sexta-feira, 30 de agosto de 2019




O porquê da vida

Léon Denis

Parte 10

Damos sequência ao estudo do clássico O porquê da vida, de Léon Denis, com base na 14ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira. O estudo será aqui apresentado em 13 partes.
Nossa expectativa é que ele sirva para o leitor como uma forma de iniciação ao estudo dos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

Questões preliminares

A. Como o Espiritismo nos recomenda encarar o sofrimento?
B. O purgatório localiza-se onde?
C. O Espiritismo é apenas uma ciência?

Texto para leitura

121. Passada a tormenta, dissipar-se-ão as nuvens sombrias que nos escurecem o céu. Um límpido raio de sol brilhará sobre as ruínas acumuladas e uma era nova começará para a Humanidade. Grandes coisas então se realizarão. Almas poderosas reencarnarão entre nós para dar vigoroso impulso à ascensão geral. A consciência humana se desembaraçará das peias do materialismo. A Filosofia se espiritualizará. (PP. 113 e 114)
122. No seu artigo de ataque ao Espiritismo, já referido antes, o padre Coubé faz a apologia do inferno, afirmando: “O Inferno não é em si mesmo uma crueldade, pois que a crueldade consiste em fazer sofrer um ente para gozar com o seu sofrimento, portanto, além do que ele merece e do que a ordem reclama”. Responderemos a ele: “É sempre cruel infligir a um ser sofrimentos que não tenham a leni-los nenhuma esperança e que não comportam resultado algum”. (P. 116)
123. Em todo o Universo, o sofrimento é, sobretudo, um meio educativo e purificador. Considerando-o como uma expiação temporária, do ponto de vista da justiça divina e segundo o Espiritismo, ele se nos mostra como um processo de evolução, pois que, desenvolvendo em nós a sensibilidade, nos aumenta a vida, tornando-a mais intensa, ao passo que, com as penas eternas, o sofrimento não é mais do que uma baixa vingança, uma crueldade inútil. (P. 116)
124. Ora, Deus nada faz sem objetivo, e o seu objetivo é sempre grandioso, generoso, benéfico para suas criaturas. (P. 116)
125. Aliás, o padre Coubé não deve ignorar que a maioria dos teólogos hão renunciado à teoria das penas eternas e que já está reconhecido e firmado que a palavra hebreia que se traduziu por eterno não significa sem-fim, mas apenas longa duração. (P. 116)
126. A Terra, eis o purgatório verdadeiro, o inferno temporário. O sofrimento do Espírito na vida do espaço não pode ser senão moral. Resulta da ação da consciência que desperta imperiosa, mesmo que se trate das almas mais atrasadas. (P. 117)
127. Em meio de tantas obscuridades acumuladas pela Igreja no decurso dos séculos, não admira que a pobre Humanidade se tenha extraviado e erre, sem bússola, à mercê das tempestades da paixão, da dúvida, do desespero. (P. 117)
128. Com o Espiritismo, nada de afirmações sem provas, porque ele repousa sobre um conjunto de fatos e de testemunhos que, crescendo continuamente, lhe assegura o seu lugar na Ciência e lhe prepara esplêndido porvir. Todas as descobertas recentes da Física e da Química vieram confirmar suas experiências. (PP. 117 e 118)
129. O Espiritismo é, pois, ao mesmo tempo uma ciência e uma fé. Como fé, pertencemos ao Cristianismo, não a esse cristianismo desfigurado, apoucado, rebaixado pelo fanatismo, mas à Religião que une o homem a Deus em espírito e verdade. Não nos passa pela mente fundar um novo evangelho. O de Jesus nos basta plenamente. (P. 118)
130. Se um dia o grande ideal desejado pelos sábios e entrevisto por todos os inovadores vier a realizar-se pelo acordo entre a Ciência e a Fé, a Humanidade deverá isso ao Espiritismo, às suas investigações laboriosas, à sua filosofia consoladora e elevada. Graças a ele é que se cumprirá a bela profecia de Claude Bernard: “Virá o momento em que o sábio, o pensador, o poeta e o sacerdote falarão a mesma linguagem”. (P. 119)
131. Lançando um olhar de conjunto sobre a obra da Igreja Católica Romana, podemos dizer que, malgrado as suas manchas e sombras, é bela e grande a sua história. Nas épocas de barbaria, foi ela o asilo do pensamento e das artes e, por séculos, a educadora do mundo. Mas a obra da Igreja teria sido incomparavelmente mais bela, mais eficaz, se houvesse ensinado sempre a verdade em toda a sua plenitude, se houvesse feito luz completa sobre o destino humano. (P. 119)
132. Se isso tivesse sido feito, não veríamos a indiferença, o ceticismo e o materialismo se espalharem, nem tantas revoltas, tantos desesperos e suicídios. E a Terra não assistiria a tantas paixões, tantas cobiças e tantos furores se desencadearem à volta dos que aqui residem. (P. 120)

Respostas às questões preliminares

A. Como o Espiritismo nos recomenda encarar o sofrimento?
O sofrimento deve ser encarado, sobretudo, como um meio educativo e purificador. Numa perspectiva espírita, ele se nos mostra como um processo de evolução, pois que, desenvolvendo em nós a sensibilidade, aumenta-nos a vida e a torna mais intensa, ao passo que, com a eternidade das penas, o sofrimento não é mais do que uma baixa vingança, uma crueldade inútil. (O porquê da vida, pág. 116.)
B. O purgatório localiza-se onde?
Na concepção espírita, a Terra é o purgatório verdadeiro, o inferno temporário. O sofrimento do Espírito na vida do espaço não pode ser senão moral. Resulta da ação da consciência que desperta imperiosa, mesmo que se trate das almas mais atrasadas. (Obra citada, pág. 117.)
C. O Espiritismo é apenas uma ciência?
Não. O Espiritismo - diz Léon Denis - é, ao mesmo tempo, uma ciência e uma fé. Como fé, pertence ao Cristianismo, não a esse cristianismo desfigurado, apoucado, rebaixado pelo fanatismo, mas à Religião que une o homem a Deus em espírito e verdade. Não passa pela mente dos espíritas fundar um novo evangelho. O de Jesus lhes basta plenamente. (Obra citada, pág. 118.)


Observação:
Eis os links que remetem aos textos anteriores:





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