Dramas presenciados na Cidade Maravilhosa
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Estivemos na sede histórica da
Federação Espírita Brasileira (FEB) no Rio de Janeiro, na semana passada (de 25
a 28/7/2019). Ali, fui honrado com convite da diretora Dra. Regina, nossa
amiga, para falar sobre o tema Liberdade
e responsabilidade, na manhã de sábado.
Não fique enciumado, leitor amigo,
talvez você ou a amiga leitora tenham muito mais mérito e capacidade do que eu
para tão imensa glória. Obrigado, Senhor! Grato, Ismael!
Antes de chegar à FEB, ainda na avenida
Passos, avistei cena comovente: caído na última faixa à esquerda da pista,
jazia um jovem magro, de cerca de vinte anos, próximo à calçada e cercado de
pessoas compadecidas, que isolaram o local, para que as viaturas que passavam
velozes não lhe passassem por cima. Com as patas sobre seu corpo, protegendo
seu amado dono, estava lindo cão da raça Rottweiler, ou parecida, de belos e
lisos pelos negros.
Aproximei-me das pessoas generosas, que
o observavam. O jovem estava desacordado. Atrás de sua cabeça, pequena poça de
sangue. Pensei no que poderia ser feito para auxiliar, além do que já havia
sido feito. Aproximei-me de um senhor que ainda estava com o celular na mão e
perguntei-lhe se já havia chamado uma ambulância. Ele respondeu-me que sim.
Tranquilizei-me ao ver que todas as providências para o socorro ao jovem já
haviam sido tomadas e, atendendo ao chamado da esposa, seguimos em frente, pois
dali a uma hora seria iniciada a reunião na Casa de Ismael.
Em minha mente, porém, ficou registrada
a imagem do jovem caído, das pessoas que o socorreram e aguardavam seu
transporte ao hospital mais perto e, sobretudo, do zeloso cão, que não
abandonara seu dono em nenhum instante. Triste rotina do Rio de Janeiro.
Terminada nossa exposição na FEB,
seguimos de carro à casa da Clara Lila, nossa amiga e ex-colega do Centro
Universitário de Brasília (UniCEUB), onde exercemos juntos o magistério por
longos anos. Quem nos levava, junto com sua alma grandiosa e a filha Alice, era
a Dra. Regina.
Ambas, atualmente, são vizinhas de
bairro. Regina e filha também haviam sido convidadas, tanto quanto eu e
Lourdes, minha esposa, ao almoço no fraterno lar da Clara. Seu apartamento fica
próximo da sede do meu clube do coração: Fluminense.
Na ida para Laranjeiras, Regina
precisou dar passagem a um carro policial, que encostou em frente da praça
situada à nossa esquerda. Um agente da polícia desceu do carro e abordou um
“pobre diabo” sem camisa, aparentando ter mais de cinquenta anos e estar
embriagado. Como, mais adiante, o semáforo fechara para nós, observei rapidamente
a abordagem. O agente parecia muito nervoso, enquanto o senhor, franzino e
desconexo, tentava argumentar alguma coisa com aquele. Inutilmente...
De repente, surgiu outro policial
apontando um rifle para o homem, completamente indefeso, e passou a surrá-lo
impiedosamente. Depois, não sei mais o que aconteceu, pois o sinal abriu e
nosso carro partiu dali.
Detesto covardia, venha de onde vier.
Em minha mente, a imagem do brutamontes estapeando o indefeso cidadão. Isso não
significa que eu ignore o que os malandros do Rio e de outras cidades aprontam
no cotidiano urbano. Mas daí a agredir brutalmente alguém, que estava sem a
mínima chance de defesa, é extrapolar muito o dever de zelar pela segurança da
população.
Por todos eles, continuo orando.
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