir a felicidade perfeita. Os muçulmanos admitiam nove. Ptolomeu contava 11, dos quais o último era chamado Empíreo, por causa da sua deslumbrante luz. (Pág. 65.)

45. A teologia cristã – surgida no seio do catolicismo – reconhece três céus: o primeiro é o da região do ar e das nuvens; o segundo é o espaço onde se movem os astros; o terceiro, além da região dos astros, é a morada do Altíssimo. É em vista dessa crença que se diz que São Paulo foi levado ao terceiro céu. (Pág. 65.)

46. Todas essas teorias repousam, porém, no duplo erro de considerar que a Terra seja o centro do universo e limitada a região dos astros. A Terra não é e nunca foi o pivô do universo, mas um dos menores astros que rolam na imensidade. (Págs. 65 e 66.)

47. Os mundos habitados são muito numerosos. Os seres encarnados estão presos a eles, mas, quando se desprendem do corpo material, habitam o mundo espiritual, que está por toda a parte, em redor de nós e no espaço. (Págs. 66 e 67.)

48. A felicidade – ao contrário do que ensinam as doutrinas que pregam a existência de um céu paradisíaco – está na razão do progresso realizado e não do lugar que o indivíduo habite. Ainda que estejam duas pessoas uma ao lado da outra, pode uma estar nas trevas, enquanto tudo é resplendente para a outra. A felicidade dos Espíritos é inerente às suas qualidades e eles as desfrutam onde quer que se encontrem, seja na Terra, seja no espaço.

 

Respostas às questões propostas

 

A. Em um discurso ao pé do túmulo de Emily de Putron, que disse Victor Hugo?

Victor Hugo fez ali uma verdadeira profissão de fé na imortalidade, convicto de que “os que partem não se afastam”. “Os mortos - aduziu o poeta - são invisíveis, mas não estão ausentes.” (Revista Espírita de 1865, pp. 58 e 59.)

B. Como na teologia cristã é definido o céu?

A teologia cristã, que surgiu no seio do catolicismo, reconhece três céus: o primeiro é o da região do ar e das nuvens; o segundo é o espaço onde se movem os astros; o terceiro, além da região dos astros, é a morada do Altíssimo. É em vista dessa crença que se diz que São Paulo foi levado ao terceiro céu. Mas essa teoria repousa no duplo erro de considerar que a Terra é o centro do Universo e limitada a região dos astros. A Terra não é e nunca foi o pivô do universo, mas um dos menores astros que rolam na imensidade. (Obra citada, pp. 65 e 66.) 

C. Que diz o Espiritismo acerca da felicidade e do céu?

A felicidade, ao contrário do que ensinam as doutrinas que pregam a existência de um céu paradisíaco, está na razão do progresso realizado e não do lugar que o indivíduo habite. Ainda que estejam duas pessoas uma ao lado da outra, pode uma estar nas trevas, enquanto tudo é resplendente para a outra. A felicidade dos Espíritos é inerente às suas qualidades e eles as desfrutam onde quer que se encontrem, seja na Terra, seja no espaço. (Obra citada, pp. 66 e 67.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 3 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2024/03/revista-espirita-de-1865-allan-kardec.html

 

 

 

 

 

 


 

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