No Invisível
Léon Denis
Parte 32
Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do clássico No Invisível, de Léon Denis, cujo título no original francês é Dans l'Invisible.
Nossa expectativa é que este estudo sirva para o leitor
como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto indicado para leitura.
Este estudo é publicado sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. À época de Léon Denis, os
Espíritos já indicavam a reforma da educação como solução para os males e
perigos que ameaçavam a sociedade?
B. Para alguns notórios
adversários da tese espírita, os médiuns seriam indivíduos tão somente
histéricos e neuróticos. Que diz Léon Denis a respeito desse pensamento?
C. O Espírito do médium pode agir
sobre seu próprio corpo adormecido com mais eficácia do que no estado de
vigília?
Texto para
leitura
856. De 1893 a 1901 tínhamos, no Grupo de Estudos Psíquicos
de Tours, três senhoras, médiuns de transe, todas pertencentes à burguesia, e
cujo concurso era absolutamente desinteressado. Relatórios estenográficos, que
formam diversos volumes, permitem comparar os discursos pronunciados, as
comunicações obtidas com o auxílio de suas faculdades, e comprovar, a muitos
anos de distância, uma perfeita identidade de caráter e de opiniões em relação
a cada um dos Espíritos que se comunicavam.
857. Logo que se produz a obscuridade, os médiuns sentem a
influência magnética dos invisíveis. No primeiro grau do transe, estando ainda
acordados, eles veem um grupo completo de Espíritos formar-se atrás dos
experimentadores e descrevem as aparições; ouvem e transmitem as indicações, os
pedidos desses Espíritos, e por sua linguagem, por certas particularidades da
fisionomia ou da atitude, os assistentes facilmente reconhecem parentes e
amigos falecidos. Dentro em pouco se acentua o transe, o médium adormece, a incorporação
se verifica. Em nosso grupo o poder fluídico dos Espíritos-guia era suficiente
para anular por completo a personalidade do sensitivo e evitar qualquer
intervenção da subconsciência. Quando muito, pôde-se observar algumas vezes num
dos sensitivos, a Sra. D., uma interferência de personalidades, quando o transe
não era profundo.
858. Quase sempre as incorporações se sucedem. Desde que a
possessão é completa, faz-se a luz, e depois, quando o Espírito se retira,
torna-se a diminuí-la para facilitar a ação fluídica dos invisíveis e o
ingresso de um novo manifestante. Cada médium serve habitualmente de órgão a
três Espíritos diferentes, numa mesma sessão. Enquanto a incorporação se produz
num dos médiuns, os outros descansam; algumas vezes as incorporações são
simultâneas. Diálogos, discussões se travam então entre diversos Espíritos e o
presidente do grupo. Essas conversações entre quatro pessoas, três das quais
pertencem ao mundo dos Espíritos, são das que mais vivamente impressionam.
859. Em geral, são os Espíritos-guia que primeiro se
manifestam, dando conselhos, instruções, repassadas de lógica e de grandeza,
sobre os problemas da vida e do destino. Sucedem-se depois conversas com
Espíritos menos elevados, alguns dos quais viveram entre nós e participaram dos
nossos trabalhos. Cenas patéticas se produzem. É um pai, uma mãe, que vêm
exortar seus filhos, presentes à reunião. São amigos de além-túmulo, que nos
despertam recordações de infância, relembram serviços prestados, faltas
cometidas. Descrevem suas condições de vida no Espaço, falam das alegrias e dos
sofrimentos morais, experimentados depois da morte, consequências inevitáveis
de sua conduta na Terra. Como lições vivas de coisas, palpitantes de colorido e
movimento, essas expansões, essas confissões nos deixavam profundamente
comovidos.
860. Muitas vezes se travaram discussões um tanto veementes
entre Espíritos. Dois políticos célebres, adversários declarados na Terra,
continuavam a hostilizar-se pela boca dos nossos médiuns, com arroubos oratórios,
uma dialética cerrada, argumentos de tribuna e de pretório, um conjunto de
ditos característicos e acerados que constituíam outras tantas provas de
identidade. Um duelo de vontade, entre um de nossos Guias e um Espírito
obsessor, ambos incorporados, atingia culminâncias verdadeiramente épicas.
Essas cenas, de uma intensidade de vida e de expressão como se não pode ver em
teatro algum, deixaram em nossa memória indeléveis recordações.
861. Dois Espíritos assumem mais particularmente a direção
do grupo e se manifestam em todas as sessões: o Espírito Azul e Jerônimo. O
Espírito Azul é uma entidade feminina de ordem assaz elevada. Quando anima o
organismo da médium, pessoa tímida e de modesta instrução, as linhas do
semblante adquirem uma expressão seráfica, a voz se torna extremamente doce e
melodiosa, a linguagem reveste forma poética e irrepreensível. A cada um dos
assistentes, por sua vez, dirige ela advertências, conselhos, relativos à sua
conduta privada, os quais atestam, mesmo ao primeiro encontro, perfeito
conhecimento do caráter e da vida íntima daqueles a quem são dirigidos.
862. Acontece frequentemente que pessoas vindas pela
primeira vez às nossas reuniões, e desconhecidas da médium, recebiam conselhos,
palavras de animação ou de censura, apropriadas a seu estado moral e a seus
mais secretos pensamentos. Essas advertências, obscuras para os outros
ouvintes, eram sempre claras e positivas para os interessados. E não era um dos
menores atrativos de tais manifestações essa arte que empregava o Espírito Azul
em falar, diante de todos, as coisas íntimas e ocultas, de modo a evitar
qualquer indiscrição, tornando-se perfeitamente claro para a pessoa alvejada.
863. A solicitude e a proteção do Espírito Azul se
estendiam a todos os membros do grupo e se patentearam muitas vezes no domínio
dos fatos. Vários dentre nós, premidos por sérias dificuldades, conseguimos
vencê-las, graças à ação providencial desse Espírito, que, nos casos mais melindrosos
e no momento oportuno, sabia fazer surgir um socorro, provocar uma intervenção
inesperada. Suas instruções se referem geralmente à família e à educação das
crianças. O periódico La Tribune Psychique, de março de 1900, reproduziu
uma dessas comunicações, que resume em termos elevados o método do nosso guia.
O Espírito Azul vê, numa profunda reforma da educação da infância e da
mocidade, o verdadeiro remédio aos males do presente e aos perigos que ameaçam
a sociedade moderna.
864. Jerônimo se comunica pela mesma médium; mas o
contraste entre os dois Espíritos é flagrante. Jerônimo, que foi um apóstolo e
um mártir, conservou-se orador e combatente; sua palavra é vibrante, seu gesto
amplo e dominador. Exprime-se por períodos incisivos, em termos escolhidos. Sua
energia é tal que esgota rapidamente o sensitivo, de sorte que nem sempre pode
terminar os seus discursos, por falta de força fluídica. Ele dirige mais
especialmente os estudos filosóficos do grupo. Numerosas existências, passadas
no silêncio dos claustros e entre a poeira das bibliotecas, lhe permitiram
acumular tesouros de conhecimentos e imprimiram-lhe maior vigor ao pensamento.
865. Os séculos o viram imerso na investigação, no estudo,
na meditação. As percepções mais nítidas e as impressões da vida do Espaço
vieram completar sua ciência, já de si tão extensa. Por isso, que amplitude em
suas apreciações, que habilidade em dissipar as contradições e resumir em
linhas sóbrias e claras as mais transcendentes leis da vida e do Universo! E
tudo isso pela boca de uma pobre senhora, de gestos tímidos e instrução
elementar!
866. Deveremos examinar, a propósito desses fenômenos, a
objeção habitual que lhes é feita, isto é, de serem produtos da subconsciência
do médium, das personalidades secundárias criadas por uma divisão temporária da
consciência normal, como o pretendem os Srs. Pierre Janet e Flournoy?
867. Essa teoria não poderia resistir a um exame atento dos
fatos. É precisamente nos fenômenos de incorporação que mais positiva se revela
a identidade dos Espíritos, quando o transe é profundo e completa a posse
daqueles sobre o sensitivo. Por suas atitudes, seus gestos, suas alocuções, o
Espírito se mostra tal qual era aqui na Terra. Os que o conheceram durante sua
existência humana o reconhecem em locuções familiares, em mil detalhes
psicológicos que escapam à análise.
868. O mesmo acontece com as individualidades que viveram
em épocas remotas. Em nosso grupo, os Espíritos-guia se comunicavam pelo órgão
do médium mais modesto. Uma outra senhora, de maneiras elegantes, era
preferida, para a incorporação, por Espíritos de ordem inferior. Ouvia-se uma
vendedora de legumes falar, por sua boca, o calão de um país em que essa
senhora jamais estivera. Uma velhota leviana discorria numa verbiagem (1)
ociosa, ou punha-se a contar-nos anedotas engraçadas. Depois disso, era um
sacristão de voz arrastada que se apresentava ou ainda um antigo procurador
que, pelo órgão da própria médium, dizia ao marido dela, em tom veemente, duras
verdades.
869. O caráter de cada um desses Espíritos e de outros
muitos se manteve e afirmou em sua originalidade, sem a mínima alteração,
através de um período de sete anos. Disso dão testemunho as nossas atas. Ao
mesmo tempo nos foi dado acompanhar os progressos graduais de um deles.
870. Sofia, a vendedora de legumes, que graças à sua boa
vontade e à proteção de nossos Guias conseguiu emendar-se e instruir-se, até
que para ela soou a hora da reencarnação. Sua volta à vida terrestre foi
antecipadamente anunciada e nós pudemos observar-lhe as fases dolorosas.
Consumado esse ato, Sofia nunca mais reapareceu em nossas sessões.
871. Se aí estão personalidades secundárias do médium, como
explicar que sejam em tão grande número e revistam aspectos e nomes tão
diferentes? Em nosso grupo contavam-se por dezenas os Espíritos que se
comunicavam. Em cada sessão, tínhamos de seis a oito, dos quais dois ou três
para cada médium. À medida que cada um deles se apresentava, mudava a
fisionomia do sensitivo, a expressão das feições se modificava. Pela inflexão da
voz, pela linguagem e atitude, a personalidade invisível se revelava, antes de
ter dado o nome. Esses Espíritos não se manifestavam todos seguidamente. Alguns
só reapareciam depois de longas ausências, mas sempre com a mesma originalidade
de caráter, com a mesma intensa realidade de vida e de ação.
872. Como explicar pela subconsciência, ou dupla
personalidade, essa variedade de personagens que, do sacristão ao Espírito
Azul, representam todos os tipos da gradação hierárquica do mundo invisível,
desde o bruto até o anjo, todas as formas do aviltamento, da mediocridade ou da
elevação; de um lado, poder, bondade, saber, penetração das coisas; de outro,
fraqueza, ignorância, grosseria, miséria moral?
873. Esses Espíritos observam, uns para com os outros, a
atitude que convém à sua posição. Todos, por exemplo, mostram pronunciada
deferência aos Espíritos-guia. Deles não falam senão com respeito; e é sempre
num tom comovido e suplicante que Sofia se recomenda à proteção da “dama azul”.
874. Não se trata de personagens ilusórias, de vagos
fantasmas subconscientes. Esses Espíritos vivem e agem como homens. Suas
opiniões, suas percepções são diferentes. As divergências são às vezes
categóricas; discussões veementes e apaixonadas se travam entre eles; surgem incidentes
dramáticos e a isso se vêm intercalar mil provas de identidade que dissipam as
dúvidas mais tenazes e obrigam à convicção.
875. Se a personalidade secundária pode engendrar
semelhantes contrastes, animar tão variadas criações, força é reconhecer que
ela ultrapassa em talento, em gênio, as mais prodigiosas concepções do
pensamento normal. Produz obras-primas à vontade e sem esforço; é a mais
portentosa das explicações que se possa dar do fenômeno; orça pelo
sobrenatural. E é preciso que os nossos contraditores se sintam verdadeiramente
em extremos apuros, para lançar mão de teoria tão contrária às exigências de
uma crítica sensata e de uma rigorosa ciência, e recorrer a uma hipótese tão
fantástica quão inverossímil, ao passo que a teoria espírita explica os fatos
mediante leis naturais, simples e claras.
876. Estudemos mais de perto essa teoria da subconsciência,
de que incidentemente acabamos de falar, e com a qual acreditam certos
psicólogos poder explicar os fenômenos do transe e da incorporação. Os Srs.
Pierre Janet, A. Binet, Taine, Ribot e Flournoy acreditam que uma cisão se
produz na consciência dos sensitivos adormecidos e que daí resulta uma segunda
personalidade, desconhecida da pessoa normal, e com a qual se relacionam todos
os fenômenos. Deram-lhe eles os mais diversos nomes: inconsciente,
subconsciência, consciência subliminal, personalidade secundária etc.
877. Essa hipótese serviria para explicar a maior parte das
anomalias observadas em histéricas, nos casos de sugestão, assim como os
diferentes aspectos do sonambulismo e todas as variações da personalidade. A
unidade do “eu-consciente” não passaria de uma ilusão. Este seria suscetível de
desagregação em certos casos patológicos, e personalidades distintas,
inconscientes ou dotadas de subconsciência, ignorando-se reciprocamente,
poderiam surgir no estado de sono e manifestar-se à revelia uma da outra. Assim
se explicariam os fatos espíritas.
878. Os médiuns seriam apenas histéricos, neuróticos,
particularmente predispostos, por seu estado fisiológico, a tais cisões da
personalidade. Observemos antes de tudo,
com o Dr. Geley, que a histeria e a neurose nada explicam. Por outro lado, os
médiuns não são histéricos. O Dr. Hodgson e Myers atestam que as Sras. Piper e
Thompson gozam perfeita saúde. O médico e professor Flournoy diz a mesma coisa
de Helena Smith. Nenhum sinal de histeria se manifesta nessas três célebres
médiuns. À menor indisposição nelas, ao contrário, os fenômenos diminuem de
intensidade, cessam de se produzir.
879. A mesma declaração posso eu fazer em relação aos
sensitivos de transe que por muito tempo fizeram parte do nosso grupo. Sobre
esse ponto as comparações que os nossos adversários procuram estabelecer são
errôneas e sua argumentação é completamente falha. As personalidades fictícias
que eles provocam, por meio de sugestões pós-hipnóticas, nas histéricas, têm
apenas uma vaga semelhança com as manifestações de personalidades no transe. Em
relação a estas, não passam de imperfeitas cópias, de esmaecidas e longínquas
imitações.
880. No transe, a entidade psíquica, a alma, se revela por
distinta atividade do funcionamento orgânico, por particular acuidade das
faculdades. Quando é completa a exteriorização, o Espírito do médium pode agir
sobre o corpo adormecido com mais eficácia que no estado de vigília e do mesmo
modo que um Espírito estranho. O cérebro não é então, como no estado normal, um
instrumento movido diretamente pela alma, mas um receptor que ela aciona de
fora. É o que resulta de numerosas observações.
881. O Sr. Cromwell Varley, engenheiro-chefe dos Telégrafos
da Grã-Bretanha, em seu depoimento perante a comissão de inquérito da Sociedade
Dialética, a respeito de sua esposa que é médium de transe, refere o seguinte
fato: “A Sra. Varley, adormecida, me diz: Agora não são os Espíritos que vos
falam; sou eu mesma, e sirvo-me de meu corpo do mesmo modo que o fazem os
Espíritos quando falam por minha boca.”
882. Myers, em seu relatório ao Congresso de Psicologia,
1900, faz a seguinte declaração a propósito dos transes da Sra. Thompson: “Os
ditados são, em sua maioria, transmitidos mediante o organismo do médium, por
Espíritos que nesse momento o influenciam ou se apossam desse organismo. Alguns
são diretamente colhidos no mundo invisível por seu próprio Espírito e por ele
transmitidos.”
883. Uma coisa evidente para o psicólogo refletido é que
muito pouco nos conhecemos ainda. Há em nós profundezas cheias de mistério, que
às vezes se entreabrem e cuja visão nos perturba. Um mundo inteiro aí reside,
mundo de intuições, de aspirações, de sensações, cuja origem nos é
desconhecida, e que parece provirem de um passado distante; mescla de aquisições
pessoais, de hereditariedades psíquicas e atavismos étnicos, vestígios das
existências percorridas na sucessão dos tempos, tudo isso está gravado nos
refolhos abscônditos (2) do “eu”.
884. A consciência, no estado normal, é acanhada; no de
desprendimento é vasta e profunda. Não há, porém, duas consciências, do mesmo
modo que não há em nós duas entidades. É sempre o mesmo ser, a mesma
personalidade vista sob dois aspectos diferentes.
885. A permanência e unidade do “eu” consciente são
demonstradas por um fato bem conhecido; enquanto o nosso corpo físico
incessantemente se renova, a consciência e a memória persistem em nós, através
das flutuações da matéria. É verdade que a consciência normal não conserva
todas as impressões recolhidas pelos sentidos. Muitas sensações e conhecimentos
ficam, na aparência, esquecidos; mas são realmente arquivados na consciência
profunda. Podem ressurgir por um esforço intelectual, sob o influxo de uma
emoção, ou ainda no sono e, em geral, em todos os estados que provocam o despertar
das faculdades adormecidas. (Continua no próximo número.)
Glossário:
1 – Verbiagem: verborragia, grande abundância de palavras,
mas com poucas ideias, no falar ou discutir; logorreia: hábito de falar com
excesso.
2 – Abscôndito: absconso: escondido, oculto, esconso; coisa
secreta; segredo.
Respostas às
questões preliminares
Sim. Um dos instrutores que se comunicavam no
grupo espírita por ele dirigido, designado pelo nome de Espírito Azul, se
referia geralmente, em suas mensagens, aos problemas da família e à educação
infantil. O periódico La Tribune Psychique, de março de 1900, reproduziu
uma dessas comunicações, que resume em termos elevados o método por ele
utilizado. Segundo o Espírito Azul, uma profunda reforma da educação da
infância e da mocidade seria o verdadeiro remédio para os males de então e os
perigos que ameaçavam a sociedade europeia. (No Invisível - O
Espiritismo experimental: Os fatos - XIX - Transe e incorporações.)
B. Para alguns notórios
adversários da tese espírita, os médiuns seriam indivíduos tão somente
histéricos e neuróticos. Que diz Léon Denis a respeito desse pensamento?
Léon Denis, com base nos fatos e na
observação, diz que, consoante opinião manifestada também pelo Dr. Geley, a
histeria e a neurose nada explicam e os médiuns com quem trabalhou não eram
histéricos. O Dr. Hodgson e Myers atestam que as Sras. Piper e Thompson gozavam
perfeita saúde. O professor e médico Flournoy diz a mesma coisa de Helena
Smith. Nenhum sinal de histeria se observou nessas três célebres médiuns. À menor
indisposição nelas, ao contrário, os fenômenos diminuíam de intensidade e
cessavam de se produzir. (Obra citada - O Espiritismo experimental: Os fatos -
XIX - Transe e incorporações.)
C. O Espírito do médium pode agir
sobre seu próprio corpo adormecido com mais eficácia do que no estado de
vigília?
Quando é completa a exteriorização, sim, o
Espírito do médium pode agir sobre o corpo físico com mais eficácia que no
estado de vigília e do mesmo modo que um Espírito estranho. O cérebro não é
então, como no estado normal, um instrumento movido diretamente pela alma, mas
um receptor que ela aciona de fora. É o que resulta de numerosas observações. O
Sr. Cromwell Varley, engenheiro-chefe dos Telégrafos da Grã-Bretanha, em seu
depoimento perante a comissão de inquérito da Sociedade Dialética, a respeito
de sua esposa que era médium de transe, refere o seguinte fato: “A Sra. Varley,
adormecida, me diz: Agora não são os Espíritos que vos falam; sou eu mesma, e
sirvo-me de meu corpo do mesmo modo que o fazem os Espíritos quando falam por
minha boca”. (Obra citada - O Espiritismo experimental: Os fatos - XIX - Transe
e incorporações.)
Observação:
Para acessar a Parte 31 deste estudo, publicada na
semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/08/no-invisivel-leon-denis-parte-31-damos.html
Como consultar as matérias deste
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