Uma leitora de Minas Gerais pergunta-nos se é possível
a uma criança de cinco anos ver seu pai desencarnado e com ele conversar.
Sim; a resposta é afirmativa, conforme dissemos no
editorial da edição 62 da revista “O Consolador”, em que foi examinado o tema
da criança e seus amigos imaginários.
O link que remete ao texto mencionado é -
http://www.oconsolador.com.br/ano2/62/editorial.html.
Até os sete anos de idade, o Espírito da criança
encontra-se em fase de adaptação para a nova existência e ainda não existe uma
integração perfeita entre o Espírito e a matéria orgânica, fato que lhe permite
emancipar-se e, eventualmente, ver vultos desencarnados que lhe fazem
companhia, o que nos permite deduzir que os amigos imaginários de nossas
crianças só o são na aparência. Eles não são imaginários, mas apenas
invisíveis.
A vidência mediúnica durante os primeiros anos da
existência de uma pessoa deve ser, portanto, tratada naturalmente. A
experiência diz-nos que essa faculdade vai se apagando com o passar dos anos e
pode mesmo desaparecer totalmente, salvo se o seu exercício fizer parte da
programação reencarnatória da pessoa.
Os fatos de vidência, que Allan Kardec estudou em
minúcias nos itens 100 e 190 de O Livro dos Médiuns, são um assunto pacífico no
campo da fenomenologia espírita. Essa faculdade, que depende da organização
física do médium, permite a este – mesmo durante a vigília – ver os chamados
mortos.
Como os fenômenos mediúnicos não ocorrem à revelia das
autoridades espirituais superiores, é claro que há Espíritos que se deixam ver
e há outros que não são vistos, o que não significa que estejamos sós,
porquanto os desencarnados habitualmente nos rodeiam.
Foi um caso de vidência por parte de uma criança de
quatro anos, verificado em Caen (França), que levou Allan Kardec a reconhecer
que a mediunidade de vidência não apenas parecia, mas era sim comum nas
crianças.
Isso, disse Kardec, não deixava de ser providencial.
“Ao sair da vida espiritual – explicou ele – os guias da criança acabam de
conduzi-la ao porto de desembarque para o mundo terreno, como vêm buscá-la em
seu retorno. A elas se mostram nos primeiros tempos, para que não haja
transição muito brusca; depois se apagam pouco a pouco, à medida que a criança
cresce e pode agir em virtude de seu livre-arbítrio.” (Revista Espírita de 1866, pp. 286 e 287.)
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