sexta-feira, 28 de março de 2014

É certo doar órgãos para fins de transplante?


Um leitor nos pergunta: Qual é o posicionamento espírita no tocante à doação de órgãos? Com a pergunta, diz-nos o leitor ter ouvido no meio espírita comentários tanto a favor como contra. Afinal, quem está certo?
É bom explicar, inicialmente, que Allan Kardec não tratou do tema doação de órgãos, uma prática impensável em sua época, e por esse motivo não existe na Doutrina Espírita algo que nos fale sobre doação de órgãos para fins de transplante.
Os autores espíritas posteriores a Kardec, tanto os encarnados quanto os desencarnados, jamais se manifestaram contra a doação para tal finalidade.
De fato, quando surgiram na Terra os primeiros casos de transplante de coração houve quem entendesse que doar um órgão poderia constituir um erro, porque, ao fazê-lo, a pessoa estaria interferindo indevidamente no curso de uma prova que o beneficiário da doação teria de enfrentar.
Essa ideia, absolutamente equivocada, não perdurou muito tempo. Chico Xavier, por exemplo, respondendo a uma pergunta que lhe foi feita na época, afirmou peremptoriamente que devemos, sim, doar os órgãos prestantes a quem deles necessita, do mesmo modo que doamos uma roupa usada, um calçado, um objeto qualquer a uma pessoa carente.
Dr. Jorge Andréa, conhecido autor e médico espírita, também se posicionou na ocasião afirmando que os transplantes tinham vindo para ficar e que nenhuma religião tem o direito de opor obstáculo às conquistas da Ciência, sobretudo quando essa conquistas prolongam a vida e ampliam as possibilidades de progresso da criatura humana.
Devemos ser, e certamente o somos, contrários, sim, às práticas que levam à morte – como o aborto e a eutanásia, em todas as suas formas. Mas jamais poderíamos, em nome do Espiritismo, desaprovar as práticas que valorizam a vida, como o é a doação de órgãos, cientes da importância que o processo reencarnatório tem na vida de todos nós.




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