sábado, 16 de julho de 2016

Contos e crônicas



Militares... Já para as fronteiras

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Uma cidade destruída e vidas assassinadas talvez no maior ataque já anunciado pela Imprensa a uma companhia de carros-fortes de São Paulo. O armamento utilizado por 40 ladrões faz parecer brincadeira de criança a história de Ali Babá e os quarenta ladrões. O poder bélico dos bandidos derrubou diversas edificações ao redor da empresa e fez buracos em paredes e postes tão grandes que, se as bombas nos acertassem, seríamos desintegrados. Aviões cairiam dos céus como caiu o gavião na historinha infantil do “meu pintinho amarelinho”.
Curiosamente, um dia após essa notícia, passei com meu secretário à frente de um clube intitulado Grupamento de Fuzileiros Navais, situado às margens de uma “praia” de Brasília.
Já sei o que o amigo leitor está pensando: “Machado não é capaz de distinguir um quartel de um clube e um lago de um mar. Será que ele não percebeu que nada mais viu do que um quartel da Marinha à beira do lago de Brasília?”
Mas então eu lhe pergunto: Para que serve um quartel da Marinha onde não existe mar?
Estou sugerindo a meu secretário propor um curso de pós-graduação, após o atual, que ainda é o quarto que ele está para concluir. Que o próximo seja na área do direito, meu caro advogado. Tema: Para que servem as Forças Armadas nas grandes e pequenas urbes brasileiras, se nossas fronteiras estão entregues a contrabandistas de drogas e armas?
Já tenho até a sugestão do projeto, que começa pela extinção do Serviço Militar obrigatório e acaba pela profissionalização de todos os nossos militares. Para tal, basta que se repatrie metade dos trezentos bilhões de reais expatriados do Brasil e os invistam em construção de cidades nas fronteiras, com toda a infraestrutura para abrigar a família militar: hospitais, escolas, indústrias, comércios, clubes, parques e quartéis, muitos quartéis...
Algumas organizações militares já realizam, mesmo nas grandes cidades brasileiras, um belo trabalho, como o do Hospital das Forças Armadas, os colégios militares e os Batalhões de Engenharia, tais como o 4º Batalhão de Engenharia de Construção (4º BEC), situado em Barreiras, Bahia, a 600 km de Brasília, que foi responsável pela construção e asfaltamento da estrada rodoviária entre essas duas cidades, além de outras estradas e obras de conservação rodoviária importantes.
Outra organização militar de grande importância é o 1º Batalhão Ferroviário, que construiu, entre outras, a estrada entre São Joaquim, em Santa Catarina, e Bom Jesus, no Rio Grande do Sul. Tudo isso, com início, fim e prestação de contas rigorosas na conclusão...
Só há um detalhe: as obras de nossas Forças Armadas, como essas, não dão voto e não permitem corrupção, como ocorre com as atuais empreiteiras citadas na “Lava-Jato”.
Se eu fosse eleito presidente, manteria nas grandes cidades do país apenas os batalhões de engenharia e transferiria todos os quartéis, escolas e hospitais militares para as fronteiras brasileiras.
A segurança interna do país ficaria por conta das chamadas forças auxiliares: corpo de bombeiros, polícias civil e militar, além da polícia federal.
Que pensa da ideia, amiga leitora? Não é fantástica? Não, não sou fantasma; tal como Brás Cubas, sobrevivo também e posto minhas “memórias póstumas”...
Se nossas Forças Armadas vigiarem nossas fronteiras com um efetivo profissional motivado, bem remunerado, e sem essa de serviço militar obrigatório, duvido muito que assaltos a companhias de segurança com armamentos de guerra entrariam em nossas cidades.
Acesse, abaixo, os hinos das nossas gloriosas Forças Armadas, sinta orgulho por viver num país continental como esse e pesar de ele ainda ser tão mal administrado e lesado.
— Joteli, reapresente seu projeto à Faculdade de Direito da Universidade de Brasília. Vá por mim... Alea jacta est!





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