Uma leitora pergunta-nos se as expressões almas gêmeas e metades eternas significam a mesma coisa.
No tocante ao assunto suscitado por essa pergunta
existem controvérsias mesmo entre os espiritistas.
Do ponto de vista literário, não há o que opor à tese
das almas gêmeas. Trazendo, porém, o tema para a discussão espírita, como
devemos encará-lo?
Segundo Emmanuel, almas gêmeas existem, sim. Diversos
autores desencarnados respeitados em nosso meio, a exemplo de Jésus Gonçalves,
André Luiz, Manoel P. de Miranda e Victor Hugo, o apoiam, porque todos eles se
valeram dessa expressão em um e outro momento de suas obras.
Aceita a tese, a questão consiste em definir o que
sejam almas gêmeas.
Lembremos que, segundo a doutrina exposta em O
Livro dos Espíritos,
não existem almas feitas aos pares, não existem almas idênticas a outras, e não
se aplica aos Espíritos o conceito usual pertinente à palavra “gêmeas”, como a
utilizamos quando nos referimos a crianças que nascem decorrentes de uma mesma
gestação.
As almas gêmeas seriam pessoas que se buscam, que
nutrem uma pela outra um carinho especial, e tal relação prossegue até que
ambas atinjam o estágio da perfeição. Essa afeição nasce, certamente, de uma
espécie de afinidade especial decorrente, talvez, do fato de haverem iniciado
juntas o processo evolutivo. Esse era, aliás, o pensamento do saudoso confrade
Hugo Gonçalves, fundador e diretor do jornal espírita O Imortal, de Cambé (PR).
Cabe-nos, por fim, dizer que Emmanuel tem razão ao
afirmar que a tese das almas gêmeas nada tem que ver com as questões 298 a 303 d´ O Livro dos Espíritos, porque almas gêmeas não são o mesmo que metades eternas e é disso que Kardec
tratou na referida obra.
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