Vida de isolamento e voto de silêncio
Este é o módulo 38 de uma série que esperamos sirva
aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. A vida de isolamento contraria as leis
naturais? por quê?
2. Quais as principais consequências da
insociabilidade?
3. Por que o convívio social é importante para os
seres humanos?
4. Que diz a doutrina espírita sobre o voto de
silêncio?
5. Como deve viver o cristão no mundo que
habitamos?
Texto para leitura
O insulamento é incompatível com o progresso
1. A criatura humana, pela sua estrutura
ético-psicológica, é dotada por Deus de sentimentos e emoções que a obrigam e a
impelem para a vida social. Deus fez o homem para viver em sociedade e para isso
outorgou-lhe o atributo da palavra, que é o veículo da comunicação entre os
encarnados.
2. Sendo por excelência um ser gregário, um animal
social, como há séculos já apregoava a filosofia aristotélica, o homem não pode
viver isoladamente.
3. A vida solitária por opção revela quase sempre
uma fuga inconcebível, porque indica infração às leis divinas do trabalho e do
amor. O insulamento é incompatível com o sentimento de fraternidade que deve
existir nos corações humanos.
4. Como o homem não é dotado inicialmente de autossuficiência,
condição conseguida pelo trabalho e pelo progresso, ele é dependente do seu
semelhante. As faculdades humanas não estão desenvolvidas no mesmo grau e, por
isso, como lembra Deolindo Amorim, “há necessidade de viverem uns pelos outros
e para os outros, tendo como ponto convergente o bem comum”.
Sem o contato social o Espírito se embrutece
5. O insulamento, como já vimos anteriormente, é
contrário à lei da Natureza, isso porque pelo próprio instinto o homem busca a
vida comunitária de modo a concorrer para o progresso, mediante o auxílio
recíproco. A solidão torna o homem improdutivo e inútil para os seus
semelhantes e isso “não pode agradar a Deus”.
6. A insociabilidade, ao gerar a solidão, atenta
contra o próprio instinto de conservação e perpetuação da espécie, entrava o
progresso e, dessa forma, embrutece e enfraquece o homem que a ela se devota ou
se agarra como fuga.
7. Os cultores da vida reclusa se enfraquecem pela
improdutividade e pela estagnação quanto às aquisições dos tesouros da
sabedoria e da experiência. Essa atitude revela uma forma de egoísmo e, por
isso, só merece reprovação, à luz dos ensinamentos espíritas.
8. Como observa Rodolfo Calligaris, não há “como
desenvolver e burilar nossas faculdades intelectuais e morais senão no convívio
social, nessa permuta constante de afeições, conhecimentos e experiências, sem
a qual a sorte do nosso Espírito seria o embrutecimento e a estiolação”.
O voto de silêncio não passa de uma tolice
9. O voto de silêncio adotado por alguns
religiosos nada edifica, porque impede a comunicação entre os indivíduos, o
que, em última análise, como sustentam os Espíritos Superiores, “é uma tolice”.
A palavra é uma faculdade natural concedida por Deus ao homem, para
facultar-lhe ocasiões de fazer o bem e de cumprir a lei do progresso. Se Deus
quisesse silenciar suas criaturas pensantes, não lhes teria conferido esse
dinâmico atributo.
10. Devemos considerar, evidentemente, que há
ocasiões em que o silêncio pode fazer-se necessário, a exemplo dos momentos de
recolhimento espiritual, em que o Espírito, mais livre, entra em contato com o Criador
ou seus prepostos. Fora disso, a vida contemplativa é geralmente improdutiva e
não existem motivos que a justifiquem.
11. Nesse sentido, um Espírito Protetor adverte (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap.
17, item 10):
“Não julgueis que exortando-vos
incessantemente à prece e à evocação mental pretendamos vivais uma vida
mística, que vos conserve fora das leis da sociedade onde estais condenados a
viver. Não. Vivei com os homens da vossa época, como devem viver os homens.
Sacrificai-vos às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai-vos
com um sentimento de pureza que as possa santificar. Sois chamados a estar em
contato com Espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos: não
choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. Não consiste a virtude em
assumirdes severo e lúgubre aspecto, em repelirdes os prazeres que as vossas
condições humanas vos permitem. Basta reporteis todos os atos da vossa vida ao
Criador que vo-la deu”.
Respostas às questões propostas
1. A vida de isolamento contraria as leis naturais? por quê?
Sim. Sendo por excelência um ser gregário, um
animal social, como há séculos já apregoava a filosofia aristotélica, o homem
não pode viver isoladamente. A vida solitária por opção revela sempre uma fuga
inconcebível, porque indica infração às leis divinas do trabalho e do amor. O
insulamento é incompatível com o sentimento de fraternidade que deve existir
nos corações humanos.
2. Quais as principais consequências da insociabilidade?
A solidão torna o homem improdutivo e inútil para
os seus semelhantes e isso “não pode agradar a Deus”. A insociabilidade, ao
gerar a solidão, atenta contra o próprio instinto de conservação e perpetuação
da espécie, entrava o progresso e, dessa forma, embrutece e enfraquece o homem
que a ela se devota ou se agarra como fuga. Os cultores da vida reclusa se
enfraquecem pela improdutividade e pela estagnação quanto às aquisições dos
tesouros da sabedoria e da experiência. Essa atitude revela uma forma de
egoísmo e, por isso, só merece reprovação, à luz dos ensinamentos espíritas.
3. Por que o convívio social é importante para os seres humanos?
Valendo-nos das palavras de Rodolfo Calligaris,
não há “como desenvolver e burilar nossas faculdades intelectuais e morais
senão no convívio social, nessa permuta constante de afeições, conhecimentos e
experiências, sem a qual a sorte do nosso Espírito seria o embrutecimento e a
estiolação”.
4. Que diz a doutrina espírita sobre o voto de silêncio?
O voto de silêncio adotado por alguns religiosos
nada edifica porquanto impede a comunicação entre os indivíduos, o que, em
última análise, como sustentam os Espíritos Superiores, “é uma tolice”. A
palavra é uma faculdade natural concedida por Deus ao homem, para facultar-lhe
ocasiões de fazer o bem e de cumprir a lei do progresso. Se Deus quisesse
silenciar suas criaturas pensantes, não lhes teria conferido esse dinâmico
atributo. Obviamente, há ocasiões em que o silêncio se faz necessário, como os
momentos de recolhimento espiritual, em que o Espírito, mais livre, entra em
contacto com o Criador ou seus prepostos. Fora disso, a vida contemplativa é
inteiramente improdutiva e não existem motivos que a justifiquem.
5. Como deve viver o cristão no mundo que habitamos?
Segundo um Benfeitor espiritual, o cristão deve
viver como vivem os homens. Propõe-nos ele: “Sacrificai-vos às necessidades,
mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai-vos com um sentimento de pureza
que as possa santificar”. “Não consiste a virtude em assumirdes severo e
lúgubre aspecto, em repelirdes os prazeres que as vossas condições humanas vos
permitem. Basta reporteis todos os atos da vossa vida ao Criador que vo-la deu.”
Nota:
Eis os links que remetem aos 3
últimos textos:
Módulo 35 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/07/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
Módulo 36 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/07/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_13.html
Módulo 37 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/07/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_20.html
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