Prosseguiu
ontem à noite no Centro Espírita Nosso Lar, de Londrina-PR, o estudo sequencial
do livro O Tesouro dos Espíritas, de
autoria de Miguel Vives y Vives, conforme tradução de J. Herculano Pires,
publicada pela EDICEL. O estudo é realizado semanalmente, em dois horários: na
terça-feira (18h30) e na quinta-feira (14h30).
Três foram as
questões propostas para debate inicial:
1. Que fato
geralmente se dá na vida de alguém que adentra o Espiritismo?
2. É correto
pensar que nada devemos pedir a Deus e, portanto, não existe razão para a
prece?
3. Que é,
segundo Miguel Vives, “Espiritismo mental”?
Realizou-se
em seguida a leitura do texto abaixo, que serviu de base aos estudos da noite,
seguindo-se, a cada item lido, os comentários pertinentes:
14. Miguel
Vives reconhece que lhe foi necessário passar por uma grande e prolongada
aflição, para receber a luz do Espiritismo. “Se tivesse gozado de boa saúde -
diz ele -, me engolfaria nas distrações do mundo e, distraído e preocupado com
as coisas da Terra, não teria dado importância ao que hoje tanto estimo, tanto
me há servido e tanto me servirá no futuro.” (PP. 28 e 29)
15. Num
momento de meditação e prece, Vives diz ao Senhor da vida: “Quando reflito no
drama do Calvário, e vejo submetido a tanto sofrimento e tanta dor o Ser maior
que veio encarnar-se neste mundo, exclamo: Se Ele, que era e é mais do que
todos os que habitam a Terra, não veio cingir uma coroa e empunhar um cetro,
mas fazer-se o mais humilde, o servidor de todos, o que curou as dores da
Humanidade, o que sofreu todas as impertinências, todos os suplícios, e deu tão
grande exemplo de paciência, humildade e perdão, é que o Pai, é que Vós,
Senhor, não admitis categorias nem grandezas humanas, nem ostentação, mas
apenas virtude, amor, pureza, sacrifício e caridade. Assim, concluo: a vossa
lei exalta o abatido, consola o aflito, e o mais humilde é para Vós o maior, se
for virtuoso e bom”. (PP. 29 e 30)
16. O
capítulo inicial do livro fala de Deus. Miguel Vives diz que quando o homem,
venha de onde vier, entra no Espiritismo, abre-se ante ele um campo tão vasto
de investigações, cuja grandeza de
momento ele não sabe avaliar. À medida que vai ampliando os seus estudos e as
suas experiências, mais ampla se torna a perspectiva do que antes lhe era
desconhecido, e em tudo começa a ver a grandeza de Deus. (P. 33)
17. Vendo o
que significa a sua individualidade nesta Criação, compreende que sua vida é
eterna e que não se encontra aqui por acaso, mas que sua existência está ligada
ao concerto universal da Criação. (PP. 33 e 34)
18. Essa
impressão, recebida ao converter-se ao Espiritismo, deve todo espírita procurar
guardar e até aumentar, porque disso – assevera Miguel Vives – depende o seu
progresso. “Digo isso, porque, passado o momento das primeiras impressões, o
espírita começa a esquecer-se do respeito e da adoração que deve ao Pai,
incorrendo numa falta de agradecimento, que vai aos poucos separando-o de influências
que lhe são muito necessárias, no curso da sua vida no planeta.” (P. 35)
19. Alguns
espíritas dizem que nada se deve pedir a Deus, porque Ele não derrogará suas
leis e porque tudo já nos deu. “Maneira errada de pensar”, afirma Miguel Vives.
(P. 35)
20. Da mesma
maneira que um homem que tem maus pensamentos atrai sobre ele influências que o
impulsionam ao mal, o homem que formula bons pensamentos e possui desejos bons
atrairá sobre ele boas influências. É o que se dá com a prece. (P. 36)
21. Ora, se
os desejos e pensamentos bons atraem boas influências, quanto mais não deverá
atraí-las aquele que saiba amar o Pai, adorá-lo e procurar seguir os seus
mandamentos? Assim, aquele que ora pode, sem derrogação das leis divinas e sem
obtenção de privilégios, atrair influências que lhe serão muito proveitosas no
curso de sua existência. Aliás, se os espíritas nos houvéssemos firmado nessa
posição, buscando praticar o amor divino, não estaríamos tão disseminados e
desunidos como Estados. Poucos são os Centros Espíritas em que não tenha havido
dissensões, fato que não ocorreria se o amor e a adoração do Pai reinassem no
coração de cada espírita. (PP. 36 e 37)
22. Vives diz
ter conhecido espíritas que tudo confiavam ao seu critério e ao seu saber,
esquecendo-se de manter vivo o amor a Deus e de outras práticas adiante
tratadas neste livro. Suas conversas, seus procedimentos, suas maneiras, por
causa disso, quase não se distinguem dos homens vulgares. Embora creiam no
Espiritismo, trata-se apenas de um Espiritismo mental, que não domina o
coração. Por isso, em muitos atos da vida, pouco divergem dos que não conhecem
a Doutrina. “Daí a razão de existirem espíritas que não fazem nenhum mal, mas
que também não praticam nenhum bem, e que por um simples descuido caem no ridículo,
prejudicando então a propaganda da doutrina que sustentam.” (P. 38)
23. O amor a Deus pode atrair certas influências
para o espírita que o procure avivar em seu coração e saiba transportar-se ao
infinito através da prece, dessas expansões da alma, da oração que é
acompanhada pelo sentimento, que edifica, que consola, que brota do mais fundo
da alma. (PP. 39 e 40)
24. Essa
forma de oração é tão necessária a todo espírita que, segundo Miguel Vives,
quem dela prescinde não se elevará às qualidades morais necessárias a um bom
espírita. E ainda mais: quem dela prescinde não poderá alcançar, quando voltar
ao mundo espiritual, a condição de Espírito de luz, a menos que seus trabalhos
na Terra tenham sido pautados pela caridade e pelo amor ao próximo, o que é tão
raro neste mundo. (P. 40)
26. É por
isso que o espírita, para livrar-se dos vícios, deve saturar-se de fluidos e
influências superiores aos que nos rodeiam neste mundo, e para que eles nos
envolvam é preciso pôr-nos em condições de recebê-los. (P. 41)
*
Findo o
estudo, foram lidas as respostas dadas às perguntas propostas. Ei-las:
1. Que fato geralmente se dá na vida de
alguém que adentra o Espiritismo?
Diz Miguel
Vives que se abre diante dessa pessoa um campo tão vasto de investigações cuja
grandeza de momento ela não sabe avaliar. À medida, porém, que vai ampliando
seus estudos e suas experiências, mais ampla se torna a perspectiva do que
antes lhe era desconhecido e em tudo começa a ver a grandeza de Deus. Vendo o
que significa a sua individualidade na obra da Criação, compreende que sua vida
é eterna e que não se encontra aqui por acaso, mas que sua existência está
ligada ao concerto universal da Criação. (O Tesouro dos Espíritas, 1ª Parte,
Guia Prático para a Vida Espírita, pp. 33 e 34.)
2. É correto pensar que nada devemos pedir
a Deus e, portanto, não existe razão para a prece?
Alguns
espíritas assim pensam, alegando que Deus não derrogará suas leis e que Ele já
nos deu tudo. “Maneira errada de pensar”, afirma Miguel Vives. Da mesma maneira
que um homem que tem maus pensamentos atrai sobre ele influências que o
impulsionam ao mal, o homem que formula bons pensamentos e possui desejos bons
atrairá sobre ele boas influências. É o que se dá com a prece. Ora, se os
desejos e pensamentos bons atraem boas influências, quanto mais não deverá
atraí-las aquele que saiba amar o Pai, adorá-lo e procurar seguir os seus
mandamentos? Assim, aquele que ora pode, sem derrogação das leis divinas e sem
obtenção de privilégios, atrair influências que lhe serão muito proveitosas no
curso de sua existência. (Obra citada, pp. 35 a 37.)
3. Que é, segundo Miguel Vives,
“Espiritismo mental”?
Diz ele ter
conhecido espíritas que tudo confiavam ao seu critério e ao seu saber,
esquecendo-se de manter vivo o amor a Deus e de observar outras práticas
adiante tratadas em seu livro. Suas conversas, seus procedimentos, suas
maneiras, por causa disso, quase não se distinguem dos homens vulgares. Embora
creiam no Espiritismo, esse é apenas um Espiritismo mental, que não domina o
coração. Por isso, em muitos atos da vida, pouco divergem dos que não conhecem
a Doutrina. “Daí a razão de existirem espíritas que não fazem nenhum mal, mas
que também não praticam nenhum bem, e que por um simples descuido caem no
ridículo, prejudicando então a propaganda da doutrina que sustentam.” (Obra
citada, pp. 38 e 39.)
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