Como estamos a cinco dias de mais um Natal, festa
máxima da cristandade que nós espíritas também reverenciamos, examinaremos aqui
uma pergunta que muitas pessoas costumam fazer nesta época do ano:
– Em que livros do Antigo Testamento há predições
concernentes à vinda de Jesus?
As predições constam de vários livros que compõem as
chamadas Escrituras e nelas a distinção entre Deus e seu enviado futuro está
caracterizada de maneira formal: Deus o designa seu servidor; por consequência,
seu subordinado. Nas palavras que lhe são atribuídas, nada há que implique a
ideia de igualdade de poder, nem de consubstancialidade entre as duas pessoas.
Eis os textos que, segundo pensamos, atendem à
curiosidade do leitor:
"Eu o vejo, mas não agora; eu o vejo mas não de
perto; uma estrela procede de Jacó, e um cetro se levanta de Israel e trespassa
os chefes de Moab, e destruirá todos os filhos de Seth." (Números, XXIV, v. 17.)
"Eu lhes suscitarei um profeta, como tu, de entre
seus irmãos, e colocarei as minhas palavras em sua boca, e lhes dirá ele o que
eu lhe tiver ordenado. E ocorrerá que, quem não escutar as palavras que dirá em
meu nome, disso lhe pedirei conta." (Deuteronômio.
XVIII, v. 18, 19.)
"Ocorrerá, pois, quando os dias tiverem se
cumprido para lá levar-te com teus pais, que farei levantar a tua posteridade
depois de ti, um dos teus filhos, e estabelecerei o seu reino, e ele me
construirá uma casa, e afirmarei seu trono para sempre. Eu lhe serei pai e ele
me será filho; e não retirarei a minha misericórdia dele, como a retirei
daquele que foi antes de ti, e o estabelecerei em minha casa e em meu reino
para sempre, e seu trono será afirmado para sempre." (I, Paralipômenos, XVII, v. de 11 a 14.)
"É porque o próprio Senhor vos dará um sinal.
Eis: uma virgem ficará grávida, e ela parirá um filho, e será chamado seu nome
Emmanuel." (Isaías, VII, v. 14.)
"Porque a criança nos nasceu, o Filho nos foi
dado, e o poder foi posto sobre o seu ombro, e se chamará seu nome o Admirável,
o Conselheiro, o Deus forte, o Poderoso, o Pai da eternidade, o Príncipe da
paz." (Isaías, IX, v. 5)
"Eis meu servidor, eu o sustentarei; é o meu
eleito, minha alma nele colocou sua afeição; coloquei o meu Espírito sobre ele;
ele exercerá a justiça entre as nações. Não se retirará nunca, nem se
precipitará nunca, até que haja estabelecido a justiça sobre a Terra, e os
seres se detiverem à sua lei." (Isaias,
XLII, v. 1 e 4.)
"Ele gozará do trabalho de sua alma, e nisso será
saciado; e meu servidor justo nisso justificará vários, pelo conhecimento que
terão dele e ele mesmo levará suas iniquidades." (Isaías, LIII, v. 11.)
"Rejubila-te extremamente, filha de Sião; lance
gritos de alegria, filha de Jerusalém! Eis: teu rei virá a ti, justo e salvador
humilde, e montará sobre um asno, e sobre o potro de uma jumenta. E proibirei
os carros de guerra de Efraim, e os cavalos de Jerusalém, e o arco do combate
será também proibido e teu rei falará de paz às nações; e seu domínio se
estenderá desde um mar ao outro mar, e desde o rio até os confins da
Terra." (Zacarias, IX, v. 9,
10.)
"E ele (o Cristo) se manterá, e governará pela
força do Eterno, e com a magnificência do nome do Eterno, seu Deus. E eles
farão as pazes, e agora será glorificado até os confins da Terra, e será ele
que fará a paz. (Miqueias, V, v. 4.)
*
Lemos em
O Livro dos Espíritos a seguinte questão:
– Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao
homem, para lhe servir de guia e modelo? “Jesus.” (L.E.,
questão 625)
Comentando essa resposta, Allan Kardec, o codificador
da doutrina espírita, escreveu: “Para o homem, Jesus constitui o tipo da
perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece
como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da
lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra,
o Espírito Divino o animava.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário