sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025


 

Roteiro

 

Emmanuel

 

1

 

O Homem ante a Vida

 

No crepúsculo da civilização em que rumamos para a alvorada de novos milênios, o homem que amadureceu o raciocínio supera as fronteiras da inteligência comum e acorda, dentro de si mesmo, com interrogativas que lhe incendeiam o coração.

Quem somos?

Donde viemos?

Onde a estação de nossos destinos?

À margem da senda em que jornadeia, surgem os escuros estilhaços dos ídolos mentirosos que adorou e, enquanto sensações de cansaço lhe assomam à alma enfermiça, o anseio da vida superior lhe agita os recessos do ser, qual braseiro vivo do ideal, sob a espessa camada de cinzas do desencanto.

Recorre à sabedoria e examina o microcosmo em que sonha.

Reconhece a estreiteza do círculo em que respira.

Observa as dimensões diminutas do Lar Cósmico em que se desenvolve.

Descobre que o Sol, sustentáculo de sua apagada residência planetária, tem um volume de 1.300.000 vezes maior que o dela.

Aprende que a Lua, insignificante satélite do seu domicílio, dista mais de 380.000 quilômetros do mundo que lhe serve de berço.

Os Planetas vizinhos evolucionam muito longe, no espaço imenso.

Dentre eles, destaca-se Marte, distante de nós cerca de 56.000.000 de quilômetros na época de sua maior aproximação.

Alongando as perquirições, além do nosso Sol, analisa outros centros de vida.

Sírius ofusca-lhe a grandeza.

Pólux, a imponente estrela dos Gêmeos, eclipsa-o em majestade.

Capela é 5.800 vezes maior.

Antares apresenta o volume de 113 milhões maior.

Canópus tem um brilho oitenta mil vezes superior ao do Sol.

Deslumbrado, apercebe-se de que não existe vácuo, de que a vida é patrimônio da gota d’água, tanto quanto é a essência dos incomensuráveis sistemas siderais, e, assombrado ante o esplendor do Universo, o homem que empreende a laboriosa tarefa do descobrimento de si mesmo volta-se para o chão a que se imanta e pede ao amor que responda à soberania cósmica, dentro da mesma nota de grandeza; todavia, o amor no ambiente em que ele vive é ainda qual planta milagrosa em tenro desabrochar.

Confinado ao reduzido agrupamento consanguíneo a que se ajusta ou compondo a equipe de interesses passageiros a que provisoriamente se enquadra, sofre a inquietação do ciúme, da cobiça, do egoísmo, da dor. Não sabe dar sem receber, não consegue ajudar sem reclamar e, criando o choque da exigência para os outros, recolhe dos outros os choques sempre renovados da incompreensão e da discórdia, com raras possibilidades de auxiliar e auxiliar-se.

Viu a Majestade Divina nos Céus e identifica em si mesmo a pobreza infinita da Terra.

Tem o cérebro inflamado de glória e o coração invadido de sombra.

Orgulha-se, ante os espetáculos magnificentes do Alto e padece a miséria de baixo.

Deseja comunicar aos outros quanto apreendeu e sentiu na contemplação da vida ilimitada, mas não encontra ouvidos que o entendam.

Repara que o Amor, na Terra, é ainda a alegria dos oásis fechados.

E, partindo os elos que o prendem à estreita família do mundo, o homem que desperta, para a grandeza da Criação, deambula na Terra, à maneira do viajante incompreendido e desajustado, peregrino sem pátria e sem lar, a sentir-se grão infinitesimal de poeira nos Domínios Celestiais.

Nesse homem, porém, alarga-se a acústica da alma e, embora os sofrimentos que o afligem, é sobre ele que as Inteligências Superiores estão edificando os fundamentos espirituais da Nova Humanidade.

 

Nota: O livro Roteiro, psicografado pelo médium Chico Xavier, foi publicado inicialmente pela editora da FEB em 1952.

 

 

 

 

 

 

 

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

 




AS MAIS LINDAS CANÇÕES QUE OUVI

Hino ao Amor


Marguerite Monnot e Edith Piaf

 


Se o azul do céu escurecer

E a alegria na Terra fenecer,

Não importa, querido,

Viverei do nosso amor.

 

Se tu és o sonho dos dias meus,

Se os meus beijos sempre forem teus,

Não importa, querido,

O amargor das dores desta vida.

 

Um punhado de estrelas no infinito irei buscar

E a teus pés esparramar,

Não importam os amigos, risos, crenças e castigos,

Quero apenas te adorar.

 

Se o destino, então, nos separar,

Se distante a morte te encontrar,

Não importa, querido,

Porque eu morrerei também.

 

Quando, enfim, a vida terminar

E dos sonhos nada mais restar,

Num milagre supremo

Deus fará no céu te encontrar.

 


Você pode ouvir a canção na voz do seu intérprete preferido clicando no link correspondente:

Dalva de Oliveira - https://www.youtube.com/watch?v=FMxVXWRS2T4&ab_channel=musicamundialle

Céline Dion - https://www.youtube.com/watch?v=1MyCNU8lDow&ab_channel=Olympics

Maysa Matarazzo - https://www.youtube.com/watch?v=xbY_StPV86U&ab_channel=%C3%89Arquivo%C3%A9Canal8

 

 

 

 

 

 

 

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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

 


Revista Espírita de 1868

 

Allan Kardec

 

Parte 1

 

Iniciamos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1868, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo será baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

A coleção do ano de 1868 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.

Cada parte do estudo, que será apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Quais os princípios do Espiritismo mais facilmente aceitos?

B. O abade Poussin, em sua obra sobre o Espiritismo, reconhece dois fatos positivos por ele atribuídos à doutrina espírita. Quais são esses fatos?

C. Que ideias contidas no livro do abade Poussin fortalecem o Espiritismo?

 

Texto para leitura

 

1. O ano de 1867 foi, como havia sido previsto pelos Espíritos, muito proveitoso para o Espiritismo. Diversas obras popularizaram na França os seus princípios. O número de reuniões particulares, ou de família, cresceu em grande proporção. As ideias espíritas se infiltraram por uma porção de brechas. Dizendo isso, Kardec adverte que estava, porém, distante o dia em que todas as prevenções erguidas contra a Doutrina seriam postas abaixo, o que exigiria tempo. Cada espírita deveria, pois, trabalhar e fazer a sua parte, sem desânimo com a pouca importância do resultado obtido individualmente, certo de que com o acúmulo de grãos de areia se pode formar uma montanha. (Págs. 1 e 2.)

2. Os princípios do Espiritismo mais facilmente aceitos, diz o Codificador, são a pluralidade dos mundos habitados e a reencarnação. O primeiro reúne adeptos até mesmo no seio do materialismo. O segundo está no estado de intuição numa porção de indivíduos, nos quais é uma crença inata. Trata-se de uma ideia que sorri a muitos incrédulos, porque aí eles encontram imediatamente a solução de muitas dificuldades que os levaram à dúvida. Essa crença tende, pois, a se vulgarizar cada vez mais, com o que o Espiritismo só tem a ganhar em termos de adeptos. O futuro do Espiritismo, sem contradita, está assegurado; é preciso ser cego para disso duvidar; mas, adverte Kardec, os seus piores dias ainda não passaram e muitos desafios virão pela frente. (Págs. 4 e 5.)

3. A Revista analisa o livro que o abade Poussin, professor no Seminário de Nice, escreveu sobre o Espiritismo, sua origem, natureza, certeza e perigos. Trata-se de uma obra de refutação do Espiritismo do ponto de vista católico. A primeira parte do livro é consagrada ao histórico do Espiritismo na Antiguidade e na Idade Média. A segunda parte é dedicada à parte doutrinária. O abade não contesta nenhum dos fenômenos espíritas, mas conclui que esses fatos são miraculosos e de fonte divina em certos casos, e diabólicos em outros. Na visão do abade Poussin, o Espiritismo “esforça-se por minar surdamente a Igreja católica”. (Págs. 5 a 7.)

4. Embora seu propósito fosse denegrir e não enaltecer o Espiritismo, o abade Poussin reconhece em sua obra duas coisas: 1a – Que o Espiritismo envolve, como numa imensa rede, a sociedade inteira. 2a – Que prestou à Igreja o serviço de derrubar as teorias materialistas do século 18. As consequências desses dois fatos são comentadas por Kardec, que faz a respeito as seguintes observações: I – Os espiritistas, em grande maioria, são recrutados entre os incrédulos. II – Os espíritas não creem nos demônios nem nas chamas do inferno, mas acreditam firmemente em um Deus soberanamente justo e bom e entendem que o mal não provém do Pai, fonte de todo o bem, nem dos demônios, mas das próprias imperfeições do homem; que o homem se reforma e que, por fim, vencer-se a si mesmo é vencer o demônio. III – Tal é a fé dos espíritas, e a prova de sua força é que se esforçam por tornar-se melhores, dominar suas inclinações más e pôr em prática as máximas do Cristo, olhando todos os homens como irmãos, perdoando aos inimigos e fazendo o bem pelo mal, a exemplo do Mestre. IV – O Espiritismo não buscou os que tinham fé e a quem esta bastava, mas sim aqueles a quem a fé faltava. Como Jesus, ele foi aos doentes e não aos sãos, aos famintos e não aos saciados. V – Que foi que fez para os trazer a si? Reclames, anúncios, pregação em praça pública? Violentou as consciências? Absolutamente, porque esses são os meios da fraqueza e ele tem como regra invariável não constranger ninguém, respeitar todas as convicções. VI – Os que dizem que tais coisas são obra de Satã devem lembrar-se da resposta que o Cristo deu aos fariseus, que o acusavam de curar os doentes e expulsar os demônios com a ajuda destes. VII – Como dizia monsenhor Frayssinous em suas conferências sobre religião, um demônio que procurasse destruir o reino do vício para estabelecer o da virtude “seria um demônio esquisito, porque se destruiria a si próprio”. (Págs. 7 a 12.)

5. Concluindo seus comentários e antes de transcrever alguns fragmentos da obra do Sr. Poussin, o Codificador asseverou: “O Espiritismo não teme a luz; ele a chama sobre suas doutrinas, porque quer ser aceito livremente e pela razão. Longe de temer para a fé dos espíritas a leitura de obras que o combatem, ele lhes diz: Lede tudo; pró e contra, e escolhei com conhecimento de causa”. (Pág. 13.)

6. Das ideias defendidas pelo abade Poussin destacamos os pontos seguintes: I – Negar o demônio é negar o Cristianismo e negar Deus. II – A crença nos Espíritos e sua intervenção no domínio de nossa vida remontam à mais alta antiguidade. III – Deus fez os Espíritos seus embaixadores, diz o salmista. São os ministros de Deus, diz São Paulo. IV – Cada ser vivo neste mundo tem um anjo que o dirige, ensina Santo Agostinho. V – O fato mais interessante e mais autêntico da história é a evocação de Samuel por uma pitonisa de Endor, a pedido do rei Saul. VI – A médium que atendeu Saul disse, depois do episódio: “Eis que há quarenta anos faço profissão de evocar os mortos a serviço de estranhos; mas jamais vi semelhante aparição”. VII – O Eclesiástico, reportando-se ao fato, prova que ocorreu ali uma verdadeira aparição, e não uma alucinação de Saul. (Págs. 13 a 17.)

7. Entre as curiosidades atraídas pela Exposição de Paris, uma das mais estranhas foi a dos exercícios executados pelos árabes da tribo dos Aïssaouá. O Petit Journal, de 30/9/1867, relatou uma dessas sessões, referida igualmente pela Revista. Os Aïssaouá, diz a reportagem, formavam uma seita religiosa muito espalhada na África, sobretudo na Argélia. O que se viu em Paris assustou a todos, e com inteira razão. Eis alguns dos fatos relatados pela imprensa: I – Um árabe tomou um carvão ardente e o pôs na boca. II – A um outro deram um pedaço de vidro para comer; ele o tomou e engoliu por inteiro. III – Outro árabe trouxe na mão um cacto de espinhos compridos; cada aspereza da folhagem era como uma ponta acerada. O árabe comeu a folhagem picante, como comeríamos uma salada de alface. IV – Dez serpentes saíam de um cesto; um árabe lhes fez um agrado e as fez enrolar em redor de seu corpo. Depois escolheu a maior e com os dentes mordeu e lhe arrancou a cauda; em seguida, com uma dentada, arrancou a cabeça da serpente e a comeu. (Págs. 18 a 21.)

8. Encerrando o assunto e sem aventar para os fatos qualquer explicação, Kardec promete examiná-los oportunamente. “Quem sabe se o Espiritismo, que já nos deu a chave de tantas coisas incompreendidas, não nos dará ainda esta? É o que examinaremos num próximo artigo”, disse o Codificador do Espiritismo. (Pág. 22.)

9. Um interessante caso de premonição, verificado em Marennes, é relatado pela Revista. Seis meses antes do falecimento de seu pai, a sra. Angelina de Ogé teve o pressentimento e todas as sensações de que tal fato se daria. Kardec comenta a notícia e reproduz comunicação dada na Sociedade Espírita de Paris sobre o episódio. O Espírito do pai tinha, em estado de desprendimento, conhecimento antecipado de sua morte e da maneira por que ela se realizaria. Foi ele próprio quem se manifestou à filha, seis meses antes, nas condições que deviam se produzir, para que, mais tarde, ela soubesse que era ele e, estando preparada, não ficasse surpreendida com sua partida. Angelina tinha também, como Espírito, ciência do que iria ocorrer. Foi isso que lhe deu a intuição de que alguém deveria morrer nas condições por ela referidas na carta enviada a Kardec. (Págs. 23 a 26.)

10. Segundo o Siècle de 29/4/1867, reproduzindo notícia publicada pelo Observateur, de Avesnes, um operário chamado Magnan, de 23 anos, desenterrou o cadáver de sua mulher, cuja morte ele não aceitara de forma alguma. Haviam-se passado 17 dias desde o óbito e, não obstante, o corpo se achava em perfeito estado de conservação. Convencido por seus amigos a sepultar novamente o cadáver, ele o recolocou na sepultura, mas, no dia seguinte, dizia não se lembrar do que fizera na véspera. Acreditava tão somente que sua mulher o visitara durante a noite. (Págs. 26 e 27.)

11. Comunicação dada na Sociedade Espírita de Paris em 10/5/1867, por intermédio do Sr. Morin, revelou a causa do curioso episódio. Quando a mulher morreu, ela ali permanecera em espírito. Como o casamento dos fluidos espirituais e dos fluidos do corpo era difícil de romper, em razão da inferioridade do Espírito, foi-lhe preciso um certo tempo para retomar a liberdade de ação. Depois, quando pôde, ela apoderou-se do corpo do homem e o possuiu, produzindo-se então um verdadeiro caso de possessão. Fora ela quem levou o marido a fazer o que ela queria, para vê-lo sofrer. Em uma anterior existência cometeu-se um crime. Aquele episódio foi apenas o começo de um processo de vingança que ainda prosseguiria. Ela prometera voltar e voltou, e voltaria outras vezes. (Págs. 28 e 29.)

12. O último livro de Kardec: A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo foi afinal posto à venda em 6 de janeiro de 1868. Ao dar essa notícia, a Revista reproduziu a tábua das matérias que compõem os dezoito capítulos da obra. Desses, doze tratam da Gênese segundo o Espiritismo, três focalizam os Milagres e três cuidam das Predições. (Págs. 30 a 32.)

13. Um longo artigo sobre alucinação e inspiração abre a Revista de fevereiro de 1868. Trata-se de um dos manuscritos obtidos mediunicamente pelo jovem médium bretão que confiara ao Sr. Bonnemère o texto do Roman de l’Avenir (Romance do Futuro), referido na Revista de 1867. (Págs. 33 a 42.)

14. Do artigo citado transcrevemos os pontos adiante resumidos: I – A alucinação é um estado provocado por uma causa moral que influi sobre o físico e à qual se mostram mais acessíveis as naturezas nervosas. II – A alucinação, por um pequeno lado, toca a loucura, como todas as superexcitações cerebrais. III - Enquanto o delírio se expressa sobretudo em palavras incoerentes, a alucinação representa mais particularmente a ação, a encenação. IV – Presa de uma espécie de febre interior, o alucinado vive em meio ao mundo imaginário que sua imaginação perturbada cria. V – Essas visões fantásticas existem para ele; ele as vê, as toca e se amedronta. VI – A inspiração é mais rara que a alucinação, porque não se deve somente ao estado físico, mas sobretudo à situação moral do indivíduo predisposto a recebê-la. VII – Há tantas categorias de inspiração e de inspirados quantas faculdades existem no cérebro humano para assimilar os diferentes conhecimentos. VIII – Os inspirados são geralmente seres puros, ingênuos e simples, sérios e refletidos, cheios de abnegação e de devotamento, sem personalidade marcante, bastante inteligentes para assimilar os pensamentos alheios, mas não moralmente bastante fortes para os discutir. IX – Por vezes a inspiração é inconsciente de si mesma. Às vezes um médico, ao se aproximar de certos doentes, acha de súbito o remédio que pode curá-los. Não foi a ciência que o guiou; foi a inspiração. X – O que se dá com o médico, pode ocorrer em todos os outros ramos do trabalho humano. Em certas horas o fogo da inspiração nos devora; há que ceder. XI – A inspiração vem indiferentemente de dia, de noite, em vigília ou durante o sono; exige apenas recolhimento. XII – Posto se dirija a todos, a inspiração desce mais geralmente sobre as naturezas doentias ou gastas por uma sucessão de sofrimentos, materiais ou morais. XIII – A alucinação é um estado doentio, que o magnetismo pode modificar de maneira salutar. A inspiração é uma assimilação moral que não se deve provocar com passes magnéticos. XIV – O alucinado entrega-se voluntariamente a arroubos e a contorções ridículas. O inspirado geralmente é calmo. (Págs. 33 a 42.)

 

Respostas às questões propostas

 

A. Quais os princípios do Espiritismo mais facilmente aceitos?

Segundo Kardec, são a pluralidade dos mundos habitados e a reencarnação. O primeiro reúne adeptos até mesmo no seio do materialismo. O segundo está no estado de intuição numa porção de indivíduos, nos quais é uma crença inata. Essa crença tende, pois, a se vulgarizar cada vez mais, com o que o Espiritismo só tem a ganhar em termos de adeptos. (Revista Espírita de 1868, pp. 4 e 5.)

B. O abade Poussin, em sua obra sobre o Espiritismo, reconhece dois fatos positivos por ele atribuídos à doutrina espírita. Quais são esses fatos?

O primeiro: O Espiritismo envolve, como numa imensa rede, a sociedade inteira. O segundo: Ele prestou à Igreja o serviço de derrubar as teorias materialistas do século 18. As consequências desses dois fatos são comentadas por Kardec na Revista. (Obra citada, pp. 7 a 13.)

C. Que ideias contidas no livro do abade Poussin fortalecem o Espiritismo?

Na Revista Kardec menciona estas ideias: 1. A crença nos Espíritos e sua intervenção no domínio de nossa vida remontam à mais alta antiguidade. 2. Deus fez os Espíritos seus embaixadores, diz o salmista. São os ministros de Deus, diz São Paulo. 3. Cada ser vivo neste mundo tem um anjo que o dirige, ensina Santo Agostinho. 4. O fato mais interessante e mais autêntico da história é a evocação de Samuel por uma pitonisa de Endor, a pedido do rei Saul. A médium que atendeu Saul disse, depois do episódio: “Eis que há quarenta anos faço profissão de evocar os mortos a serviço de estranhos; mas jamais vi semelhante aparição”. 5. O Eclesiástico, reportando-se ao fato, prova que ocorreu ali uma verdadeira aparição, e não uma alucinação de Saul. (Obra citada, pp. 13 a 17.)

 

 



 

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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

 



A realização dos sonhos e objetivos

 

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@gmail.com

 

Certa vez, ouvi uma analogia muito interessante que não havia observado ainda: sonhos são desejos do coração; objetivos são expectativas da razão, ou seja, tudo o que diz mais a respeito de conquistas que não representam tanto para a centelha divina, no entanto interessam bastante ao espírito encarnado.

Será que já pensamos sobre isso? Quando partirmos desta para melhor assim desejo , todos os objetivos mais terrenos, as posições ocupadas, os títulos, a quantia de dinheiro, os certificados e tantas maneiras de definir alguém perderão completamente o valor, porém toda bondade realizada estará diante de nós tornando nossa luz mais radiante. Quando sonhos acontecem, eles tornam intenso o nosso coração; quando objetivos são alcançados, o indivíduo se sente realizado e um pouco mais feliz, mas em algum tempo parece que tudo retorna ao valor comum, pois a essência não foi presenteada, apenas os fatores mais materialistas foram alimentados.

Essa reflexão me foi tão preciosa, já que de imediato tudo o que desejamos fica numa aparente linha tênue normalmente sem tanta diferenciação. No entanto se a partir de agora nos atentarmos haverá notável diferença entre sonhos e objetivos. Ainda, encarnados, as duas formas são presentes e necessárias, mas os sonhos, penso que alimentam com amor o espírito, energia eterna e divina que somos.

Há outro parecer que é sobre a gratidão, ou melhor, se tudo o que temos e conquistamos é valorizado, então, já nos elevamos mais um degrau. O agradecimento é uma energia de transformação e alegria e quanto mais o nosso espírito se fortalece, mais sonhos também ocorrem.

Muitas vezes, nossa vida se encaminha de maneira tão automática que nem objetivos tampouco sonhos estão acontecendo. É necessário olhar para o Céu; respirar fundo; encontrar o sentido, pelo menos, do dia em questão; priorizar o que o coração deseja, independente de um mundo externo; ser mais inteiro do que metade, já que somos eternidade. Quando o interior está fortalecido e avivado, os sonhos começam a surgir em cores; os objetivos, então, em uma sucessão natural.

E como cada segundo é uma oportunidade, tudo pode ser realizado, portanto que sejam sempre os sonhos primeiramente. E tudo será renovado e terá sentido. Não estamos aqui para meras vivências, sem graça, cores ou vida. Aqui estamos para realizar a melhor existência de nossa história até agora e o Universo dispõe de tudo para todos os seres.

Que os sonhos sejam guiados por muita luz e que os objetivos também, realizados, tornem-se um fôlego bem-vindo para os dias encarnados do espírito.

 

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/

 

 

 

 


 

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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

 



Presente imprevisto

 

Hilário Silva (Espírito)

 

– Olhe por mim, Irmã Nélia! Tenho sofrido demais.

Era D. Flavinha quem pedia à entidade amorosa, na sessão de efeitos físicos, em grande cidade mineira.

E Irmã Nélia, materializada, confortava:

– Tudo melhorará, minha filha! Acalme-se. Confiemos em Jesus.

Na reunião imediata, D. Flavinha clamava:

– Socorro, Irmã Nélia! Minhas provações são terríveis! Que será de mim? Traga-me um consolo!

A mensageira em serviço respondia:

– Filha, tenhamos paciência e coragem... A luta é instrumento de redenção! A dor é uma bênção que a Lei de Deus nos envia...

Nas preces seguintes, voltava D. Flavinha:

– Irmã Nélia, sofro imensamente! Ampare-me!...

E a emissária do bem:

– Jesus é por nós... Seja a fé nosso guia.

Rearticulada a assembleia de oração, D. Flavinha repetia:

– Ó Irmã Nélia, desfaleço!... Que será de mim com tantas dores?

A piedosa entidade balsamiza-lhe a alma:

– Filha, não esmoreça! Com o dever retamente cumprido, receberemos do Senhor novas bênçãos! Não desanime, não desanime!

Outras sessões e outros clamores.

A situação perdurava por mais de um ano, quando, certa noite, D. Flavinha rogou com mais lágrimas:

– Irmã Nélia, não posso mais! Auxilie-me, por amor de Deus! Sua caridade tem trazido aqui o remédio para tanta gente! Lembre-se de mim! Traga-me, por Jesus, algum socorro mais decisivo!

E Irmã Nélia informou:

– Sim, sim... Tentarei, tentarei...

Quando a sessão terminou, D. Flavinha sorriu pela primeira vez, embora extremamente desapontada. No seu colo estava, bem-posta, grande e curiosa chupeta...

 

Do livro A Vida Escreve, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

 

 

 

 

 

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