JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
“Influem
os Espíritos em nossos pensamentos e atos?
Resposta:
Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles
que vos dirigem." (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão
459.)
— O que é isso, Machado? Você
agora só pensa em espíritos e em Espiritismo?
— Amigo, releia minha obra em prosa. Não poucas
vezes, ela transpira Espiritismo. Releia minhas crônicas, meus contos, meus
romances. Há neles inúmeras referências aos fenômenos mediúnicos ou ao
Espiritismo. Só não lê quem não quer ver. E muitos estão cegos...
— Mas por que você citou a
questão 459 d’O Livro dos Espíritos?
— Para tentar abrir-lhes os
olhos entrevados... Keep your eye on the target. Ser perfeito é a meta da
felicidade eterna.
Lembra-se da passagem citada
por Jesus na parábola do rico e de Lázaro, o mendigo? Vou refrescar-lhe a
memória e sintetizá-la: O rico vivia nababescamente. O mendigo nada tinha para comer
e se contentava com as sobras dos banquetes do rico, as quais dividia com os
cães. O rico morreu. Lázaro, o mendigo chaguento, também. O primeiro foi para
as regiões infernais, que existem sim, como criações mentais da pessoa culpada.
O segundo foi para as regiões felizes. Então, ao ver pai Abraão, ao longe, o
rico pede-lhe para deixar Lázaro ao menos molhar a ponta de seu dedo na água e
passá-lo nos seus lábios, para refrescá-lo um pouco dos tormentos da chama
consciencial. Pai Abraão responde-lhe que isso não seria possível, pois o rico
tivera tudo na existência física, enquanto Lázaro se alimentara com os restos
de comida destinada aos porcos da faustosa residência daquele. Ouvindo isso, o
rico pede a pai Abraão para enviar Lázaro a seus cinco irmãos, “vivos”, a fim
de alertá-los sobre as consequências futuras de seus atos egoístas. A resposta
é um primor de sabedoria: “— Eles têm Moisés e os profetas, ouçam-nos”. Ante a
insistência do rico, diz Abraão: — “Se não ouvem Moisés e os profetas, em nada
mais crerão, ainda que algum dos mortos ressuscite”.
— E um dos “mortos” que
ressuscitaria de modo incontestável fora o próprio contador da parábola, Jesus
Cristo, não é mesmo, Machado?
— Exato, amiga leitora, e as palavras
simbólicas da parábola acima se concretizaram. Todos sabemos que Ele
ressuscitou, mas poucos temos a coragem de seguir sua moral superior.
Jesus é o Amor encarnado,
concedido por Deus à humanidade, como seu modelo e guia.
Também encarregado pelo Pai de
reger nosso planeta, o Mestre enviou-nos sempre, mas principalmente após o
surgimento do Espiritismo, os novos profetas, que são os espíritos superiores,
com a missão de relembrar seus ensinos elevados. Desse modo, não podemos alegar
nossa ignorância sobre as verdades espirituais, com a desculpa de que as
revelações dos profetas antigos e de Moisés foram deturpadas pela tradição oral
ou não passam de mitos.
— Não seria, então, melhor, que
todos tivéssemos a mediunidade ostensiva, como a de muitas pessoas que veem e
até conversam com os espíritos, Bruxo?
— Nem todos estão preparados
para essa missão, leitor amigo, mas não nos faltam as mensagens mediúnicas de
grande número de médiuns, em especial as centenas de mensagens psicografadas
por Chico Xavier, Divaldo Pereira Franco, José Raul Teixeira, entre outros
expoentes canais mediúnicos da espiritualidade superior.
O crente inteligente, ao ler
qualquer obra de mensagens evangélicas, seja no centro espírita, na igreja ou
no culto do evangelho no lar, observará a notável “coincidência” de que ali
está a orientação para a nossa correção de rumo, com vistas a uma vida melhor.
E é incontestável que cada mensagem, lida ou ouvida, traz sempre um
esclarecimento sobre como lidar com nossas imperfeições, assim como tratar bem
o nosso próximo ou familiar.
Obras como Pão Nosso, Vinha
de Luz, Caminho, Verdade e Vida, Fonte Viva, Agenda Cristã e muitas outras,
psicografadas por Chico Xavier, estão calcadas em comentários de versículos dos
evangelhos de Jesus e sempre são instrumentos da Espiritualidade superior
utilizados como resposta aos nossos conflitos sociais.
Quer exemplos?
1º - Zeca, irmão mais velho de
Juca, quebra um vaso de estimação de sua mãe, que, ao ver o vaso quebrado, lhe
pergunta quem destruiu seu objeto. Com medo de ser repreendido, Zeca responde-lhe
ter sido seu irmão o causador do prejuízo. Juca é severamente repreendido pela
mãe, por mais que negue não ser verdadeira a acusação. À noite, no culto do
evangelho no lar, a mãe pede a Zeca para abrir ao acaso e ler uma página da
obra Pão Nosso. A página aberta é a da primeira mensagem do livro, que
traz, abaixo do título No serviço cristão, o seguinte versículo de Paulo, II
Coríntios, 5: 10: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal do Cristo,
para que cada um receba segundo o que tiver feito, estando no corpo, o bem ou o
mal”.
Significativa mensagem, não é
mesmo, amigo leitor? Agora se o culpado vai ou não buscar atribuí-la a si é
outra questão. O normal é que se diga: — Essa mensagem serve direitinho para o
Juca, que quebrou o vaso e ainda mentiu dizendo não ter sido ele...
Enquanto isso, Zeca, o
verdadeiro culpado fica em silêncio e finge que não é com ele... Nada, porém,
do que fazemos na vida fica sem suas consequências. Sábio é quem procura viver
de acordo com os ensinos morais elevados; o seu será um céu de brigadeiro.
2º - No trabalho, Farias é
informado, por escrito, sobre a necessidade de avisar um colega de serviço para
desligar a luz da sala do diretor ao término do expediente da sexta-feira. Não
avisa, e a sala fica iluminada durante todo o fim de semana. Na segunda-feira,
o diretor pergunta-lhe se deixou de dar
o aviso ao colega e, como este é seu subordinado, Farias responde, na presença
deste, que lhe deu ordens para apagar a luz.
O colega não se defende, mas
frequenta o mesmo centro espírita que Farias, no qual haverá uma reunião de
estudos evangélicos, naquela noite, sob a direção deste, à qual não faltará
aquele.
No horário da reunião, Farias
abre a página de Caminho, Verdade e Vida e lê, envergonhado ou não, a
mensagem nº 49 – Saber e fazer: “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois
se as fizerdes” — Jesus (João, 13: 17).
Os exemplos são tantos que não
cabem nesta crônica. Basta-nos continuar lendo, observando e aprendendo, pois o
Espiritismo é uma ciência de observação e de experimentação.
As conclusões sobre as
companhias espirituais dos personagens acima deixo-as a você, amigo leitor.
Lembro-lhe, apenas, que o verdadeiro aprendiz se destaca, sobretudo, como nosso
Mestre Jesus Cristo, não pelo que prega, mas pelo que faz.
Nas mínimas coisas...
P.S.: As obras citadas, nos
exemplos acima, foram psicografadas por Chico Xavier, ditadas pelo espírito
Emmanuel e editadas pela Federação Espírita Brasileira.
Visite
o blog Jorge, o sonhador: http://www.jojorgeleite.blogspot.com.br/
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