JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
“Estejamos, assim,
procurando incessantemente o bem, ajudando, aprendendo, servindo, desculpando e
amando, porque nessa atitude refletiremos os cultivadores da luz, resolvendo, com segurança, o nosso problema de companhia.”
Amigo leitor, você já deve ter lido ou ouvido
falar que a criança, em seus primeiros anos de vida, exige todos os cuidados de
seus responsáveis. Como não sabe falar, quando sente frio, tem fome ou sofre
dor, chora de partir nossos corações. Todas as atenções, então, são voltadas
para ela, que só fica satisfeita quando é atendida em sua necessidade
fisiológica.
Mas o tempo passa, o tempo voa, só a poupança de
um certo banco já falido é que não está mais numa boa. A criança torna-se
pré-adolescente e já não inspira tantos cuidados, embora a educação deva ser
permanente. O que acontece, então? O jovenzinho bonitinho, agora, aprende que
seu coleguinha também tem seus direitos, tanto quanto ele. A menininha
bonitinha da mamãe e do papai percebe que sua coleguinha também é os afetos e
as graças de sua família.
— E daí?
— Daí que, desde os primeiros anos, a criança
precisa ser educada, com muito amor e permanente atenção, para que não seja
influenciada negativamente por terceiros: I-pad, I-fone, tabletes etc. etc.
etc.
— E as outras crianças e adultos, Machado, não
exercem sua influência também?
— Certamente, mas esses também são influenciados
pelos meios eletrônicos citados...
É verdade que, possuindo livre-arbítrio, em
essência, somos os principais responsáveis por nossas decisões, escolhas e atos
quando já temos discernimento. Em sua sabedoria, Deus ocupou um lugar em nossa
alma, não importa se você acredita nesta ou não, que, mais cedo ou mais tarde,
nos martela de modo inclemente, como o fez com Caim, conforme lemos no Antigo
Testamento: “Caim, Caim que fizeste do teu irmão? ” É a nossa consciência...
Quando, após uma vida profana, sentimos as
consequências de nossos atos e podemos manifestar, em prosa ou em versos, o mea
culpa, se o não fazemos na vida física, fazemo-lo na vida espiritual como o fez
o espírito Luiz Mendes, em soneto psicografado por Chico Xavier :
Lembro-te,
Mãe... A noite avança...
E
saindo apressado, para a orgia,
Disseste-me,
escorada numa tia,
“Fica
hoje... Atende-nos... Descansa...”
Voltei
para encontrar-te em agonia!...
A
Morte angelizou-te a face mansa...
Chorei
qual se voltasse a ser criança!...
Eras
o meu tesouro e eu não sabia...
De
prazer em prazer, matei-te aos poucos...
Veio
a Morte e cortou-me os sonhos loucos,
Lamentando-me
a vida gasta em vão!...
Estou
perdido, entre imensos espaços...
Vem
guardar-me, de novo, nos teus braços,
Mãe
sempre amada do meu coração!...
— Você não está sendo muito piegas, Machado? Então
devemos viver como santos, sem desfrutar das alegrias da vida proporcionadas
pelas festas com amigos e os prazeres que o mundo nos proporciona? Quem vê
pecado em tudo precisa da orientação de um psicólogo ou do tratamento de um
psiquiatra...
— Não, Azambuja, não se trata de ver pecado em tudo. A sabedoria está no
equilíbrio. O que se condena aqui são os excessos. É a falta de zelo e de
respeito para com as pessoas que nos amam e que dizemos amar. É o abuso das
práticas nefandas, que denigrem nosso corpo e nossa alma...
A proposta dos espíritos iluminados, citada no
início desta crônica, reflete a sabedoria da lei de Deus, quer acreditemos nele
ou não, para a nossa felicidade: a vivência do amor autêntico, que não se
confunde com as paixões mundanas fugazes, insaciáveis e amaras!
Foi por isso que o apóstolo Paulo disse, em sua
primeira carta aos Coríntios: “Quando eu era criança, falava como criança,
sentia como criança, pensava como criança, mas logo que cresci, acabei com as
coisas de criança.” (I Coríntios, 13:11).
Quem, já não sendo criança, age sem
discernimento demonstra completa ignorância sobre o objetivo e finalidade da
vida: aperfeiçoar-se sempre para alcançar a felicidade real, a que decorre da
vivência do amor sem máculas.
Para finalizar, deixo à reflexão do leitor estas
sábias palavras de Paulo de Tarso: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem
todas as coisas convém; todas as coisas me são lícitas; mas eu não me deixarei
dominar por nenhuma.” (I Coríntios, 6:12).
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