sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018






Cristianismo e Espiritismo

Léon Denis

Parte 11

Continuamos o estudo do livro Cristianismo e Espiritismo, que estamos realizando com base na 6ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, tradução de Leopoldo Cirne.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. Em que consiste o fenômeno da escrita mediúnica?
B. Como se constituiu a doutrina do Espiritismo?
C. Como a identidade dos Espíritos pode ser aferida nas comunicações escritas?

Texto para leitura

141. Mais comum que o precedente, é o fenômeno da escrita mediúnica. O sensitivo, sob um impulso oculto, traça no papel comunicações, mensagens em cuja redação o seu pensamento e vontade tiveram parte mínima. Puramente mecânica em certos médiuns, no maior número é ela semimecânica; neste caso o braço e o cérebro são igualmente influenciados. (P. 179)
142. O autor apresenta 6 exemplos de mensagens obtidas pela escrita mediúnica. Numa delas, assinada pelo Espírito de Jerônimo de Praga, este aconselha: “Ensinai a prece à criança, desde o berço! Todo ser, mesmo no extravio das paixões, conserva a lembrança da impressão recebida no limiar da vida...” (P. 181)
143. Falando sobre a reencarnação, o Espírito de um ex-pastor afirma que o progresso social dará um passo imenso quando a ideia da reencarnação se houver novamente senhoreado da mentalidade humana. “As misérias e provações do homem lhe parecerão menos dolorosas, porque terão para ele um sentido positivo.” (P. 185)
144. Oliver Lodge descreveu numa reunião realizada em 30 de janeiro de 1908, na Sociedade de Investigações Psíquicas, de Londres, um novo processo de comunicação com os Espíritos, sob o nome de cross-correspondence, isto é, o recebimento por um médium de parte da comunicação, sendo a outra parte recebida por outro médium, não podendo cada uma dessas partes ser compreendida sem a adjunção da outra. [1] (PP. 187 e 188)
145. Os ingleses fundaram um escritório de comunicações regulares com o outro mundo, organizado pelo escritor W. Stead, em Londres, a pedido de uma amiga desaparecida, srta. Júlia Ames, que se propôs vir em auxílio não só dos desencarnados que procuram contatos com seus familiares, mas dos encarnados acabrunhados com a perda de um ente caro. (P. 188)
146. Foi com comunicações extraordinárias, animadas de um sopro vigoroso e que trazem o cunho de Espíritos verdadeiramente superiores, que se constituiu a doutrina do Espiritismo. (P. 190)
147. Os fenômenos de escrita direta ou automática são completados e confirmados pelos fatos de incorporação. Nestes, os Espíritos já não se contentam com órgãos de um médium adormecido. Este, mergulhado por eles em um sono magnético, abandona o seu invólucro a entidades invisíveis, que dele se apoderam para conversar com os assistentes. (P. 190)
148. Por esse meio, sugestivas conversações são entabuladas entre os Espíritos e seus parentes e amigos deixados na Terra, e a identidade aí se verifica pela forma dos caracteres traçados, pela analogia das assinaturas, pelo estilo e até pelos erros de grafia habituais a esses Espíritos, tornando-se ainda mais evidente essa identidade nos fenômenos de incorporação. (P. 190)
149. Falando sobre sua própria experiência no campo da mediunidade, onde contou por muito tempo com dois médiuns de incorporação, o autor diz que essa íntima comunhão com o mundo invisível descerrou-lhe infinitas perspectivas ao pensamento, influiu em todos os seus atos, esclareceu com uma luz intensa a trilha de sua existência. (PP. 192 e 193)
150. As provas da realidade das manifestações não se obtêm em poucos dias. Crookes, Zöllner, Lombroso, Myers e outros sábios estudaram a questão por longos anos e não se contentaram em assistir a algumas poucas sessões. (P. 194)
151. Entre as teorias lançadas à circulação para explicar os fenômenos espíritas, a da alucinação ocupa sempre o maior lugar. Perdeu, entretanto, toda a razão de ser, à vista das fotografias de Espíritos obtidas por Aksakof, Crookes e outros. (P. 194)
152. Os médiuns, escrevendo de forma automática, não são mergulhados em sono hipnótico. É no estado de vigília, na plenitude de suas faculdades e do seu “eu” consciente, que os médiuns escrevem, sob o impulso dos Espíritos. (P. 198)
153. Nas experiências de Pierre Janet há sempre um hipnotizador em ligação magnética com o sensitivo. Não é isso que se dá nas sessões espíritas; nem o evocador, nem os assistentes atuam sobre o médium. (P. 198)
154. Não se conseguiria, mediante a sugestão, fazer que analfabetos escrevam, nem se poderia provocar a aparição de mãos e formas humanas, nem ainda a escrita em ardósias trazidas por observadores que não as largam um só momento. (P. 198) (Continua na próxima edição.)  

[1] Foi assim que Chico Xavier e Waldo Vieira psicografaram o livro Evolução em Dois Mundos, recebido em cidades diferentes no primeiro semestre de 1958.

Respostas às questões preliminares

A. Em que consiste o fenômeno da escrita mediúnica?
Nesse fenômeno, o sensitivo, sob um impulso oculto, traça no papel comunicações e mensagens em cuja redação o seu pensamento e vontade têm parte mínima. Puramente mecânica em certos médiuns, no maior número é ela semimecânica; neste caso o braço e o cérebro são igualmente influenciados. (Cristianismo e Espiritismo, cap. IX, p. 179.)
B. Como se constituiu a doutrina do Espiritismo?
Foi com comunicações extraordinárias, animadas de um sopro vigoroso e que trazem o cunho de Espíritos verdadeiramente superiores, que se constituiu a doutrina do Espiritismo, da qual participaram dezenas de médiuns de procedências diversas. (Obra citada, cap. IX, pp. 190.)
C. Como a identidade dos Espíritos pode ser aferida nas comunicações escritas?
A identidade dos Espíritos aí se verifica pela forma dos caracteres traçados, pela analogia das assinaturas, pelo estilo e até pelos erros de grafia habituais a esses Espíritos, tornando-se ainda mais evidente essa identidade nos fenômenos de incorporação. (Obra citada, cap. IX, pp. 190.)

Nota:
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