terça-feira, 26 de julho de 2016

Contos e crônicas



Antes de adoecer, é preferível amar

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Quando, após tantos recursos utilizados, a dor persistir, um, em sua simplicidade e nobreza ao mesmo tempo, alcançará o feito ou pelo menos abrandará demais o sofrimento: a transcendente energia do amor.
Às vezes ou, muitas vezes, pensamos ser autossuficientes para a realização dos fatos que somente o amor é capaz de realizar. Na verdade, deve existir amor em todo acontecimento, pois se sua ausência for presente, a incompreensão gerará a frieza e, por conseguinte, a insatisfação, a discórdia e, por fim, a tristeza de ambas as partes, do feitor e do receptor.
Algo tão surpreendente é se sabemos que o amor é a poção mágica mais valorosa, por que, então, deixamo-lo, em muitos casos, como quase último recurso? Talvez os resquícios do mau comportamento ainda nos domine, talvez esses resquícios sejam ainda mais dominantes do que imaginamos, sutilmente como orgulho, vaidade, prepotência. No entanto, o aprendizado é abençoada oferta da vida. E todo pequenino grão haverá de florescer. Só não devemos deixar o amor em última instância, ele deve ser o primeiro recurso a ser utilizado.
O amor é pelo próximo, pela vida, mas é também pelo próprio eu, pois amar o externo sem cuidar do íntimo, certamente, é falta de amor.
Quantas doenças são criadas por falta dessa transcendente energia. Se o amor transcende mundos, é preciso também que ele fique no coração, em cada ser que a vida habita, além de causar a melhor sensação existente, ele evita todo tipo de enfermidade. Não é sábio adoecer por falta de amor, e, infelizmente, todos já passamos em alguns momentos por isso. Ah, Senhor, nos ilumine para aprendermos sempre!
Insistimos em inumeráveis infelizes maneiras, em gastos extremos, em dores e sofrimentos sendo que uma simples ação amorosa poderia evitá-los.
Se for preciso reconhecer que o caminho está inadequado, reconheça; caso a palavra ofensiva ganhe destaque, procure enfraquecê-la; ainda se tantos erros foram cometidos, respire para os passos à frente; se a exigência impera, então, que a lembrança dos pacientes companheiros em nossa vida possa ser restaurada; caso os fatos demorem a se estabelecer, observar que muitos outros precisam acontecer antes; ainda se a dor for a visitante, o amor é a mais decisiva certeza em todo tempo até a eternidade.
As preocupações com as outras pessoas, com o julgamento insensato já arruinaram homens e mulheres e, muitas vezes, o amor, por estar em secundário plano, não pôde aflorar a bondade e a luz. E tanta desventura e dor foram sentidas. Infelizmente histórias tristes do passado se repetem no presente pelas mesmas atitudes. Mas o amor é a maior energia que transcende.
Se estradas secas e duras já foram percorridas, que cheguem agora as floridas e benfazejas, com paz, contentamento e plenitude; isso é tão real. Não deixemos o amor atrás do orgulho, vaidade e egoísmo, mas possamos colocá-lo diante dos nossos olhos e imerso em nossa vida. Ele deve ser o regente da sinfonia dos dias, com calma, um amanhecer por vez. Ele deve estar como na cantiga que certo dia ouvi cuja avó cantava para a neta: “Assim como o sopro do vento entra e refresca o lar, assim também o amor pode entrar em cada coração e curar ainda muitos outros ao redor”.
O amor mantém a saúde do corpo, da alma, do espírito em todos os tempos e mundos.

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