Depois do caos virá
a bonança... Será?
Em
um grupo de amigos a conversa girava em torno do quadro de beligerância, violência
e corrupção que deparamos a todo momento nas páginas dos jornais ou nos
noticiários do rádio e da TV.
Um
dos amigos dizia: “Estamos vivendo em um mundo de caos; pai mata filho; filho
mata mãe; estupros acontecem com frequência... O que será o amanhã? o que
acontecerá com os nossos filhos e netos? O que nos espera?”
Tais
dúvidas são muito mais comuns do que pensamos, mas, em verdade, o quadro
retratado nas palavras do amigo lembra-nos muito bem o que Jesus disse a seus
discípulos naquele que é chamado de Sermão Profético, adiante reproduzido:
“E, estando
assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em
particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da
tua vinda e do fim do mundo?
E Jesus,
respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; Porque muitos
virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. E ouvireis
falar de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é
mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará
nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e
terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio das
dores. Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e
sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome. Nesse tempo muitos
serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se
odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se
multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar
até ao fim, esse será salvo. E este evangelho do reino será pregado em todo o
mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” (...)
“O céu e a terra
passarão, mas as minhas palavras não hão de passar. Mas daquele dia e hora
ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.” (O Evangelho segundo Mateus, 24:3-36)
Nós,
os espíritas, sabemos perfeitamente por que tais coisas ocorrem. A Terra, disse
certa vez Emmanuel, é uma “casa em reforma” – e todos sabemos bem o que é uma
casa em reforma.
No
sermão acima transcrito fica evidente que depois da iniquidade, do escândalo,
dos conflitos, o mundo chegará a um momento em que o Evangelho do reino será
pregado e exemplificado em todos os lugares. O mundo velho dará então lugar ao
chamado Mundo de Regeneração, um tema tão comentado ultimamente no meio
espírita.
É
claro que, para isso, é necessário primeiro que façamos a nossa parte, uma vez
que o planeta não vai melhorar só porque Deus assim o deseja. Não é isso que
aprendemos na doutrina espírita.
A
Terra vai melhorar, sim, mas nesse processo será indispensável o esforço
daqueles que nela habitam, e esse é, sem dúvida, o motivo que levou Jesus a
dizer, no tocante ao chamado “final dos tempos”, que quanto a esse dia só Deus
sabe, porque não existe uma data – ela depende de uma série de fatores e,
sobretudo, da cooperação efetiva de todos nós, cristãos, muçulmanos, judeus ou
ateus.
Emmanuel
escreveu em uma de suas obras: “Todas as reformas sociais, necessárias em
vossos tempos de indecisão espiritual, têm de processar-se sobre a base do
Evangelho. Como? – podereis objetar-nos. Pela educação, replicaremos.” (Emmanuel, cap. XXXV, obra psicografada por
Chico Xavier.)
A
tarefa de iluminação da criatura humana deverá ser feita de pessoa a pessoa, de
consciência a consciência, como explicou Gabriel Delanne (Espírito) em oportuna
entrevista concedida a André Luiz em agosto de 1965, publicada no livro Entre Irmãos de Outras Terras, obra
psicografada por Waldo Vieira e Chico Xavier.
André
Luiz estranhou: “De pessoa a pessoa?” E Delanne reafirmou: "Sim, de pessoa
a pessoa, de consciência a consciência. A verdade a ninguém atinge através da
compulsão. A verdade para a alma é semelhante à alfabetização para o cérebro.
Um sábio por mais sábio não consegue aprender a ler por nós".
Diante
da resposta de Delanne, André Luiz replicou perguntando se esse processo não seria
moroso demais, ao que Delanne respondeu: "Uma obra-prima de arte exige,
por vezes, existências e existências para o artista que persegue a condição do
gênio. Como acreditar que o esclarecimento ou o aprimoramento do Espírito
imortal se faça tão só por afirmações labiais de alguns dias?" (Obra citada, pág. 108.)
Anos
antes, Abel Gomes (Espírito) também se havia referido a isso: “Nem todos se
retiram na Terra na posição de heróis. A perfeita sublimação é obra dos séculos
incessantes”. (Falando à Terra, obra
psicografada por Chico Xavier.)
A
lição de Gabriel Delanne confirmava, um século depois, o que Allan Kardec havia
escrito em 1861: "Se o Espiritismo deve, como foi anunciado, realizar a
transformação da humanidade, só poderá fazê-lo pelo melhoramento das massas, o
que só se dará gradualmente, pouco a pouco, pelo melhoramento moral dos
indivíduos". (O Livro dos Médiuns,
cap. 29, item 350.)
No
mesmo livro e capítulo, o Codificador registrou: “É para esse fim providencial
que devem tender todas as sociedades espíritas sérias". (...) "Essa é
a via pela qual nos temos esforçado para levar o Espiritismo. A bandeira que
arvoramos bem alto é a do Espiritismo cristão e humanitário..." (O Livro dos Médiuns, cap. 29, item 350.)
Esperamos
que as explicações acima tranquilizem o nosso amigo e todos aqueles que, com
justa razão, têm dificuldade em compreender como pode a Terra dar lugar, em
pleno século 21, a
tantos conflitos, a tantas mentiras, a tanta corrupção, a tantas desigualdades,
a tantas cenas de desrespeito, preconceito e desumanidade.
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