Cristianismo e
Espiritismo
Léon Denis
Parte 7
Continuamos o estudo do livro Cristianismo e Espiritismo, que vimos realizando conforme a 6ª
edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, baseada em tradução de
Leopoldo Cirne.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma
de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas
encontram-se no final do texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Tendo em vista que os apóstolos de Jesus eram pessoas
muito simples, onde a Igreja buscou as formas do culto católico e as vestes
sacerdotais?
B. Conferir o tratamento de santidade ao patriarca da
Igreja encontra amparo nos ensinamentos evangélicos?
C. Por que o autor desta obra afirma que a sociedade que
herdamos é obra da Igreja?
Texto para
leitura
82. O mistério da Eucaristia, que pressupõe a presença real
do corpo e do sangue de Jesus na hóstia consagrada, foi extraído de palavras de
Jesus, de caráter puramente simbólico, tomadas ao pé da letra. (PP. 102 e 103)
83. Todas as formas do culto romano são uma herança do
passado: suas cerimônias, seus vasos, os cânticos, a água lustral são legados
do Paganismo. Do Bramanismo tomaram o altar, o fogo sagrado que nele arde, o
pão e o licor. Do Budismo copiaram o celibato dos padres e a hierarquia
sacerdotal. Os próprios dogmas cristãos se encontram na Índia e na Pérsia. (P.
105)
84. Os autores do Evangelho não previram nem os dogmas, nem
o culto, nem o sacerdócio. Nada de semelhante se encontra no pensamento
evangélico. Ninguém foi menos afeiçoado às práticas exteriores do que Jesus.
(PP. 105 e 106)
85. Jesus disse aos apóstolos: “Não queirais ser chamados
mestres” (Mateus, XXIII, 8), e os papas se fazem chamar Santidade e consentem
em ser incensados, esquecidos do exemplo de Pedro que, ante o centurião
Cornélio prosternado a seus pés, advertiu-o: “Levanta-te, que eu também sou
homem!” (Cf. Atos, X, 26). (P. 106)
86. Durante 12 séculos a Igreja dominou, formou a seu
talante a alma humana e toda a sociedade. Todos os poderes estavam em suas
mãos. Todas as autoridades residiam nela ou dela procediam. A sociedade que
herdamos é, pois, obra dela, que foi impotente para dirigir e melhorar o nosso
mundo. (P. 108)
87. O materialismo penetrou até à medula no corpo social.
De quem é a culpa? Se as pessoas tivessem encontrado na religião, tal como lhes
era ensinada, a força moral, o consolo e a direção espiritual de que
necessitavam, ter-se-iam afastado dessas igrejas? (P. 108)
88. Um de seus erros é o fato de haver falseado,
desnaturado a ideia de Deus. A Igreja romana sempre impôs o temor de Deus às
multidões. Seu plano de domínio exigia que ela assim agisse. (PP. 109 e 110)
89. Deus é, ao contrário, todo amor, e para o compreender é
preciso desenvolver em nós esse princípio divino, porquanto não podemos
conhecer o Criador e dele aproximar-nos senão pelo amor, visto que só o amor
atrai e vivifica. (P. 110)
90. Se os preceitos evangélicos tivessem prevalecido, o
Cristianismo estaria no apogeu do seu poder e da sua glória. Eis por que será
preciso voltar aos puros ensinamentos de Jesus, se quiserem reerguer e salvar a
religião. (P. 111) (Continua na próxima edição.)
Respostas às
questões preliminares
A. Tendo em
vista que os apóstolos de Jesus eram pessoas muito simples, onde a Igreja
buscou as formas do culto católico e as vestes sacerdotais?
Todas as formas do culto romano são uma herança do passado:
suas cerimônias, seus vasos, os cânticos, a água lustral são legados do
Paganismo. Do Bramanismo tomaram o altar, o fogo sagrado que nele arde, o pão e
o licor. Do Budismo copiaram o celibato dos padres e a hierarquia sacerdotal.
Os próprios dogmas cristãos se encontram na Índia e na Pérsia. Os autores do
Evangelho não previram nem os dogmas, nem o culto, nem o sacerdócio. Nada de
semelhante se encontra no pensamento evangélico e ninguém foi menos afeiçoado
às práticas exteriores do que Jesus. (Cristianismo
e Espiritismo, cap. VII, pp. 105 e 106.)
B. Conferir o
tratamento de santidade ao patriarca da Igreja encontra amparo nos ensinamentos
evangélicos?
Claro que não. O próprio Cristo disse a seus apóstolos:
“Não queirais ser chamados mestres” (Mateus, XXIII, 8) e, no entanto, os papas
se fazem chamar Santidade e consentem em ser incensados, esquecidos do exemplo
de Pedro que, ante o centurião Cornélio prosternado a seus pés, advertiu-o:
“Levanta-te, que eu também sou homem!” (Cf. Atos, X, 26). (Obra citada, cap.
VII, p. 106.)
C. Por que o
autor desta obra afirma que a sociedade que herdamos é obra da Igreja?
A História nos mostra que durante 12 séculos a Igreja
dominou, formou a seu talante a alma humana e toda a sociedade terrena. Todos
os poderes estavam em suas mãos. Todas as autoridades residiam nela ou dela
procediam. A sociedade que herdamos é, pois, obra dela, que, apesar de
concentrar todo o poder, foi impotente para dirigir e melhorar o nosso mundo,
permitindo com isso que o materialismo penetrasse até à medula no corpo social.
Se as pessoas tivessem encontrado na religião, tal como lhes era ensinada, a
força moral, o consolo e a direção espiritual de que necessitavam, ter-se-iam
afastado dela? (Obra citada, cap. VIII, pp. 108 e 109.)
Nota:
Para ver os três últimos textos, clique nos links abaixo:
Parte 4 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/12/iniciacao-aos-classicos-espiritas_15.html
Parte 5 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/12/iniciacao-aos-classicos-espiritas_22.html
Parte 6 – https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/12/iniciacao-aos-classicos-espiritas_29.html
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