quinta-feira, 10 de outubro de 2019





O que é o Espiritismo

Allan Kardec

Iniciamos no dia 3 de outubro neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – dos oito principais livros do Codificador do Espiritismo: dois introdutórios, os cinco básicos, popularmente chamados de pentateuco kardequiano, e um complementar.
Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes, cada qual com oito perguntas e respostas. Os textos serão publicados neste blog sempre às quintas-feiras.
O livro focalizado inicialmente é O que é o Espiritismo, que surgiu em Paris em julho de 1859. As páginas citadas no texto referem-se à 20ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira.

Parte 2

9. Como o aprendiz em matéria de Espiritismo, que nada sabe e nada viu, mas deseja esclarecer-se, deve proceder para conhecer a Doutrina Espírita?
Em primeiro lugar é preciso instruir-se pela teoria, lendo e meditando as obras que tratam do assunto. Nelas ele aprenderá os princípios e encontrará a descrição de todos os fenômenos. Depois, quando se apresentar a oportunidade de observar ou operar pessoalmente, nada de estranho verá nos fatos que ocorrerem. (O que é o Espiritismo, capítulo I, Primeiro Diálogo, pág. 64.)
10. Como surgiram os vocábulos espírita e Espiritismo?
Para as novas coisas, disse Kardec, são necessários termos novos; assim o exige a clareza. Foi por isso que ele adotou os vocábulos espírita e Espiritismo, que exprimem, sem equívoco, as ideias relativas aos Espíritos. Todo espírita é espiritualista, mas nem todos os espiritualistas são espíritas. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 66 e 67.)
11. Onde está a força que tem permitido o desenvolvimento do Espiritismo, apesar dos ataques de seus adversários?
A força do Espiritismo não provém de uma só fonte, mas da universalidade das manifestações dos Espíritos, que surgem em todos os pontos do globo para desmentir os detratores e confirmar os princípios da Doutrina. Assim, cada pessoa pode receber diretamente comunicações dos Espíritos e por meio delas certificar-se da veracidade do fenômeno. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 72 e 73.)
12. Que diz o Espiritismo acerca dos fatos ditos miraculosos ou sobrenaturais?
O sobrenatural desaparece à luz do facho da Ciência, da Filosofia e da Razão. Sobrenatural é tudo o que está fora das leis da Natureza. Em todos os tempos foram assim considerados os fenômenos cuja causa não era conhecida. O Espiritismo veio, porém, revelar uma nova lei segundo a qual a conversação com o Espírito de um morto é um fato tão natural como os fenômenos objeto de estudo pela Física. Ele repudia, portanto, nos limites do que lhe pertence, todo efeito maravilhoso, ou seja, fora das leis da Natureza. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 74 e 75.)
13. Se o Espiritismo é uma verdade incontestável, por que a Ciência oficial não lhe deu ainda o seu apoio e o seu aval?
Ninguém pode ser bom juiz naquilo que está fora de sua competência. As ciências vulgares repousam sobre as propriedades da matéria, que se pode à vontade manipular. Os fenômenos que elas estudam têm por agentes forças materiais. Os do Espiritismo têm como agentes inteligências independentes que não estão sujeitas ao nosso capricho; por isso, eles escapam aos nossos processos de laboratório e aos nossos cálculos e ficam, assim, fora dos domínios da ciência propriamente dita. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 77 a 79.)
14. Qual é a base de apoio da crença na existência e comunicação dos Espíritos?
A crença na existência dos Espíritos e, sobretudo, na sua comunicação conosco apoia-se sobre o raciocínio e sobre os fatos. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 79 a 81.)
15. Pode-se dizer que o Espiritismo é uma criação moderna, um produto das ideias que abalaram o século XIX?
Não. O Espiritismo não é uma criação moderna. Tudo prova que os antigos o conheciam tão bem ou, talvez, melhor que nós. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 81 e 82.)
16. Os incrédulos gostariam de presenciar os fenômenos para poderem crer. Dizem-lhes que, para isso, é preciso ter fé. Ora, como pode alguém ter fé antecipada, se não lhe dão os meios de convicção de que a pessoa necessita para crer?
Há nessa proposição um equívoco. Não se exige fé antecipada de quem quer estudar. O que se exige é boa-fé, que é, aliás, coisa bem diferente. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 86 e 87.)


Observação:
Para acessar a Parte 1 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/10/o-que-e-o-espiritismo-allan-kardec.html





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