quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Pílulas gramaticais (182)


Na edição anterior, dissemos que se deve evitar a expressão “única alternativa”, visto que, se não existem opções, não se pode falar em alternativa, que deve, nesse caso, ser substituída pelos vocábulos opção, saída, recurso, possibilidade etc.
Exemplos:
A única opção foi mudar de casa.
Restou-lhe uma única saída: a demissão.
A única possibilidade, para ela, é a renúncia.
Um leitor discordou do que acima foi dito, argumentando que, segundo o dicionário, as palavras “alternativa” e “opções” são sinônimas.
E acrescentou:
– Ora, se temos uma única opção, deixa esta de ser opção.
À primeira vista parece lógico o raciocínio, mas o amigo leitor está equivocado, pois os vocábulos “alternativa” e “opção” não são sinônimos perfeitos.
Eis o que registra o Dicionário Aurélio:
Alternativa: Sucessão de duas coisas reciprocamente exclusivas. Opção entre duas coisas.
Opção: Ato ou faculdade de optar; livre escolha. Aquilo por que se opta.
O ato de optar chama-se opção. Numa situação concreta, posso ter diante de mim uma ou várias opções, ainda que a título teórico.
No caso do vocábulo alternativa é necessário que exista uma segunda opção.
A palavra já tem, como foi demonstrado, esse significado. Por isso é que não cabem as expressões “outra alternativa” e, menos ainda, “única alternativa”. A primeira é redundante; a segunda, absurda.



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