Lendo um dos
artigos que aqui foram publicados, uma jovem mãe enviou-nos a seguinte questão:
– Por que é tão importante cuidar da evangelização de nossas crianças?
É conhecida a
posição de Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, com relação ao ensino
moral contido no Evangelho:
"Diante
desse código divino, a própria incredulidade se curva. É o terreno em que todos
os cultos podem encontrar-se, a bandeira sob a qual todos podem abrigar-se, por
mais diferentes que sejam as suas crenças, porque nunca foi objeto de disputas
religiosas, sempre e por toda parte provocadas pelos dogmas”. (O Evangelho segundo o Espiritismo,
Introdução, item I.)
Depois de tão
sábias palavras, Kardec asseverou: “Para os homens, em particular, é uma regra
de conduta, que abrange todas as circunstâncias da vida privada e pública, o
princípio de todas as relações sociais fundadas na mais rigorosa justiça. É,
por fim, e acima de tudo, o caminho infalível da felicidade a conquistar, uma
ponta do véu erguida sobre a vida futura". (Idem, ibidem.)
Aí está,
pois, o ponto central da resposta à pergunta formulada.
Evangelizar
uma pessoa é ensinar-lhe o caminho que leva à paz, à harmonia, à felicidade
possível no mundo em que vivemos. Existe motivo maior?
E quando essa
tarefa deve começar? A resposta a essa dúvida é também por demais conhecida:
deve iniciar-se na infância, esse período da existência corpórea que Emmanuel
assim conceituou: "A juventude pode ser comparada a esperançosa saída de
um barco para uma longa viagem. A velhice será a chegada ao porto. A infância é
a preparação".
Os Espíritos
Superiores nos ensinam que, encarnando-se com o objetivo de se aperfeiçoar, o
Espírito durante a infância “é mais acessível às impressões que recebe, capazes
de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de
educá-lo".
As crianças
são os seres “que Deus manda a novas existências”. “Para que não lhes possam
imputar excessiva seriedade, dá-lhes todos os aspectos da inocência. Julgando
os seus filhos bons e dóceis, os pais lhes dedicam toda a afeição e os cercam
dos mais minuciosos cuidados. A delicadeza da idade infantil os torna brandos,
acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devem fazê-los progredir. É
na fase infantil que se lhes pode reformar o caráter e reprimir as suas más
tendências. Esse é o dever que Deus confiou aos pais, missão sagrada pela qual
terão de responder." (Cf. O Livro
dos Espíritos, questões 383 e 385.)
Examinando o
assunto, Emmanuel aditou esta importante informação: "O período infantil é
o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos. Até os
sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova
existência. Ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria
orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isto, mais vivas,
tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e estabelecer novo caminho.
Passada a época infantil, atingida a maioridade, só o processo violento das
provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas,
porquanto a alma encarnada terá retomado o seu patrimônio nocivo do pretérito e
reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a luz interior dos sagrados
princípios educativos". (O Consolador,
pergunta 109.)
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