segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

As mais lindas canções que ouvi (65)



Rosa

Pixinguinha (Alfredo da Rocha Vianna) e Otávio de Souza


Tu és, divina e graciosa,
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor,
De mais ativo olor,
Que na vida é preferida pelo beija-flor.
  
Se Deus me fora tão clemente
Aqui neste ambiente de luz,
Formada numa tela deslumbrante e bela,
O teu coração, junto ao meu, lanceado,
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito teu.

Tu és a forma ideal,
Estátua magistral, oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor.
Tu és de Deus a soberana flor.
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas o amor,
O riso, a fé e a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor,
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor.
És láctea estrela,
És mãe da realeza.
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza.

Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te,
Oh! flor, meu peito não resiste,
Oh! meu Deus, o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar,
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar.

Jurar, aos pés do onipotente,
Em prece comovente de dor,
E receber a unção da tua gratidão,
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos,
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer.



A melodia desta linda valsa foi composta por Pixinguinha em 1917 e a letra foi escrita alguns anos depois pelo mecânico Otávio de Souza. Você pode ouvi-la, na voz de Orlando Silva, clicando em - http://www.youtube.com/watch?v=BQnW6SpBz3E Para ouvi-la na linda interpretação de Elisa Addor e Marina Spoladore, clique em - https://www.youtube.com/watch?v=HWZO-8EybqQ
Clicando em https://www.youtube.com/watch?v=mj3HA2GE1B4 você poderá também ouvi-la na interpretação de Marisa Monte.




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