domingo, 9 de fevereiro de 2025

 


A prece é uma força tão real como a gravidade terrestre

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

 

A frase acima, de autoria do dr. Alexis Carrel, mostra-nos a importância da prece, um tema que foi tratado na obra de Allan Kardec em diversas oportunidades.

Eis de forma sintética o que lemos sobre o assunto na principal obra espírita, O Livro dos Espíritos, que dedicou à prece as questões 658 a 666, cientes todos nós de que os termos prece e oração têm o mesmo significado:

1) A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração. É, assim, preferível ao Senhor a prece vinda do íntimo à oração lida, por mais bela que seja, se for lida mais com os lábios do que com o coração.

2) A prece é um ato de adoração, com o qual podemos propor-nos três coisas: louvar, pedir, agradecer.

3) A prece torna melhor o homem, porque aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo.

4) O essencial na prece não é orar muito, mas orar bem. Existem pessoas, porém, que supõem que todo o mérito está no tamanho da prece e fecham os olhos para os seus próprios defeitos. Essas criaturas fazem da prece uma ocupação, um emprego do tempo, nunca um estudo de si mesmas.

5) Podemos pedir a Deus que nos perdoe as faltas, mas só obteremos o perdão mudando de proceder, porque as boas ações são a melhor prece e os atos valem mais que as palavras.

6) As provas por que passamos estão nas mãos de Deus e há algumas que têm de ser suportadas até o fim. A prece traz para junto de nós os bons Espíritos, que nos dão a força para suportá-las corajosamente.

7) A prece nunca é inútil quando bem feita, porque fortalece a pessoa que ora.

8) A prece não tem por efeito mudar os desígnios de Deus, mas a alma por quem oramos experimenta alívio e sente sempre um refrigério quando encontra pessoas caridosas que se compadecem de suas dores.

9) Pode-se orar pelos Espíritos e aos bons Espíritos, porque estes são os mensageiros de Deus e os executores de suas vontades. O poder deles está, porém, relacionado com a superioridade que tenham alcançado e dimana sempre do Senhor, sem cuja permissão nada se faz.

A propósito dos efeitos da oração cremos seja oportuno que lembremos um episódio ocorrido por ocasião da 2ª Guerra Mundial, reportado por André Luiz no cap. 18 do livro Os Mensageiros, obra psicografada pelo médium Chico Xavier. O fato, de acordo com as informações de Alfredo (espírito), um dos personagens do livro, ocorreu na cidade inglesa de Bristol.

Em determinada noite, Bristol estava sendo sobrevoada por alguns aviões pesados de bombardeio e as perspectivas de destruição eram assustadoras. Para dificultar o trabalho dos agressores, a cidade havia sido imersa em total escuridão. Visto de muito longe, destacava-se, porém, à visão espiritual, um farol de intensa luz. Seus raios faiscavam no firmamento, enquanto as bombas eram arremessadas ao solo.

Alfredo e seus companheiros, todos desencarnados, desceram ao ponto luminoso e verificaram, então, com surpresa, que a luz vinha de uma igreja, cujo recinto, quase sombrio para o olhar humano, era altamente luminoso para os olhos espirituais. Alguns cristãos corajosos reuniam-se ali e cantavam hinos. O ministrante do culto havia lido a passagem dos Atos em que Paulo e Silas cantavam à meia-noite na prisão, e as vozes cristalinas elevavam-se ao Céu, em notas de fervorosa confiança. Enquanto as bombas explodiam lá fora, os cristãos cantavam, unidos, em celestial vibração de fé viva.

O chefe da equipe espiritual mandou, então, que Alfredo e seus companheiros se conservassem de pé, diante daquelas almas heroicas, em sinal de respeito e reconhecimento, afirmando "que os políticos construiriam os abrigos antiaéreos, mas os cristãos edificariam na Terra os abrigos antitrevosos". (Os Mensageiros, cap. 18, pp. 101 e 102.)

O episódio comprova o que a respeito da prece escreveu o fisiologista e cirurgião francês dr. Alexis Carrel, Prêmio Nobel de Medicina de 1912 e autor do livro O homem, esse desconhecido, best-seller na América do Norte em 1935. Eis o que disse sobre a prece o notável médico:

1) A prece marca com os seus sinais indeléveis as nossas ações e conduta.

2) A prece é uma força tão real como a gravidade terrestre. A influência da prece sobre o corpo e sobre o espírito humano é tão suscetível de ser demonstrada como a das glândulas secretoras.

3) Muitos enfermos têm-se libertado da melancolia e da doença graças à prece. É que, quando oramos, ligamo-nos à inexaurível força motriz que aciona o universo e, no pedir, nossas deficiências humanas são supridas e erguemo-nos fortalecidos e restaurados.

4) Não devemos, no entanto, invocar Deus tendo em vista meramente a satisfação dos nossos desejos. Maior força colhemos da prece quando a empregamos para suplicar-lhe que nos ajude a imitá-lo.

5) Toda vez que nos dirigimos a Deus, melhoramos de corpo e de alma. Não tem, porém, sentido orar pela manhã e viver como um bárbaro o resto do dia.

6) Hoje, mais do que nunca, a prece é uma necessidade inelutável na vida de homens e povos.

7) É a falta de intensidade no sentimento religioso que acabou por trazer o mundo às bordas da ruína. (Seleções do Reader’s Digest, edição de fevereiro de 1942.)

A ruína a que dr. Carrel se referiu era o conflito que passou à história como sendo a 2ª Guerra Mundial, que reuniu, em campos opostos, nações que, pelo menos na teoria, professavam o Cristianismo, circunstância que não impediu a destruição de cidades inteiras e a morte de milhões de pessoas.

 

 

 

 

 

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