Um
leitor pede-nos que falemos um pouco mais sobre o uso correto das palavras
“onde” e “aonde”.
Como
norma, “onde” indica permanência, estada, ocorrência “em” um lugar:
- Onde você estava?
- A cidade onde vivi na infância.
- Você nasceu onde?
- A estrada onde ocorreu o acidente.
- Onde foi que vocês casaram?
A
palavra “aonde” indica movimento “para” um lugar:
- Aonde você foi?
- Sei aonde você pretende ir.
- Aonde você for eu vou.
“Aonde”
funciona também como interjeição, mas aí estamos diante de um brasileirismo que
indica descrença ou dúvida ante uma afirmação:
• João sofreu um infarto fulminante.
• Aonde!
*
Uma
observação importante a respeito do uso da palavra “onde” é que, segundo alguns
estudiosos, “onde” equivale a “em que” somente quando a referência for a um
lugar físico:
- A cada onde nasci (A cada em que nasci).
- A avenida onde ocorreu o acidente (A avenida
em que ocorreu o acidente).
- O prato onde a mosca pousou (O prato em que a
mosca pousou).
- O edifício onde mora minha irmã (O edifício
em que mora minha irmã).
Se
a referência não for a um lugar físico, constitui erro usar “onde”, que deve
então ser substituído por expressões equivalentes: em que, no qual, na qual:
- O século em que nasceu. (E não: O século
onde nasceu.)
- O capítulo em que leu a história. (E não: O
capítulo onde leu a história.)
- Na época em que tudo aconteceu. (E não: Na
época onde tudo aconteceu.)
- Teve um emprego em que se realizou. (E não:
Teve um emprego onde se realizou.)
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