sábado, 6 de abril de 2019




Perante o livre-arbítrio

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Em conversa com Emmanuel, Machado de Assis indagou-lhe:
— Bondoso apóstolo desencarnado do Cristo, algo que alguns teóricos atuais do espírito têm contestado é o livre-arbítrio humano. Que achas disso?
Em resposta, ouviu do ex-mentor espiritual de Chico Xavier o seguinte:
— Sinto-me muito pequenino, meu caro Bruxo do Cosme Velho, para ser cognominado de “apóstolo do Cristo”. Ainda possuo grandes débitos do passado a quitar com o Senhor Supremo da Vida. Entretanto, responder-te-ei conforme o entendimento corrente nesta cidade espiritual onde nos encontramos e na qual venho obtendo, em séculos de estudo, os conceitos que transmiti ao bondoso médium mineiro.
Alega-se que se é tão livre na Terra quanto um papagaio na gaiola. E as pessoas que assim pensam negam o livre-arbítrio com base no grande número de grilhões que lhes tolhem a liberdade, quais sejam: deveres familiares,  regras de convivência social, atribuições trabalhistas,  legislação... Olvidam, porém, que sem disciplina não há escola que permaneça de pé.
Ocorre, ainda, que nem sempre nossa liberdade de fazer o que queiramos condiciona-se à de fazer o que devemos. Daí decorrem os males da alma e do corpo.
Por isso mesmo, o apóstolo Paulo escreveu: “Não vos iludais; de Deus não se zomba. O que o homem semear, isso colherá: quem semear na sua carne, da carne colherá corrupção; quem semear no espírito, do espírito colherá a vida eterna. Não desanimemos na prática do bem, pois, se não desfalecermos, a seu tempo colheremos” (BÍBLIA de Jerusalém. Aos Gálatas: 6:7-9).
Foi então que entrei na conversa e disse a Emmanuel e ao Bruxo:
— Quando jovem, fui intuído a compor letra musical soprada ao meu ouvido, que intitulei de Cuidado com as pedras!
Em resposta, o ex-guia espiritual do Chico pediu-me:
— Encaminha-a aos teus leitores, para que entendam melhor o que é livre-arbítrio.
— Não me faço rogado. Eis a letra:

Eu preciso caminhar,
Mas, vigilante, tenho que
Olhar o chão que for pisar
Para ao solo não cair.

“Cuidado com as pedras
Que encontrares no caminho,
Cuidado, também,
Que poderás pisar espinho.”

Meu protetor me disse isso
Que acabei de lhes dizer
E, prevenindo-os, eu quero
Também então me precaver.

“Cuidado com as pedras
Que encontrares no caminho,
Pois podes cair
E ter que te erguer sozinho.”
Nós precisamos vigiar
A nossa estrada a seguir,
Porque o mal está no ar
E quer até nos destruir.

Precisas andar
No caminho que conduz
Em cada vitória
Mais um passo até Jesus.

Eu preciso caminhar,
Mas, vigilante, tenho que
Olhar o chão que for pisar — bis
Para ao solo não cair.

Só então vim a saber que a composição musical me fora inspirada pelo Bruxo quando eu estava com cerca de vinte anos de idade. Com lágrimas nos olhos, despedimo-nos.
A música da letra vai depois, a pedido, desde que meus créditos sejam respeitados. Entretanto, a quem possa interessar, esclareço que a composição mais parece um mantra...






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