sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Iniciação aos clássicos espíritas







Memórias do Padre Germano

Amalia Domingo Soler

Parte 5

Continuamos o estudo metódico e sequencial do livro Memórias do Padre Germano, com base na 21ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. Por que Rodolfo rejeitou o filho que teve com Berta?
B. A criança sobreviveu?
C. Que motivo levou Rodolfo a buscar a ajuda do Padre Germano?
D. Que é que Padre Germano dizia sobre o arrependimento?
E. A educação é realmente importante na vida de uma criança?

Texto para leitura

35. No cap. 8, intitulado “As Pegadas do Criminoso”, Padre Germano lembra o dia em que Sultão morreu e como veio a conhecer Rodolfo, que escutou, escondido detrás das cortinas, seu próprio pai confessar-lhe que se suicidara para poupar ao filho o crime de parricídio. “Meu filho odeia-me”, disse-lhe o pobre ancião. “Padre, eu vo-lo recomendo; velai por ele, sede o seu segundo pai, já que o primeiro houve de fugir-lhe, para evitar horrendo crime.” (PP. 85 a 89)
36. Alguns anos depois, o conde de A..., cuja filha Berta fora desonrada por Rodolfo, confessou a Germano, no leito de morte, que Rodolfo o havia ferido pelas costas; e suplicou-lhe obrigasse o rapaz a dar seu nome à filha. “Em vós confio, Padre, e só morrerei tranquilo – disse-lhe o moribundo – se me jurardes que obrigareis Rodolfo a dar seu nome a minha filha.” (P. 89)
37. Rodolfo, que detestava Padre Germano desde o episódio da morte de seu pai, foi procurado pelo sacerdote, que lhe disse ter nas mãos a sua vida, sabedor que era de seus terríveis segredos. Aterrorizado e subjugado por Germano, o rapaz acedeu, e, antes de morrer, o conde de A... abençoava a união de Berta e Rodolfo. (P. 89)
38. Após os funerais, Berta deu à luz um menino de semblante contrafeito, espantosamente feio, que foi batizado secretamente, uma vez que, por honra da mãe, se conviera em ocultar o nascimento daquele menino vindo ao mundo com má estrela, pois sua mãe se horrorizava dele e Rodolfo repetia que não podia dar seu nome a semelhante monstro. (P. 90)
39. Padre Germano cuidou da criança, que foi entregue a uma camponesa, que residia próximo da aldeia. Quando o menino estava com oito meses de vida, o próprio Rodolfo apareceu na casa de sua ama e levou-o, para matá-lo. Foi Sultão quem, escarvando a terra com furor, encontrou o corpo do menino, enterrado pelo pai num lugar ermo de floresta próxima. (PP. 90 e 91)
40. Um dia – vinte e cinco anos após a morte de seu pai – Rodolfo procurou Padre Germano munido de uma ordem expressa para levá-lo, a fim de ser julgado pelos tribunais da Igreja e do Estado. O Padre não perdeu, então, a oportunidade de falar-lhe severamente, recordando a sucessão de crimes ligados à morte do seu pai, do conde de A... e de seu próprio filho. (P. 93)
41. A força moral do Padre Germano produziu, então, algo prodigioso, porque Rodolfo, já no dia seguinte, dirigiu-se com Berta até o local da sepultura de seu filho, para orar pela alma daquela criança. Chegados ao local, o casal ajoelhou-se sem dizer palavras. Estavam ambos agitados, pálidos, convulsos, olhando como que receosos para todos os lados. Berta orou; ele recostado ficou ao tronco, semioculto pela ramagem. Germano aproveitou o ensejo para conclamá-los ao arrependimento e à mudança de seus atos, e o fez com tal ardor, que Rodolfo prometeu voltar um dia. (PP. 94 a 98)
42. O cap. 9, intitulado “A Gargalhada”, Padre Germano descreve como foi o retorno de Rodolfo à aldeia. Dez meses haviam transcorrido, quando Rodolfo confessou ao Padre trazer o inferno dentro d’alma, porque havia um mês que maldita gargalhada lhe ressoava aos ouvidos. “Despachando com o rei, ou no meu gabinete como em qualquer festim, por toda parte, em suma, ouço sempre e sempre a gargalhada da pobre louca”, contou-lhe Rodolfo. (PP. 100 e 101)
43. A pobre louca era Elisa, a jovem bonita que desde a idade de quinze anos fora assediada por Rodolfo, dono das terras em que vivia o pai da jovem. Um dia, desesperada com a morte do seu marido, ela precipitou-se, unida ao cadáver do esposo, num abismo próximo, rindo sempre, sempre, diante de Rodolfo que a tudo assistira. (PP. 102 e 103)
44. Padre Germano não teve dúvidas e disse-lhe que chegara para ele o momento decisivo. Era preciso que Rodolfo passasse a viver ali, a seu lado: “É preciso que, dia e noite, ouças minha voz; se o não fizeres agora, não sei o que será de ti!” “És um monstro de iniquidade, tens feito derramar rios de lágrimas e essas lágrimas serão tua bebida no futuro, pela taça da dor. Teu porvir é horrível, tua expiação, ao que parece, não terá termo; mas tudo requer um princípio. Basta de crimes! Pensa em ti, Rodolfo, pensa em ti! Prepara-te para a tua jornada; vem para meu lado, que aqui não mais ouvirás o gargalhar da pobre louca!” (P. 103)
45. Padre Germano explicou-lhe, em seguida, o valor do arrependimento, enfatizando porém a necessidade do resgate e das obras. Era-lhe necessário saldar as contas, indispensável pagar as dívidas. Rodolfo, que tudo ouviu com grande atenção, prometeu retornar dentro de quinze dias, dessa vez de forma definitiva. (PP. 104 e 105)
46. No cap. 10, chamado “A Oração das Crianças”, Padre Germano fala do seu amor pelas crianças e assevera: “As crianças são a esperança do mundo, a encarnação do progresso, uma vez que tenham quem as guie pela espinhosa senda da vida”. O que a elas tem faltado, na generalidade das criaturas, diz Germano, é uma esmerada e sólida educação, um mentor que guie os seus passos nas escabrosas veredas da Terra. (PP. 108 a 111)
47. Nesse mesmo capítulo é narrado o caso do judeu que fugia da perseguição religiosa que se abateu na época sobre o seu povo. Padre Germano o acolheu em sua igreja e durante oito dias aquele homem descansou de suas dores. Depois, com a ajuda do Padre, pôde ele seguir na sua jornada, abençoado pelas preces feitas, a pedido do pároco, pelas crianças da aldeia. (PP. 112 a 114)
48. No cap. 11, “O Primeiro Passo”, Padre Germano narra feliz a vitória de Rodolfo, que conseguiu transformar-se em outro homem, graças à perseverante ajuda que o pároco lhe deu por mais de três anos e ao amor da pequena Delfina, a menina que Rodolfo apadrinhou e com quem ele agora passava horas e horas, como se tivesse no colo a própria filha. (PP. 117 a 123)
49. No mesmo capítulo, Padre Germano, fazendo perfeita distinção entre amor e desejo, mostrou a Rodolfo que, se o desejo constante da posse da mulher confunde o homem com o animal, o amor de uma mulher “pode ser a nossa redenção”. (P. 118).
50. A história de Lina e Gustavo, que tanto se amaram e, mesmo assim, não puderam colimar o sonho de um casamento na Terra, é a parte central do cap. 12, intitulado “O Amor na Terra”, aberto com uma triste reflexão do Padre Germano acerca dos gozos terrenos, que têm, segundo o pároco, por único legado – luto e lágrimas. (P. 124)
51. Padre Germano conhecia Lina e Gustavo desde que nasceram e foram por ele batizados. Enamorados desde a infância, seu casamento estava previsto para o dia em que Lina completasse dezessete anos – o rapaz era sete anos mais velho. A guerra, contudo, fez com que todos os rapazes da aldeia fossem incorporados ao exército, e Gustavo se foi. (PP. 127 e 128) (Continua na próxima edição.)

Respostas às questões preliminares

A. Por que Rodolfo rejeitou o filho que teve com Berta?
Berta fora desonrada por Rodolfo, que com ela se casou obrigado praticamente pelo padre Germano, que bem conhecia seus segredos. Aterrorizado, o rapaz acedeu e o casamento se fez. Algum tempo depois Berta deu à luz um menino de semblante contrafeito, espantosamente feio, que foi batizado secretamente, uma vez que, por honra da mãe, se conviera em ocultar o nascimento daquele menino vindo ao mundo com má estrela, pois sua mãe se horrorizava dele e Rodolfo repetia que não poderia dar seu nome a semelhante monstro. A criança foi, então, rejeitada. (Memórias do Padre Germano, pp. 89 e 90.)
B. A criança sobreviveu?
Sim. Padre Germano cuidou dela e, em seguida, a entregou a uma camponesa que residia próximo da aldeia. Mas, quando o menino estava com oito meses de vida, o próprio Rodolfo apareceu em casa de sua ama e levou-o, para matá-lo. Foi Sultão quem, escarvando a terra com furor, encontrou o corpo do menino, enterrado pelo pai num lugar ermo de floresta próxima. (Obra citada, pp. 90 e 91.)
C. Que motivo levou Rodolfo a buscar a ajuda do Padre Germano?
Rodolfo retornou à aldeia para dizer ao Padre que trazia o inferno dentro d’alma, porque havia um mês que maldita gargalhada lhe ressoava aos ouvidos. “Despachando com o rei, ou no meu gabinete como em qualquer festim, por toda parte, em suma, ouço sempre e sempre a gargalhada da pobre louca”, contou-lhe Rodolfo. A pobre louca era Elisa, uma jovem bonita que desde a idade de quinze anos fora assediada por Rodolfo, dono das terras em que vivia o seu pai. Um dia, desesperada com a morte do marido, Elisa precipitou-se, unida ao cadáver do esposo, num abismo próximo, rindo sempre, sempre, diante de Rodolfo que a tudo assistira. (Obra citada, pp. 100 a 103.) 
D. Que é que Padre Germano dizia sobre o arrependimento?
Foi durante sua exortação a Rodolfo para que mudasse de vida que Padre Germano explicou o valor do arrependimento, que é realmente importante na regeneração dos homens, mas enfatizou a necessidade também do resgate e das obras. Era-lhe necessário saldar as contas, indispensável pagar as dívidas. (Memórias do Padre Germano, pp. 103 a 105.)
E. A educação é realmente importante na vida de uma criança?
Sim. Padre Germano dizia que as crianças são a esperança do mundo e a encarnação do progresso, “uma vez que tenham quem as guie pela espinhosa senda da vida”. O que a elas tem faltado, na generalidade das criaturas, diz Germano, é uma esmerada e sólida educação, um mentor que guie os seus passos nas escabrosas veredas da Terra. (Obra citada, pp. 108 a 111.)

Nota:
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