A volta
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Talvez o leitor amigo estivesse
estranhando minha ausência. Volto hoje com a postagem hebdomadária, prevenindo
ao curioso crítico que nunca deixei de estar de butuca em cada letra destes
devaneios desvairados e dúbios.
Retorno com uma notícia auspiciosa: não
mais Um homem célebre (In: Várias
histórias), mas centenas de ilustres mensageiros das artes, da ciência e da
filosofia estão retornando à vida física. Além de Emmanuel, guia espiritual de
Chico Xavier, estão reencarnando Léon Denis, Victor Hugo, Shakespeare, Charles
Dickens, Eva Blavatsky, Ernesto Bozzano, Eça de Queirós, Antero de Quental,
Camilo Castelo Branco, Tomás Antônio Gonzaga, Castro Alves, Gonçalves Dias,
Augusto dos Anjos, Cruz e Sousa, Francisca Júlia, Cecília Meireles e Maria
Dolores. Essas mentes brilhantes, dentre outras grandes almas da humanidade,
estão retornando à Terra, em novas vestes físicas, para o trabalho de
espiritualização do mundo.
Com não há espaço suficiente para
escrever sobre esses e outros monstros
sagrados que retornam, sorteei alguns destes, sobre quem farei sumárias
apresentações biográficas:
Antero de Quental (1842-1891). Poeta e
filósofo português. É considerado o líder do Realismo, em sua pátria, e um dos
grandes sonetistas de sua época. Esse bardo, do plano espiritual, publicou
diversos sonetos, psicografados pelo médium português Fernando de Lacerda e
pelos brasileiros Chico Xavier e Waldo Vieira. Em todos os seus poemas, apela
para o respeito à vida física, para a certeza da existência de Deus e da vida
espiritual eterna, com suas consequências boas ou más, conforme o uso que se
faz do livre-arbítrio.
Augusto dos Anjos (1884-1914). Poeta
brasileiro de Eu e Eu e outras poesias, compôs poemas de
estilo único, não somente quando encarnado, mas também após “abotoar o paletó”,
como dizia um amigo em relação a quem desceu à “terra dos pés juntos”. Seu pessimismo poético era alternado com poemas de belo teor filosófico, o que o
fez ser comparado a Antero de Quental.
Fernando Pessoa (1888-1935). Esse
português foi cognominado poeta-plural,
em vista dos heterônimos que criou. Os mais conhecidos são Alberto Caeiro,
Álvaro de Campos, Bernardo Soares e Ricardo Reis. Sua obra publicada
postumamente é bem mais vasta que a editada em vida física. Lançou, durante a
existência corporal, os seguintes livros: Em 1918: 35 Sonnets; em 1921: English
Poems I, II e III; em 1934: Mensagem.
Maria Dolores (1900-1959). Brasileira,
foi professora aos 16 anos e era considerada menina-prodígio. Extremamente bondosa, tinha por lema: amor, perdão
e caridade. Adotou seis meninas e, ainda em vida, publicou uma obra intitulada Ciranda da vida, destinada a arrecadar
dinheiro para fundar o Lar das Meninas
sem Lar. O que veio a se concretizar, tamanho foi o sucesso comercial de
seu livro. Participava do grupo As
mensageiras do bem, que arrecadava e doava às famílias pobres alimentos,
remédios e roupas. Sua produção mediúnica, psicografada por Chico Xavier, é de
uma beleza sublime. Os temas são, em geral, os mesmos que adotara como norma de
vida: caridade, perdão, fé, amor a Deus e ao próximo.
Deixei para o final a russa Helena
Petrovna Blavatsky (1831-1891). Formada em Teosofia, é considerada a maior
ocultista do século XIX. Escreveu ela, no jornal Spiritual Scientific:
A Magia é [...] conhecimento profundo das forças ocultas da
Natureza e das leis que governam os mundos visíveis e invisíveis. O Espiritismo
nas mãos de um adepto experiente torna-se Magia [...], nas mãos de um médium
inexperiente, dá origem à Feitiçaria inconsciente [...].
Ainda bem que fui cognominado por
Carlos Drummond de Bruxo, sinônimo de
Mago. Entretanto, leal leitor,
segundo Blavatsky, a Magia não se destina ao vulgo, por ser uma ciência
esotérica profunda, reservada aos iniciados no Ocultismo.
O Espiritismo, ao contrário, veio esclarecer
a todos o significado dos conceitos cristãos ocultos sob o véu do simbolismo,
com a singeleza possível, mas, também, com a transcendentalidade de revelação
divina. E, como Ciência do Infinito, ele requer de cada um de nós várias
existências para ser mais bem compreendido. Isso porque sua destinação de
permanecer eternamente conosco foi anunciada por Jesus, segundo João, 14:15-18.
Como somente a madureza de minha última
existência na Terra, aliada à amizade de renomados espíritas, permitiu-me sair das
trevas do preconceito para a luz da verdade, terei de voltar também, com toda
essa plêiade de espíritos, para reescrever minha obra literária.
Por enquanto, vou ensaiando,
parcamente, algo com meu limitado secretário; entretanto, prometo a todos os meus
fiéis leitores dedicação total à causa maior desta arte sublime: cooperar com
Jesus para o advento de um mundo de paz, de amor e de fé.
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