Por que creio na imortalidade da alma
Sir Oliver Lodge
Parte 4
Damos prosseguimento
ao estudo metódico e sequencial do livro Por
que creio na imortalidade da alma, de autoria de Sir Oliver Lodge, de
acordo com a tradução feita por Francisco Klörs Werneck, publicada pela
Federação Espírita do Estado de São Paulo em 1989.
Esperamos que este
estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do
Espiritismo.
Cada parte compõe-se
de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas
correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto
indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Qual é a
finalidade da encarnação?
B. Qual a razão de
ser da matéria?
C. O que a
mediunidade nos possibilitou?
Texto para leitura
40. Ora, o poder
dirigente pode continuar a funcionar muito tempo depois do abandono do
mecanismo subordinado, contudo não o poderá fazer sem instrumento. O espiritual
e o material parecem continuamente em relação. A Divindade age por meio de seus
agentes. O homem é um instrumento das forças superiores e ele próprio tem
necessidade de instrumentos para o exercício e a manifestação de suas
faculdades. (PP. 18 e 19)
41. A quarta
proposição - um indivíduo é uma encarnação temporária de algo imortal - trata
do problema da identidade pessoal. “Parece-me hoje provável - entende Lodge -
que a individualidade se formou durante o isolamento da matéria, do que podemos
chamar substância psíquica bruta, não experimentada. O corpo é gradualmente
saturado pela psique ou alma não identificada, segundo as suas capacidades de
recepção, porção infinitesimal no começo do processo, aumentando pouco a pouco
numa medida certa em razão dos esforços e das oportunidades do ser.” (P. 19)
42. A alma, agora
identificada, conserva suas capacidades, suas aptidões, seus gostos, a memória
e a experiência adquiridas durante a vida terrena, adicionando esse acréscimo
de valor ao Todo que ela junta, apropriado à sua natureza. (P. 20)
43. A quinta
proposição implica a ideia de que a encarnação terrena tem um fim e que podemos
compreender-lhe parcialmente a razão. “O corpo - assevera Lodge - é um belo
instrumento de educação.” (P. 20)
44. Todo
conhecimento, reconhece Lodge, é difícil de adquirir e exige certo esforço: sem
instrução e sem esforços os nossos conhecimentos seriam bem limitados. “As
dificuldades assim encontradas fazem parte da educação da alma; o valor do
caráter individual depende do bom êxito de seus esforços, da utilização de
condições especiais, enfim, da sabedoria dos meios de seu emprego. O episódio,
que é a vida terrena, é, pois, de grande transcendência para desenvolver o
caráter, ampliar os conhecimentos, cultivar novas amizades e aumentar, de um
modo geral, a riqueza da vida.” (P. 21)
45. A sexta
proposição afirma que as realidades são permanentes e não dependem dos veículos
materiais que manifestam, ajudam e tornam possíveis as nossas compensações. (P.
21)
46. É preciso
reconhecer, diz Lodge, que os nossos sentidos nos ensinam muito pouco, ou mesmo
nada, diretamente do Universo em seu conjunto. “Eles nos limitam à percepção da
matéria. Não percebemos mesmo, na realidade, senão vibrações, senão os corpos
sonoros, luminosos ou iluminados, de onde eles provêm.” É por isso que a
matéria desempenha papel tão vasto em nosso pensamento e certas pessoas são
levadas a crer somente nela. (P. 22)
47. Tornar possível
à alma a encarnação é a mais alta função da matéria, é a sua apoteose. Essa é
sua glória principal e sua razão de ser, porque a alma é a fôrma e o modelo do
corpo, que é feito para encaixar e auxiliar a alma. (P. 23)
48. A sétima proposição
comporta a prova da sobrevivência humana, uma questão de importância capital.
Eis a pedra de toque do problema e, para tanto, devemos recorrer à experiência,
guiar-nos por fatos resultantes da observação e estabelecer a sobrevivência da
alma individual, não por meio da lógica, mas por meio de fatos. (PP. 24 e 25)
49. O meio mais
direto de fazê-lo seria seguramente o de permanecermos em comunicação com os
mortos, para sabermos se eles sempre existem e se conservam, sem modificação, o
caráter e a memória. (P. 26)
50. A mediunidade
nos possibilitou essa comunicação, porque encontramos seres cuja faculdade
receptiva ou telepática é particularmente desenvolvida: são os chamados
médiuns, e é por eles, e com o auxílio deles, que nos é possível obter o privilégio
da comunicação indireta com os desencarnados. (P. 27)
51. Essa faculdade
parece independer de raça, sexo, educação e mesmo da inteligência. Encontra-se
nos homens, nas mulheres e nas crianças. Uns são instruídos, outros ignorantes,
mas a maior parte deles são criaturas comuns e simples que não seriam jamais
consideradas pessoas excepcionais. (P. 27)
52. A maneira de
exercer os dons varia segundo os casos. A faculdade receptiva não é nunca
contínua. Uma certa serenidade é bem necessária. O organismo corpóreo é posto
em ação por uma inteligência que não é a sua. Em certos casos, o operador
espiritual age diretamente sobre o organismo, por intermédio do aparelho
cérebro neuromuscular. Em outros casos, a transmissão parece de natureza
telepática. (P. 27)
Respostas às questões preliminares
A. Qual é a finalidade da encarnação?
A finalidade da
encarnação é o desenvolvimento da alma. O corpo, diz Lodge, “é um belo
instrumento de educação”. (Por que creio
na imortalidade da alma, p. 20.)
B. Qual a razão de ser da matéria?
Tornar possível à
alma a encarnação é a mais alta função da matéria, é a sua apoteose. Essa é sua
glória principal e sua razão de ser, porque a alma é a fôrma e o modelo do
corpo, que é feito para encaixar e auxiliar a alma. (Obra citada, p. 23.)
C. O que a mediunidade nos possibilitou?
A mediunidade nos
propiciou a comunicação com os chamados mortos, com o que ficamos cientes de
que eles continuam a existir e conservam, sem modificação, o caráter e a memória.
(Obra citada, p. 26.)
Nota:
Links que remetem aos textos
anteriores:
Parte 1 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/02/iniciacao-aos-classicos-espiritas.html
Parte 2 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/02/iniciacao-aos-classicos-espiritas_10.html
Parte 3 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/02/iniciacao-aos-classicos-espiritas_17.html
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