Por que há ambientes e reuniões que nos causam grande satisfação?
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
Uma amiga nos propôs a seguinte questão:
Qual a diferença
entre Radiação e Irradiação (fluídica)? Por favor, dê-me se possível alguns
exemplos.
Acerca dos termos
citados, colhemos nas obras espíritas as definições seguintes:
Radiação [do latim
radiatione]: Ato ou efeito de radiar. Qualquer dos processos físicos de
emissão e propagação de energia.
Radiar [do latim radiare]:
Emitir ondas e energia calorífica, luminosa ou, de modo geral, eletromagnética.
Transmitir ondas mentais ou fluidos terapêuticos a um paciente distante. Fazer
brilhar, irradiar.
Irradiação [do
latim irradiare]: Transmissão de fluidos espirituais a distância ou
passe a distância.
É de notar, desde
logo, que os termos radiação e irradiação têm significados semelhantes e é,
certamente, por isso que os autores espíritas os utilizam, ora um, ora outro,
para referir-se ao mesmo fato. Ligeira consulta às diferentes obras confirma o
que dizemos.
Em Obras
Póstumas, Allan Kardec ensina que "cada ser tem seu fluido próprio que
o envolve, como a atmosfera envolve cada planeta". A atmosfera fluídica do
ser humano é plasmada por seus atos, pensamentos e sentimentos.
Os fluidos são
formas energéticas da substância elementar que o organismo perispiritual
absorve do meio ambiente, transforma segundo o padrão vibratório em que se
encontra e irradia em derredor de si. Neutros em si mesmos, os fluidos adquirem
as qualidades do meio em que são elaborados, do mesmo modo que a água se
modifica conforme o leito onde caminhe.
Assim, do ponto de
vista moral, os fluidos trazem a impressão dos sentimentos de ódio, inveja,
ciúme, orgulho, egoísmo, violência, bondade, benevolência, doçura etc. Do ponto
de vista físico, os fluidos são excitantes, calmantes, penetrantes,
adstringentes, irritantes, dulcificantes, soporíferos, narcóticos, tóxicos,
reparadores etc.
Os fluidos serão
mais harmônicos, agradáveis, luminosos e saudáveis, quanto mais elevados são os
pensamentos e os sentimentos da pessoa que os emite. O fluido bom possui
vibração elevada e pura que reconforta, estimula e cura as perturbações físicas
e morais. Já os fluidos pesados, mórbidos e desagradáveis, que são irradiados
por Espíritos inferiores, maléficos ou enfermos, causam distúrbios e doenças.
Ensina Léon Denis,
em sua obra O Além e a Sobrevivência do Ser, que todos os corpos vibram,
todos se mantêm num perpétuo estado de radiação; apenas a do rádio é mais forte
do que as outras. Quanto ao ser humano, existe nele um foco de energia, donde
constantemente emanam eflúvios magnéticos e forças que se ativam, que se
estendem sob a influência da vontade, chegando a impressionar placas
fotográficas.
Conforme os
ensinamentos espíritas, as radiações são um poderoso agente de tratamento,
tanto material como espiritual. São tão eficientes como qualquer tratamento
feito na presença do indivíduo, como ocorre nos passes magnéticos. A distância
não representa impedimento algum. As radiações significam passes a distância.
Tanto num caso como no outro, a ação da mente, a força do pensamento, o impulso
amoroso e a vibração fraterna constituem a mola propulsora do fenômeno.
Eis dois exemplos
que mostram de forma bastante clara o efeito da irradiação fluídica sobre as pessoas:
1º – Vamos a um
encontro com amigos nossos para realizarmos o chamado culto do Evangelho no
lar. É lida uma página do Novo Testamento, a qual é, a seguir, comentada por
alguns dos presentes. No final, oramos por alguém do grupo que se encontra
enfermo. Finda a reunião, saímos dali edificados.
2º – Participamos
de mais uma reunião convocada pelo síndico do prédio onde moramos. Discussões
acaloradas ocorrem. Dois condôminos, por não concordarem com determinada
deliberação, discutem asperamente e quase chegam às vias de fato. Findo o
encontro, saímos dali desarmonizados e alguns até bastante irritados.
No cap. XIV do
livro A Gênese, de Allan Kardec, encontramos a explicação dos fatos
descritos, que as pessoas sabem que ocorrem, mas geralmente não compreendem.
Uma reunião de
pessoas é um foco de irradiação de pensamentos diversos, em que cada indivíduo
emite eflúvios fluídicos próprios. Resulta disso uma multiplicidade de
correntes e de eflúvios fluídicos cuja impressão cada um recebe pelo sentido
espiritual, como num coro musical cada um recebe a impressão dos sons pelo
sentido da audição.
Ora, do mesmo modo que há radiações sonoras, harmoniosas
ou dissonantes, também há pensamentos harmônicos ou discordantes. Se o conjunto
é harmonioso, agradável será a impressão; se for discordante, a impressão
poderá ser penosa. Para isso, não é
preciso que o pensamento se exteriorize por palavras. Quer ele se externe, quer
não, a irradiação existe sempre.
Essa é, em
síntese, a causa da satisfação que se experimenta numa reunião simpática,
animada de pensamentos bons e benévolos. Envolve-a uma atmosfera moral muito
agradável e salutar, onde se respira à vontade, e saímos dali reconfortados,
porque impregnados de eflúvios fluídicos salutares.
Basta, contudo,
que se lhe misturem alguns pensamentos maus, para produzir-se o efeito de uma
corrente de ar gelado num meio tépido, ou o de uma nota desafinada na
apresentação de uma orquestra.
É isso que explica
a ansiedade, o indefinível mal-estar que se experimenta numa reunião antipática,
na qual pensamentos malévolos provocam correntes de fluido de igual natureza.
Nota do Autor:
Para ler o texto
publicado no domingo anterior, clique em: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2025/10/os-fundamentos-do-espiritismo-tem-sido.html
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