Como nós espíritas vemos o aborto
O aborto é, segundo o Espiritismo, um
doloroso crime. Uma mãe ou quem quer que seja cometerá crime sempre que tirar a
vida a uma criança antes do seu nascimento, porque impede ao reencarnante
passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava
formando.
Podem-se destacar três erros no
procedimento dessas mães.
Primeiro: Impede que um Espírito
reencarne e, por conseguinte, progrida.
Segundo: Recusa a chegada de um filho
que talvez represente o instrumento que Deus tenha dado aos pais para ajudá-los
na jornada evolutiva, através dos cuidados, das renúncias, das preocupações e
trabalhos que teriam.
Terceiro: Transgride o mandamento
divino “Não matarás”, sem dar à vítima a menor chance de defesa.
O aborto delituoso é, como se vê, a
negação do amor. Esmagar uma vida que desponta, plena de esperança; impedir a
alma de reingressar no mundo corpóreo; negar ao Espírito o ensejo do reajuste
representa, em qualquer lugar, situação e tempo, uma prática inominável, de
prolongadas e dolorosas consequências para o psiquismo humano.
Em muitos países, o aborto sem causa
justa – e por causa justa devemos considerar somente o chamado aborto
terapêutico, que objetiva salvar a vida da gestante – encontra amparo na lei,
mas, de acordo com a Doutrina Espírita, ele jamais encontrará justificativa
perante Deus, a não ser em casos especialíssimos, como o citado, em que o
médico honrado, sincero e consciente entende que a continuação da gravidez põe
em perigo a vida da gestante.
Devido às suas inúmeras implicações, o
aborto delituoso é um dos grandes fornecedores das moléstias de etiologia
obscura e das obsessões catalogáveis na patologia da mente, que ocupam vastos
departamentos de hospitais e prisões da Terra.
Diz Joanna de Ângelis que a mulher que
o promove ou que venha a coonestar semelhante delito é constrangida, por leis
irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico de sua alma,
predispondo-se a dolorosas enfermidades, como a metrite, o vaginismo, a
metralgia, o enfarte uterino ou a tumoração cancerosa, flagelos esses com os
quais, muita vez, desencarna, demandando o Além para responder perante a
Justiça divina pelo crime praticado.
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