JORGE
LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Este é um dia
especial, é Natal e, como tal, todos os peitos palpitam de emoções, os abraços
efusivos são constantes, juntamente com os votos de felicidade, saúde, paz e
prosperidade, principalmente monetária, pois, se o dinheiro não lhe traz
felicidade, amigo leitor, deposite-o em minha conta e seja feliz.
Rebusquei meus textos
sobre a data e trago-lhe as duas únicas flores, dentre meus poemas e crônicas,
que fiz desabrochar nesta data tão metafísica quanto os restos arrancados da
terra que nos viu passar unidos, eu e Carolina.
Uma dessas pétalas
raras em minha produção literária intitulei:
Soneto de Natal
Um
HOMEM, — era aquela noite amiga,
Noite
cristã, berço do Nazareno, —
Ao
relembrar os dias de pequeno,
E
a viva dança, e a lépida cantiga,
Quis
transportar ao verso doce e ameno
As
sensações da sua idade antiga,
Naquela
mesma velha noite amiga,
Noite
cristã, berço do Nazareno.
Escolheu
o soneto... A folha branca
Pede-lhe
a inspiração; mas, frouxa e manca,
A
pena não acode ao gesto seu.
E,
em vão lutando contra o metro adverso,
Só
lhe saiu este pequeno verso:
“Mudaria
o Natal ou mudei eu?”
(ASSIS,
Machado. Ocidentais (1879). In: _. Machado de Assis: obra completa. Rio de
Janeiro: José Aguilar, 1973, p. 167.)
Esse único soneto,
que dediquei, segundo Manuel Bandeira (Op. cit., p. 14) à “melancolia de não
encontrar mais, numa noite de Natal, as sensações da idade antiga”, parece
ter-se tornado profético. Atualmente, o espírito natalino é substituído pelo
excessivo consumo de bebidas alcoólicas e comilanças. Poucas famílias
lembram-se de buscar a presença do aniversariante em sincera oração de
agradecimento por sua incomparável exemplificação do amor entre nós.
À atual Sociedade
protetora dos animais, faço um apelo para que oremos também em prol da alma de
um leitão que foi sacrificado, no Natal citado em minha crônica publicada no
periódico A Semana de 1893; ou seja, há exatos 120 anos. Mas o que são 120
anos, senão, por vezes, o tempo entre uma e outra reencarnação?
É bem verdade que
alguns espíritos, como o meu, costumam ficar séculos ou milênios nesta outra
dimensão da vida, observando e interferindo no orbe terrestre, buscando
aperfeiçoá-lo; mas somos minoria. Talvez uns 0,00001% de toda a população
terráquea atual.
Que mais dizer do
leitão? Triste leitão, pobre leitor. Se desejar ler mais sobre o assunto,
clique em www.dominiopublico.gov.br e leia, na íntegra, a crônica citada.
Afianço-lhe, de antemão, amiga leitora, que, de tudo o que ali está, sobrou
apenas esse parágrafo, que não vou reproduzir para não lhe tirar da língua o
gosto do pernil.
O fato é que, de
tanto comerem leitão e peru no Natal, essa pobre ave nem ao menos comemora o
dia do advento do Senhor. Morre na véspera.
Não sejamos perus,
amigos; ante os desafios da vida, ainda que venhamos a perecer, que o seja
durante o combate.
Mas que também tenho
um grande dó do peru, lá isso tenho. Pobre peru, triste ser penado.
É um dó que dá cada
pena ou cada pena de dar um dó? Você decide...
Enfim... que o Natal
nos traga a doce reflexão sobre a vida do Cristo, que trouxe consigo a
“mensagem da verdadeira fraternidade e, revelando-a, transitou vitorioso, do
berço de palha ao madeiro sanguinolento”.
Concluamos, pois, com
a continuação desta mensagem de meu amigo Emmanuel:
Irmão,
que ouves no Natal os ecos suaves do cântico milagroso dos anjos, recorda que o
Mestre veio até nós para que nos amemos uns aos outros.
Natal!
Boa-Nova! Boa-Vontade!...
Estendamos
a simpatia para com todos e comecemos a viver realmente com Jesus, sob os
esplendores de um novo dia. (XAVIER, F. C. Fonte viva. Ed. FEB.)
Feliz Natal, amigo, e
não se esqueça de que cerveja cria pança; cuidado para não engordar, amiga... E
que o espírito da tolerância, a fraternidade e o amor do Cristo possam nos
tornar melhores e saudáveis, desde já.
Visite o blog Jorge, o sonhador: http://www.jojorgeleite.blogspot.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário