Memórias do
Padre Germano
Amalia Domingo Soler
Parte 4
Continuamos o estudo metódico e sequencial do livro Memórias do Padre Germano, com base na
21ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo constitua para o
leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas
encontram-se no final do texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Qual é, segundo Padre Germano, o único patrimônio do
homem?
B. Que fato levou o duque Constantino de Hus a perder a
maior parte de seus bens?
C. Aconselhado pelo padre, o duque deu novo rumo à sua vida?
Texto para
leitura
26. Madalena não resistiu à força dos argumentos de Germano
e decidiu ficar ao lado dos seus, o que levou Padre Germano, encerrando o
capítulo, a dizer: “Oh! A família! – eterno idílio do mundo, tabernáculo dos
séculos, nos quais se guarda a história consagrada pelo alento divino de Deus!
A religião que te não respeita nem considera acima de todas as instituições da
Terra, tem menos poder e verdade que o floco de espumas levantado sobre as ondas
batidas do mar!” (P. 68)
27. O tempo – que para o Padre Germano é o único patrimônio
do homem – é o tema do cap. 7, em que ele narra mais uma façanha de Sultão, que
descobriu numa furna, escondido, um homem enfermo, que Miguel e Germano, com
dificuldades, conduziram até à sacristia. O homem era nada mais nada menos que
o duque Constantino de Hus, uma pessoa que o Padre conhecia muito bem por sua
triste fama, que se confirmou com sua confissão. (PP. 72 a 77)
28. Como Constantino desejava um filho, que nenhuma das
três esposas lhe deu, ele obrigou 36 jovens, filhas de vassalos seus, a cederem
a seus desejos, sem contudo conseguir o desejado filho. Assim, dos três
casamentos lhe ficaram três filhas, duas obrigadas a entrar para um convento,
enquanto a mais velha permanecera a seu lado, para tornar-se o pivô de uma
tragédia, visto que um homem socialmente mais poderoso do que ele a seduzira,
abandonando-a, em seguida. (P. 77)
29. Certo de que o duque, ciente dessa injúria, procuraria
vingar-se, o algoz de sua filha acusou-o de chefiar uma sedição e despojou-o,
por causa disso, da maior parte de seus bens. Na luta entre ambos, Constantino
perdera. Eis a razão por que chegara à aldeia na condição de simples fugitivo,
embora sedento de vingança. (PP. 77 e 78)
30. Ao conversar com o infeliz, Padre Germano se viu
rodeado de seres espirituais, enquanto que uma sombra lutuosa acercava-se do
duque, chorando desconsoladamente. Era o Espírito de sua pobre mãe. (P. 79)
31. Padre Germano falou-lhe então sobre a necessidade de
sua transformação em face da vida eterna. “Tu viverás”, afirmou-lhe Germano,
acrescentando: “e pagarás uma por uma as dívidas que contraíste, até chegar o
dia de te tornares senhor de ti mesmo; hoje escravo de tuas paixões, amanhã
serás delas senhor e as dominarás com previdência, tal como tenho as minhas
dominado.” (PP. 80 e 81)
32. Advertindo-o sobre a presença de sua mãe, que ali o
conduzira para iniciar a sua regeneração, Padre Germano conseguiu o que parecia
impossível: a adesão de Constantino de Hus ao programa que ele lhe traçara. De
fato, um mês depois Constantino retornou à aldeia, acompanhado do mais fiel dos
seus servos, que, como ele, parecia um etíope, visto que até mesmo na
fisionomia Constantino decidira apagar em si todos os vestígios que o ligavam à
Casa de Hus. (P. 83)
33. Quatro anos depois, alguns camponeses desolados vieram
avisar Padre Germano de que o Sr. João (o novo nome de Constantino) estava
morrendo. Na granja que ele construiu, beneficiando uma porção de famílias, reinava
completa desolação e algumas mulheres até mesmo choravam, ao pressentirem a
morte próxima de seu benfeitor. (PP. 83 e 84)
34. Quando Germano penetrou no quarto do enfermo, ele,
tomando-lhe uma das mãos, disse em tom solene: “Padre, vossa profecia vai
cumprir-se: vou morrer; porém, serei chorado; vejo a perturbação dessa pobre
gente; alguns gemidos chegam até mim... Ah! como é bom ser amado! Sobre a mesa
encontrareis meu testamento. Meus colonos são os meus herdeiros. Ah! Padre
Germano, por que não vos conheci eu desde que nasci? Que bom é ser bom, meu
Padre...” Dito isto, morreu o último dos duques de Hus, cuja sepultura ficou
juncada de flores... (P. 84) (Continua na
próxima edição.)
Respostas às
questões preliminares
A. Qual é,
segundo Padre Germano, o único patrimônio do homem?
O tempo, esse é o único patrimônio do homem e todos os
recebem da vida em igual quantidade. Depende unicamente de nós utilizá-lo
corretamente. (Memórias do Padre Germano,
pp. 72 e 73.)
B. Que fato
levou o duque Constantino de Hus a perder a maior parte de seus bens?
O duque tivera, dos seus três casamentos, apenas três
filhas. Duas foram obrigadas a entrar para um convento, enquanto a mais velha
permanecera a seu lado. Mas um homem, socialmente mais poderoso do que ele, a
seduzira, abandonando-a, em seguida. Certo de que o duque, ciente dessa
injúria, procuraria vingar-se, o algoz de sua filha acusou-o de chefiar uma
sedição e despojou-o, por causa disso, da maior parte de seus bens. Na luta
entre ambos, Constantino perdera. (Obra citada, pp. 77 e 78.)
C. Aconselhado
pelo padre, o duque deu novo rumo à sua vida?
Sim. Advertindo-o sobre a presença de sua mãe, que ali o
conduzira para iniciar a sua regeneração, Padre Germano conseguiu o que parecia
impossível: a adesão de Constantino de Hus ao programa que ele lhe traçara.
Quatro anos depois, alguns camponeses desolados vieram avisar Padre Germano de
que o Sr. João (novo nome de Constantino) estava morrendo. Na granja que ele
construiu, beneficiando uma porção de famílias, reinava completa desolação e
algumas mulheres até mesmo choravam, ao pressentirem a morte próxima de seu
benfeitor. Quando Germano penetrou no quarto do enfermo, ele, tomando-lhe uma
das mãos, disse em tom solene: “Padre, vossa profecia vai cumprir-se: vou
morrer; porém, serei chorado; vejo a perturbação dessa pobre gente; alguns
gemidos chegam até mim... Ah! como é bom ser amado! Sobre a mesa encontrareis
meu testamento. Meus colonos são os meus herdeiros. Ah! Padre Germano, por que
não vos conheci eu desde que nasci? Que bom é ser bom, meu Padre...” Dito isto,
morreu o último dos duques de Hus, cuja sepultura ficou juncada de flores. (Obra citada, pp. 83 e 84.)
Nota:
Links que remetem aos textos anteriores:
Parte 1 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/08/iniciacao-aos-classicos-espiritas_25.html
Parte 2 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/09/iniciacao-aos-classicos-espiritas.html
Parte 3 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/09/iniciacao-aos-classicos-espiritas_8.html
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