Anos atrás, a imprensa internacional deu grande destaque ao
pedido de desculpas que a Igreja apresentou ao mundo, reportando-se aos erros
que seus membros cometeram ao longo dos anos no tocante ao tema comportamento
sexual e castidade.
O pedido de desculpas tem sua origem conhecida. É que, dias
antes, determinado governante de um país vizinho, ex-bispo católico,
reconhecera ser pai de uma criança, resultado de um relacionamento com uma
jovem quando ele ainda estava investido nas funções sacerdotais. O
relacionamento teria começado quando a jovem nem havia completado 17
anos.
Na ocasião em que a notícia foi divulgada, vários casos
envolvendo líderes e personalidades importantes de outros países foram lembrados,
o que evidencia a fragilidade do ser humano quando o assunto envolve
comportamento sexual, castidade e fidelidade.
Para os espíritas nada de surpreendente pode haver em tais
fatos, visto que temos perfeita ciência de quão atrasado é o nosso planeta do
ponto de vista moral. Afinal, menos de setenta anos atrás, exatamente em 1948,
Frederico Figner consignou em seu livro Voltei,
obra mediúnica psicografada por Francisco Cândido Xavier, a informação de que
mais da metade da população do globo era constituída de Espíritos
semicivilizados ou bárbaros e que apenas 30% formavam o contingente de pessoas
aptas à espiritualidade superior. (Cf. Voltei,
de Irmão Jacob, FEB, 7ª edição, pág. 93.)
De 1948 até agora, dada a exiguidade do tempo decorrido,
temos de reconhecer que muito pouco se alterou na qualificação dos habitantes
de nosso mundo, uma ideia que é corroborada pelo quadro geral de decomposição e
miséria moral que tem gerado guerras, corrupção, iniquidades, violência e
desmandos diversos que o noticiário nos aponta a cada dia.
O tema sexualidade assumiu na obra de Freud um papel de
destaque, a que André Luiz se refere no cap. 11 de seu livro No Mundo Maior, psicografado por
Francisco Cândido Xavier e publicado pela editora da FEB.
Nesse livro há a reprodução de uma palestra proferida por
um Instrutor desencarnado, em que a temática do sexo e o pensamento de Freud
foram focalizados. Segundo o palestrante, Freud centralizou seus estudos no
impulso sexual, conferindo-lhe caráter absoluto, de maneira que, para o círculo
de estudiosos essencialmente freudianos, os problemas psíquicos da
personalidade se resumem todos à angústia sexual, enquanto duas correntes
distintas de seus colaboradores entendem que as causas dos referidos problemas
se estenderiam também à aquisição de poder e à ideia de superioridade, ou seja,
além da satisfação do sexo e da importância individualista, existe também o
impulso da vida superior que tortura o homem terrestre mais aparentemente
feliz.
Na visão do Instrutor citado por André Luiz, as três
escolas são portadoras de certa dose de razão, embora, segundo ele, não se
possa afirmar que tudo nos círculos carnais constitua sexo, desejo de
importância ou aspiração superior.
Em que pese essa ressalva, o Instrutor admitiu, no final de
suas considerações, que mais da metade dos milhões de Espíritos encarnados na
Crosta da Terra, de mente fixa na região dos movimentos instintivos, concentram
suas faculdades no sexo, do qual se derivam naturalmente os mais vastos e
frequentes distúrbios nervosos.
Em face de tais palavras, ninguém se surpreenda se novas
decepções vierem à tona no mundo em que vivemos, situação que só se modificará
com o aprimoramento moral dos habitantes do planeta, o que, obviamente,
demandará muito tempo e exigirá de todos muito esforço.
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