Imprevisível ou inesperado, o acaso não existe
Um amigo perguntou-nos nesta semana o que o
Espiritismo nos diz acerca do chamado acaso.
Primeiramente, é bom lembrar que a ideia de que
somente o acaso pode explicar certos acontecimentos de nossa vida é muito mais
comum do que se pensa.
A esse tema o historiador austríaco Erik
Durschmied dedicou o livro Fora de
Controle – Como o Acaso e a Estupidez Mudaram a História do Mundo, no qual
afirma que a decisão de despejar a primeira bomba atômica sobre Hiroshima foi
fruto de puro acaso. O mau tempo – simplesmente o mau tempo – é que teria poupado
as outras cidades, o que levou o historiador a concluir: “Por um capricho da
natureza, uma cidade foi escolhida para ser destruída”.
Assunto de vários estudos de pensadores espíritas
encarnados e desencarnados, o acaso não existe. Aliás, esse pensamento já era
defendido pelo filósofo Jâmblico, que afirmava, tantos séculos atrás, que não
existe acaso nem fatalidade, mas uma justiça inflexível que regula a existência
de todos os seres.
Filho de uma abastada família da Síria meridional,
Jâmblico (245 d.C.-325 d.C.) foi desde cedo instruído na filosofia clássica. A
tradição atribui-lhe como primeiro professor um desconhecido Anatólio, que o
teria enviado a Roma, aos cuidados de Porfírio, para que ele aprendesse a
filosofia neoplatônica de Amônio Sacas e Plotino. Ao regressar a seu país,
Jâmblico fundou a escola neoplatônica da Síria, tendo como seus maiores
expoentes posteriores o filósofo Proclo (da escola neoplatônica de Atenas) e o
Imperador Juliano, o Apóstata.
Se alguns se veem em meio a aflições, dizia
Jâmblico, não é em virtude de uma decisão arbitrária da Divindade, mas
consequência inelutável das faltas anteriores, antecipando-se desse modo à doutrina
espírita, que nos ensina que a vida é causal, não casual.
O que muitos pensadores, antes do advento do
Espiritismo, ignoravam é que os Espíritos influenciam de forma clara nos
acontecimentos da vida, e essa influência, conforme aprendemos na doutrina
espírita, é muito maior do que podemos imaginar.
Estaria aí um dos motivos da realização de certas
coisas aparentemente casuais, como Joanna de Ângelis explica no texto seguinte,
extraído do cap. 3 de seu livro Alerta,
obra psicografada por Divaldo P. Franco, em que ela analisa os acontecimentos
que nós consideramos inesperados ou imprevisíveis:
“O imprevisível é a presença divina, surpreendendo
a infração.
“O insuspeitável pode ser considerado como a
interferência divina sempre vigilante.
“O inesperado deve ser levado em conta como a
ocorrência divina trabalhando pela ordem.”
O acaso não deveria, pois, ser cogitado por nós em
momento nenhum, seja qual for a circunstância em que os acontecimentos de nossa
vida se manifestem.
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