O que é o Espiritismo
Allan Kardec
Iniciamos no dia 3 de outubro neste
espaço o estudo – sob a forma dialogada – dos oito principais livros do
Codificador do Espiritismo: dois introdutórios, os cinco básicos, popularmente
chamados de pentateuco kardequiano, e um complementar.
Serão ao todo 1.120 questões objetivas
distribuídas em 140 partes, cada qual com oito perguntas e respostas. Os textos
serão publicados neste blog sempre às quintas-feiras.
O livro focalizado inicialmente é O que é o Espiritismo, que surgiu em
Paris em julho de 1859. As páginas citadas no texto referem-se à 20ª edição
publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Parte 2
9. Como o aprendiz em matéria de Espiritismo, que nada sabe e nada viu,
mas deseja esclarecer-se, deve proceder para conhecer a Doutrina Espírita?
Em primeiro lugar é preciso instruir-se
pela teoria, lendo e meditando as obras que tratam do assunto. Nelas ele
aprenderá os princípios e encontrará a descrição de todos os fenômenos. Depois,
quando se apresentar a oportunidade de observar ou operar pessoalmente, nada de
estranho verá nos fatos que ocorrerem. (O
que é o Espiritismo, capítulo I, Primeiro Diálogo, pág. 64.)
10. Como surgiram os vocábulos espírita e Espiritismo?
Para as novas coisas, disse Kardec, são
necessários termos novos; assim o exige a clareza. Foi por isso que ele adotou
os vocábulos espírita e Espiritismo, que exprimem, sem equívoco, as ideias
relativas aos Espíritos. Todo espírita é espiritualista, mas nem todos os
espiritualistas são espíritas. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs.
66 e 67.)
11. Onde está a força que tem permitido o desenvolvimento do Espiritismo,
apesar dos ataques de seus adversários?
A força do Espiritismo não provém de uma
só fonte, mas da universalidade das manifestações dos Espíritos, que surgem em
todos os pontos do globo para desmentir os detratores e confirmar os princípios
da Doutrina. Assim, cada pessoa pode receber diretamente comunicações dos
Espíritos e por meio delas certificar-se da veracidade do fenômeno. (Obra
citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 72 e 73.)
12. Que diz o Espiritismo acerca dos fatos ditos miraculosos ou
sobrenaturais?
O sobrenatural desaparece à luz do
facho da Ciência, da Filosofia e da Razão. Sobrenatural é tudo o que está fora
das leis da Natureza. Em todos os tempos foram assim considerados os fenômenos
cuja causa não era conhecida. O Espiritismo veio, porém, revelar uma nova lei
segundo a qual a conversação com o Espírito de um morto é um fato tão natural
como os fenômenos objeto de estudo pela Física. Ele repudia, portanto, nos
limites do que lhe pertence, todo efeito maravilhoso, ou seja, fora das leis da
Natureza. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 74 e 75.)
13. Se o Espiritismo é uma verdade incontestável, por que a Ciência
oficial não lhe deu ainda o seu apoio e o seu aval?
Ninguém pode ser bom juiz naquilo que está
fora de sua competência. As ciências vulgares repousam sobre as propriedades da
matéria, que se pode à vontade manipular. Os fenômenos que elas estudam têm por
agentes forças materiais. Os do Espiritismo têm como agentes inteligências
independentes que não estão sujeitas ao nosso capricho; por isso, eles escapam
aos nossos processos de laboratório e aos nossos cálculos e ficam, assim, fora
dos domínios da ciência propriamente dita. (Obra citada, capítulo I, Segundo
Diálogo, págs. 77 a 79.)
14. Qual é a base de apoio da crença na existência e comunicação dos
Espíritos?
A crença na existência dos Espíritos e,
sobretudo, na sua comunicação conosco apoia-se sobre o raciocínio e sobre os
fatos. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 79 a 81.)
15. Pode-se dizer que o Espiritismo é uma criação moderna, um produto das
ideias que abalaram o século XIX?
Não. O Espiritismo não é uma criação
moderna. Tudo prova que os antigos o conheciam tão bem ou, talvez, melhor que
nós. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 81 e 82.)
16. Os incrédulos gostariam de presenciar os fenômenos para poderem crer.
Dizem-lhes que, para isso, é preciso ter fé. Ora, como pode alguém ter fé
antecipada, se não lhe dão os meios de convicção de que a pessoa necessita para
crer?
Há nessa proposição um equívoco. Não se
exige fé antecipada de quem quer estudar. O que se exige é boa-fé, que é,
aliás, coisa bem diferente. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 86
e 87.)
Observação:
Para acessar a Parte 1 deste estudo, publicada na semana passada, clique
aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/10/o-que-e-o-espiritismo-allan-kardec.html
Como consultar as matérias deste
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