Roteiro
Emmanuel
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Indiscutivelmente a mediunidade, no aspecto em que a conhecemos na Terra, é a resultante de extrema sensibilidade magnética, embora, no fundo, estejamos informados de que os dons mediúnicos, em graus diversos, são recursos inerentes a todos.
Cada
ser é portador de certas atividades e, por isso mesmo, é instrumento da vida.
A
luz nasce da chama sem ser a chama.
O
perfume vem da flor sem ser a flor.
A
claridade do núcleo luminoso une-se a radiações do ambiente e o aroma da rosa
mistura-se a emanações do meio, dando origem a variadas criações.
Assim
também o pensamento invisível do homem associa-se ao invisível pensamento das
entidades espirituais que o assistem, estabelecendo múltiplas combinações, em
benefício do trabalho de todos, na evolução geral.
Importa
reconhecer, porém, que existem mentes reencarnadas, em condições
especialíssimas, que oferecem qualidades excepcionais para os serviços de
intercâmbio entre os vivos da carne e os vivos do Além. 8 Nessas circunstâncias, identificamos os
medianeiros adequados aos fenômenos de manifestação do Espírito liberto, nos
Círculos de matéria mais densa.
Contudo,
nem sempre os donos dessas energias são mensageiros da sublimação interior.
Na
extensa comunidade de almas da Terra avultam, em maioria, as consciências ainda
enfermiças, por moralmente endividadas com a Lei Divina; consequentemente, a
maior parte das organizações medianímicas, no Planeta, não podem escapar a essa
regra.
Mais
de dois terços dos médiuns do mundo jazem, ainda, nas zonas de desequilíbrio
espiritual, sintonizados com as inteligências invisíveis que lhes são afins. Reclamam,
em razão disso, estudo e boa vontade no serviço do bem, a fim de retomarem a
subida harmônica aos cimos da luz, assim como os cooperadores de qualquer
instituição respeitável da Terra necessitam exercício constante no trabalho
esposado para crescerem na competência e no crédito moral.
Ninguém
se esqueça de que estamos assimilando incessantemente as energias mentais
daqueles com quem nos colocamos em relação.
E,
além disso, estamos sempre em contacto com o que podemos nomear como sendo
“geradores específicos de pensamento”. Através deles outras inteligências atuam
sobre a nossa.
Um
livro, um laço afetivo, uma reunião ou uma palestra são geradores dessa classe.
Aquilo que lemos, as pessoas que estimamos, as assembleias que contam conosco e
aqueles que ouvimos influenciam decisivamente sobre nós.
Devemos
ajudar a todos, mas precisamos selecionar os ingredientes de nossa alimentação
mais íntima.
Certo,
não podemos menosprezar o nosso irmão que se arrojou aos despenhadeiros do
crime, constituindo simples dever nosso o auxílio objetivo em favor do reajuste
e soerguimento dele, todavia, não podemos absorver-lhe as amarguras e os
remorsos, que se dirigem a natural extinção.
Visitaremos
o enfermo, encorajando-o e levantando-lhe o bom ânimo, contudo, não será
aconselhável adquirir-lhe as sensações desequilibrantes, que precisam
desaparecer, tanto quanto os detritos de casa que nos cabe eliminar.
A
obra da caridade tudo transforma em favor do bem.
A
atitude é oração. E, pela atitude, mostramos a qualidade dos nossos desejos.
Os
pensamentos honestos e nobres, sadios e generosos, belos e úteis, fraternos e
amigos, são a garantia do auxílio positivo aos outros e a nós mesmos.
Quanto
mais nos adiantamos na ciência do espírito, mais entendemos que a vida nos
responde, de conformidade com as nossas indagações.
O
princípio dos “semelhantes com os semelhantes” é indefectível em todos os
Planos do Universo.
Caminhamos
ao encontro de nós mesmos e, por isso, surpreendemos invariavelmente conosco
aqueles que sentem com o nosso coração e pensam com a nossa cabeça.
Os
médiuns, em qualquer região da vida, filtros que são de rogativas e respostas,
precisam, pois, acordar para a realidade de que viveremos sempre em companhia
daqueles que buscamos, de vez que, por toda parte, respiramos ajustados ao
nosso campo de atração.
[1]
O Livro dos Médiuns, 159.
Nota:
O livro Roteiro, psicografado pelo médium Chico Xavier, foi publicado
inicialmente pela editora da FEB em 1952.
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