CINCO-MARIAS
EUGÊNIA PICKINA
eugeniapickina@gmail.com
Nos fundos do quintal há um menino e suas latas maravilhosas. Manoel de Barros
É por meio do brincar
que a criança aprende e se desenvolve, tanto em casa quanto na escola, no
jardim, na pracinha e assim por diante.
Todas as formas de
brincar são valiosas para a criança e, por isso, o legítimo interesse pela
bola, jogo, livro, principalmente na primeira infância, período crucial para o
desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas e expressivas.
Não é à toa que a
criança pequena, por meio da imaginação, possa utilizar de modo criativo uma
caixa maravilhosa: um belo barco? Ou, ainda, um refúgio, um castelo, um
avião...
O que é então um bom
brinquedo para uma criança?
À medida que a
criança é o centro do brincar, um bom brinquedo é aquele que permite que a
imaginação da criança conduza o rumo das coisas, ampliando, em consequência,
sua relação com o mundo. O bom brinquedo permite à criança imaginar, criar e
fazer, provocando sua natureza curiosa, sua atitude investigativa.
Quando tinha 5 anos,
meu irmão ganhou um robô que acendia luzes, emitia sons e se movimentava. Não
tardou muito para minha mãe vê-lo sentado no chão martelando o brinquedo, e
para descobrir o que ele tinha dentro – uma ação muito mais interessante e
divertida.
Nos diversos
ambientes domésticos, não é incomum crianças prestarem mais atenção à caixa do
que ao brinquedo novo. Porque, para a criança, inventar uma brincadeira é
muitas vezes a parte mais divertida do brincar.
Brinquedo
industrializado rapidamente aciona o tédio na criança, pois no geral não motiva
o seu protagonismo – e o mesmo ocorre com os brinquedos digitais, que geram
passividade, provocando atrofia psíquica e empobrecimento da vida interior da
criança.
Na hora de oferecer
um brinquedo ao seu filho pequeno, considere dar-lhe aquele que funcione
segundo sua capacidade criadora.
Muitas vezes, uma
simples bola ou pedrinhas, caixas, gravetos, são mais capazes de se transformar
em brincadeiras interessantes e divertidas, ganhando destaque em relação aos
brinquedos de plástico ou cheio de luzes.
Em relação à primeira
infância, portanto, brinquedo bom é aquele que instiga, no dia a dia, uma
construção autoral, elaborada por meio de um processo espontâneo e autêntico da
própria criança.
*
Eugênia
Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia
Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros
infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência
ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).
Especialista
em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra
cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São
Paulo e no Paraná, onde vive.
Seu
contato no Instagram é @eugeniapickina
Como consultar as matérias deste
blog? Se você não o conhece, clique em Espiritismo Século XXI e verá como utilizá-lo e seus vários recursos. |
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