JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Boa-tarde, leitora amiga e paciente leitor.
Falar-lhes-ei hoje sobre um assunto nada burlesco: a diferença entre o Estado
laico e o Governo ateu.
Houve um tempo, aqui na Terra, que o Estado era
a Igreja. Tudo o que infringia as normas sacras era considerado sacrílego. O
Papa era a lei suprema; e ai de quem contrariasse os dogmas da religião
católica apostólica universal. Anátema!
Alguns atrevidinhos e algumas ousadinhas, tais
como Galileu Galilei, João Huss e Joana d'Arc, meteram-se a contrariar as
ordenações, dogmas e leis vigentes na santa Igreja. Resultado, o primeiro foi
submetido à prisão perpétua domiciliar; os outros dois foram reduzidos a cinzas
nas fogueiras da inquisição.
Antes disso, quando o Governo era de César e os
cristãos eram os inimigos do Estado, dizem que Joana de Cusa foi levada a
"julgamento", por professar a fé em Jesus Cristo ,
juntamente com seu jovem filho, ainda adolescente. Havia uma condição para que
ambos não fossem queimados vivos, após serem amarrados a um poste: Joana
renegar Jesus. Assim, quando o carrasco lhes deu uma última oportunidade para
trair sua crença e confirmar a lealdade a César, o filho dela suplicou-lhe
chorando:
— Renega,
mãe, esse Jesus que nos desampara e nos deixa morrer queimados. Sou jovem,
quero viver...
Ao que ela respondeu:
— Cala-te, meu filho, você não sabe o que está
dizendo. Vamos cantar, para que nossas almas não sintam o calor do fogo e se
iluminem com o amor do Cristo de Deus.
E começaram a cantar...
Diante disso, o carrasco ainda lhe perguntou:
— Esse seu Jesus só lhes ensina a morrer
queimados por amor a Ele?
E Joana responde-lhe:
— Não somente a morrer por amor a Ele, mas
também a vos perdoar e amar.
Dizem que foram recebidos, com a glória de
heróis, diretamente por Jesus Cristo, na vida real, que é a do Espírito
imortal, como está comprovado pelo Espiritismo, o Consolador cristão prometido
por Jesus que respeita todas as crenças, mas esclarece os descrentes sem lhes
violentar as consciências.
Veja quem tem olhos para ver, creia quem tem
juízo... Não sem razão, Ele nos afirmou: "E conhecerás a verdade, e a
verdade vos libertará".
O tempo passou, a Igreja tornou-se a religião do
Estado. Conquistou o poder temporal na Terra e, de perseguida, passou a
perseguidora. Seu poder era tal que coroava ou depunha reis e rainhas.
Mas isso também mudou. Fez-se a separação entre
a Igreja e o Estado. Foi um divórcio dolorido, mas com juras de amor e de
respeito mútuo...
O fato de o Estado tornar-se laico, entretanto,
enquanto o ateísmo não se impôs na Terra, permitia uma convivência pacífica com
todas as religiões, quando a ditadura estatal intolerante não se interpunha,
pela força, aos direitos de crença.
Atualmente, porém, no Brasil, a Ética e a Moral
foram postas de cabeça para baixo; e a mentira, o roubo, a caça impiedosa às
pessoas que atravessam o caminho dos poderosos passou a ser a norma governamental.
Hoje em dia, o cidadão é quase obrigado a se
tornar hipócrita, sensual, depravado e mentiroso, porque, se deseja ser
respeitado e aprovado pelo sistema, essas são suas principais credenciais
aceitas. E ai de quem não fizer parte do grupo do poder. É defenestrado do seu
posto, por meio de armadilhas quase insuperáveis.
Dependendo do interesse do Estado, o culpado
pode virar inocente e este ser transformado em criminoso.
Estado laico significava a não imposição
religiosa, neutralidade dos governantes em relação às crenças dos governados,
mas também a valorização do comportamento ético, o respeito às crenças alheias
em Deus e na vida espiritual, fosse qual fosse a religião adotada pelas
pessoas.
Até mesmo respeitava-se o direito de não se ter
crença alguma...
Estado materialista, ateu, é aquele que não mais
respeita as tradições morais e as religiões de seu povo, por julgar que tudo se
acaba com a morte do corpo material.
Essa é a grande diferença entre um Governo laico
e um Governo ateu. O laico não precisa ser necessariamente ateu, simplesmente
não interfere nas questões religiosas. O ateu aproveita-se da laicidade para
impor suas teorias materialistas e ridicularizar quem tem sua fé em Deus.
O Estado laico respeita as crenças do povo
governado, não permite a imposição de ideias profanas e a violação dos costumes
ético-morais da sociedade. O Estado ateu faz a apologia de tudo o que considera
válido em função de uma vida materialista: a sensualidade exacerbada, com
fornecimento gratuito de preservativos; o casamento gay, a distribuição de
cartilhas a crianças, na escola, com histórias de inversões de condutas
sexuais, a apologia ao consumo de certas drogas consideradas inofensivas, as
novelas com a exaltação dos personagens de atitudes violentas ou depravadores
dos costumes cristãos, etc. etc. etc. O anormal virou normal e vice-versa...
Até mesmo o envio de fortunas roubadas do povo a
paraísos fiscais, o crime e o assalto a bancos sob o pretexto de angariar
recursos para campanhas políticas são perdoados no Estado ateu, que não tem
quaisquer escrúpulos para atingir seu programa pessoal e o de seus amigos,
familiares, gatos, cachorros, papagaios...
Agora que estamos nos aproximando das eleições,
no Brasil, é tempo de refletir: é isso que desejamos para nosso país, para
nossa família, para nós?
Depois... ainda nos resta uma esperança: tirar
Dom Pedro II do exílio e restaurar a Monarquia brasileira, o mais democrático,
cristão e ético Governo que já tivemos, pois a República caminha para um estado
em que nossa visão futurista será uma triste realidade.
Acesse, quando puder, o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com
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