O porquê da
vida
Léon Denis
Parte 6
Damos sequência ao estudo do clássico O porquê da vida, de Léon Denis, com base na 14ª edição publicada
pela Federação Espírita Brasileira. O estudo será aqui apresentado em 13
partes.
Nossa expectativa é que ele sirva para o leitor como uma
forma de iniciação ao estudo dos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto abaixo.
Questões preliminares
A. Os fatos espíritas foram importantes para a assimilação
da doutrina?
B. Como Léon Denis descreve a sociedade de seu tempo?
C. Que é que a doutrina espírita nos solicita?
Texto para
leitura
66. Os ensinos que vimos foram-nos trazidos pelo
Espiritismo, e não são outros senão os do Cristianismo primitivo, desprendidos
das formas materiais do culto, despojados dos dogmas, das falsas
interpretações, dos erros com que os homens velaram e desfiguraram a filosofia
do Cristo. (P. 49)
67. Entretanto, apesar do grande valor dessa doutrina, o
homem deste século, profundamente cético e imbuído de preconceitos, não lhe
teria ligado importância se os fatos não viessem corroborá-la. Para abalar o
espírito humano superficial e indiferente, eram precisas as manifestações
materiais, estrondosas. Eis por que, por volta do ano 1850, em meios
diferentes, móveis de toda a espécie foram agitados, soaram pancadas fortes nas
paredes, corpos pesados se deslocaram, seguindo-se a esses fatos fenômenos mais
inteligentes. (N.R.: A data inicial dos
fatos espíritas modernos é, em verdade, 31-3-1848, e seu palco foi o povoado de
Hydesville, nos Estados Unidos da América do Norte, sendo médiuns as irmãs
Fox.) (P. 50)
68. Os fatos psíquicos sucederam às manifestações de ordem
física; médiuns escreventes, oradores, sonâmbulos e curadores se revelaram;
aparições visíveis e tangíveis se produziram, e a existência dos Espíritos
tornou-se incontestável. (P. 50)
69. Apareceu, então, para a Humanidade uma nova doutrina,
apoiada, de um lado, nas tradições do passado, na universalidade dos princípios
que se encontram na origem de todas as religiões e da maior parte das
filosofias, e, de outro, nos inumeráveis testemunhos e fatos observados em
todos os países por homens de todas as condições. (P. 50)
70. Coisa notável! Esta ciência, esta filosofia nova, simples
e acessível a todos e livre de todos os aparatos e formas de culto,
apresenta-se na ocasião propícia, em que as velhas crenças se enfraquecem, no
momento em que o sensualismo se espalha qual praga imensa, quando os costumes
se corrompem e os laços sociais se afrouxam... (PP. 50 e 51)
71. Qualquer observador refletido concordará em que a
sociedade moderna atravessa uma crise temerosa. (N.R.: Léon Denis escreveu este livro há mais de cem anos e parece que
foi hoje.) Profunda decomposição a corrói surdamente. O amor do lucro, o
desejo dos gozos, tornam-se cada dia mais aguçados e ardentes. Deseja-se
possuir a todo custo. Todos os meios são bons para se adquirir o bem-estar, a
fortuna, único alvo que julgam digno da vida. (P. 51)
72. A situação dos pequenos, dos humildes, é dolorosa – e
estes, muitas vezes atirados às trevas morais, onde não vislumbram uma
consolação, buscam no suicídio o termo de seus males. (P. 51)
73. A Ciência é impotente para conjurar o mal, erguer os
caracteres, curar as feridas. Na verdade, as ciências da época tratam apenas de
assuntos superficiais da Natureza, reunindo fatos, oferecendo ao espírito
humano uma soma de conhecimentos sobre o objeto que lhe é próprio. (P. 52)
74. A Ciência por excelência, essa que da série dos fatos deve
remontar à causa que os produz, que deve ligar, unir as ciências diversas em
grandiosa e magnífica síntese, fazendo despontar uma concepção geral da vida,
fixar nossos destinos, desprender uma lei moral, uma base de melhoramento
social – essa Ciência não existe ainda. (P. 52)
75. Se as religiões agonizam, se a fé desaparece, se a
Ciência é impotente para fornecer ao homem o ideal necessário, a fim de regular
sua marcha e melhorar a sociedade, devemos desesperar-nos? Não; porque uma
doutrina de paz, de fraternidade e progresso desce a este mundo perturbado e
vem apaziguar os ódios selvagens, acalmar as paixões, ensinar a todos a
solidariedade, o perdão e a bondade. (PP. 52 e 53)
76. Essa doutrina abre ao Espírito as perspectivas radiosas
dum progresso sem limites e diz a todos: Vinde a mim, eu vos animarei, vos
consolarei, vos tornarei mais doce a vida, mais fáceis a coragem e a paciência,
mais suportáveis as provas. Povoarei de bastante claridade vosso caminho escuro
e tortuoso. Aos que sofrem, dou a esperança; aos que procuram, concedo a luz;
aos que duvidam e desesperam, ofereço a certeza e a fé. (P. 53)
77. Dizendo isso, ela nos conclama: Sede irmãos,
ajudai-vos, sustentai-vos na vossa marcha coletiva. Vosso alvo é mais elevado
que o desta vida material e transitória. Procurai portanto merecê-lo por vossos
esforços e trabalhos. (P. 53)
78. No dia em que for compreendida e praticada essa
doutrina, fonte inesgotável de consolações, a Humanidade será grande e forte.
Então, a inveja e o ódio ficarão extintos; o poderoso, sabendo que foi fraco e
pode tornar a sê-lo, tornar-se-á mais caritativo e afável para com seus irmãos.
A Ciência, fecundada pela nova filosofia, expelirá as superstições e as trevas.
Não mais haverá ateus ou céticos. Uma fé simples, grandiosa, fraternal se
estenderá sobre as nações e fará cessar os ressentimentos e as rivalidades
profundas. E a Terra, desembaraçada dos flagelos que a devoram, elevar-se-á
cada vez mais na escala dos mundos. (PP. 53 e 54)
Respostas às
questões preliminares
A. Os fatos
espíritas foram importantes para a assimilação da doutrina?
Sim. Apesar do grande valor da doutrina espírita, o homem
do século 19, profundamente cético e imbuído de preconceitos, não lhe teria
ligado importância se os fatos não viessem corroborá-la. Para abalar o espírito
humano superficial e indiferente, eram precisas as manifestações materiais,
estrondosas. Eis por que, a partir do ano de 1848, em meios diferentes, móveis
de toda a espécie foram agitados, soaram pancadas fortes nas paredes, corpos
pesados se deslocaram, seguindo-se a esses fatos fenômenos mais inteligentes.
Os fatos psíquicos sucederam às manifestações de ordem física; médiuns
escreventes, oradores, sonâmbulos e curadores se revelaram; aparições visíveis
e tangíveis se produziram, e a existência dos Espíritos tornou-se
incontestável. (O porquê da vida,
pág. 50.)
B. Como Léon
Denis descreve a sociedade de seu tempo?
Diz Denis que a sociedade de seu tempo atravessava uma
crise temerosa. Profunda decomposição a corroía surdamente. O amor do lucro, o
desejo dos gozos, tornavam-se cada dia mais aguçados e ardentes. Desejava-se
possuir a todo custo. Todos os meios eram considerados bons para se adquirir o
bem-estar e a fortuna, único alvo que se julgava digno da vida. A situação dos
pequenos, dos humildes, era, por sua vez, dolorosa e estes, muitas vezes
atirados às trevas morais, onde não vislumbravam uma consolação, buscavam no
suicídio o termo de seus males. (Obra citada, pp. 50 e 51.)
C. Que é que a
doutrina espírita nos solicita?
Ela nos solicita: Sede irmãos, ajudai-vos, sustentai-vos na
vossa marcha coletiva. Vosso alvo é mais elevado que o desta vida material e
transitória. Procurai, portanto, merecê-lo por vossos esforços e trabalhos.
(Obra citada, pp. 53 e 54.)
Observação:
Eis os links que remetem aos
textos anteriores:
Parte 3 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/07/o-porque-davida-leon-denis-parte-3.html
Parte 4 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/07/o-porque-davida-leon-denis-parte-4.html
Parte 5 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/07/o-porque-davida-leon-denis-parte-5.html
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